GroupM deverá dar lugar à marca WPP Media
Depois de 20 anos, holding decide mudar nome de seu braço de mídia, se aproximando do nome das operações especializadas de grupos concorrentes
Depois de 20 anos, holding decide mudar nome de seu braço de mídia, se aproximando do nome das operações especializadas de grupos concorrentes
Meio & Mensagem
6 de maio de 2025 - 16h21
Por Brian Bonilla, Lindsay Rittenhouse, Parker Harren e Judann Pollack, do Ad Age
Além de mudar o nome do GroupM, WPP estaria centralizando os times de todas as agências que hoje com(Crédito: Divulgação)
O WPP planeja o rebranding do GroupM para WPP Media, aposentando a marca que deu nome à companhia de mídia por 20 anos.
Com o movimento, a holding se aproxima dos nomes das operações especializadas em mídia dos grupos concorrentes: o Publicis Groupe tem a Publicis Media e o Omnicom tem o Omnicom Media Group.
Ainda não está claro quando a mudança ocorrerá, mas duas fontes próximas ao assunto disseram que haverá demissões diante da consolidação de times de cada agência do GroupM. O WPP vem trabalhando para centralizar esses grupos debaixo da bandeira GroupM, ou, em breve, WPP Media.
Algumas pessoas entrevistadas pelo Ad Age acreditam que a criação do WPP Media é o primeiro passo de uma mudança maior promovida por Mark Read, CEO global da holding, com o intuito de simplificar a estrutura do grupo para competir melhor com os rivais – que têm obtido melhores desempenhos.
O movimento ocorre em meio a um ano de transição para o GroupM, conforme descreveu Read, e vem depois da reestruturação realizada por Brian Lesser, CEO global da companhia de mídia, em janeiro. Há também a ameaça da fusão Omnicom-IPG ao status do WPP como detentora da maior receita entre as holdings.
Um ex-executivo do GroupM disse ao Ad Age que Mark Read está focado em como competir com o Publicis e o OMG/IPG. De acordo com a fonte, o Publicis tem sido mais eficiente em estruturar tudo sob um único teto.
O rebranding do GroupM é um passo na direção certa, segundo algumas fontes, já que o mundo da mídia mudou de forma significativa nas últimas duas décadas.
“É algo sensível que deveria ter sido feito anos atrás. Menos é mais. Não precisa ser gênio para descobrir que não se deve canibalizar o próprio market share”, disse um ex-funcionário do GroupM.
Um executivo de mídia de uma agência concorrente considera o nome GroupM antiquado. “Costumavam ser grandes, mas foram deixados para trás em tamanho e tecnologia. Brian Lesser está limpando a casa e remodelando a liderança executiva, mas o GroupM não tem a clientela ou o talento para devolver o poder que ainda pensa ter”.
O GroupM tem vivido conquistas e perdas: encerrou parceria com o PayPal e perdeu contas como as da Abbott Laboratories e da Coca-Cola, todas de mídia, claro. Por outro lado, a companhia conquistou verbas significativas, como Amazon, Unilever e Johnson & Johnson.
Há quem diga que o desempenho do GroupM não tem sido tão ruim como alguns possam pensar.
“Acho que eles têm a percepção de que porque estão reorganizando o negócio estão tentando brincar de alcançar o passo, quando na verdade estão performando um pouco mais do que muitos pensam. Quando avaliamos agências de mídia, falamos com clientes que têm coisas positivas a dizer sobre o GroupM”, diz Jay Pattisall, vice-presidente e principal analyst da Forrester.
Por ora, o WPP Media manterá marcas individuais como Mindshare, Wavemaker e EssenceMediacom.
No relatório anual da empresa de 2024, Read classificou 2025 como um ano de transição para o GroupM, aludindo a mudanças sob a gestão de Lesser, que assumiu o posto de CEO global em julho.
Em janeiro, o GroupM mudou outras partes de sua liderança. Ano passado, o WPP completou reestruturações em suas seis redes: AKQA, Ogilvy, VML, Hogarth, GroupM e Burson.
Na época, o WPP disse que tais reestruturações custariam mais de US$ 158 milhões em 2024, mas também levariam a holding a economizar o mesmo montante em 2025.
O GroupM tem 40 mil funcionários no mundo, de acordo com o relatório anual mais recente do WPP, o que representa um terço da força global de trabalho da holding (180 mil funcionários).
A holding vem cogitando aposentar o nome GroupM há pelo menos sete anos. Um dos executivos ouvidos pelo Ad Age disse que a mudança foi declinada, em parte, pelo fato de o WPP considerá-la muito cara.
“É algo custoso fazer algo do tipo se pensar nos 80 mercados em que o GroupM está presente”, observa um ex-funcionário da empresa, ressaltando que a mudança custaria milhões, entre licenças, implicações legais e regulações.
Irwin Gotlieb, ex-chairman do GroupM, contou que a ideia de utilizar o nome WPP Media foi rechaçada no passado por Martin Sorrell, ex-CEO do WPP e atual chairman da S4 Capital.
“Martin não queria nenhuma das empresas usando o nome WPP. O OMG fez isso primeiro e todo mundo seguiu depois, era somente uma questão de tempo”, diz.
Greg Paull, presidente de global growth e marketing da MediaSense e cofundador da R3, diz que apenas a mudança de nome não fará diferença no negócio do GroupM.
“Os clientes olharão mais a fundo para os gerentes sêniores e para as ferramentas e tecnologias do que para o novo nome. O desafio do WPP Media será transformar conquistas recentes, como Amazon, J&J e Unilever em processos que se repitam”.
Compartilhe
Veja também
Itaú inicia nova fase de comunicação com o conceito “Feito”
Em campanha criada pela Galeria, banco quer enfatizar a capacidade de simplificar e dar liberdade financeira às pessoas
Bis transforma emoções do público em personagens
Nova campanha marca o reposicionamento da marca e sua estratégia para alcançar o público da Geração Z