Levy e Sorrell: guerra declarada
Executivos utilizam a imprensa européia para se insultar e se desmentir
Executivos utilizam a imprensa européia para se insultar e se desmentir
Meio & Mensagem
22 de agosto de 2012 - 4h13
Por Rupal Parekh (*)
A relação entre britânicos e franceses nunca foi das melhores, mas os executivos de duas das maiores holdings de publicidade do mundo estão prestes a elevar essa difícil convivência a um novo nível.
No início de agosto, Maurice Levy, chefe da Publicis, e Martin Sorrell, cabeça da WPP, se envolveram uma polêmica causada pela retomada de boatos de que a Publicis estaria tramando a compra do Grupo Interpublic. A principal figura envolvida no caso, Michael Roth, executivo à frente do alvo da possível compra, manteve-se em silêncio enquanto os insultos e acusações entre Levy e Sorrell vão mais alto do que o Big Ben e a Torre Eiffel juntas. Ambos vêm discutindo através da imprensa.
Tudo isso acontece em ritmo frenético, por isso não se culpe se perdeu alguma parte da história. Em tópicos simples, iremos relembrar os acontecimentos das últimas semanas. Prepare a pipoca, porque pelo desenrolar das coisas, veremos mais garras para fora desses dois do que em uma briga de donas de casa.
Sexta-feira, 3 de agosto: Um blog do Financial Times, citando "fontes bem informadas", disse que a Publicis vinha fazendo ofertas para comprar Interpublic a um preço de "cerca de US$ 15 por ação", com um total de US$ 6 bilhões "ou mais". O blog disse ainda que as fontes indicaram que este acordo "vinha sendo preparado há seis meses."
Sexta-feira, 3 de agosto: Como Ad Age informou, a situação financeira da Interpublic passou a ser citada nas notícias do acordo. As reservas da empresa saltaram 13,3% para fechar em 10,97 dólares na pesada negociação. As empresas mantiveram silêncio sobre o assunto e os analistas estavam divididos sobre se o boato tinha mérito e sobre se um possível acordo seria uma boa ideia.
Domingo, 5 de agosto: A Publicis divulgou um comunicado negando qualquer negociação. "Após as especulações publicadas a repercussão resultante delas, o Grupo Publicis nega ter se engajado em qualquer discussão com o Grupo Interpublic e confirma que não solicitou a nenhum banco assumir quaisquer negociações financeiras", disse a empresa.
Segunda-feira, 6 de agosto: O Financial Times publicou um pedido de desculpas e atualizou seu post: "Desculpas, mas nossas fontes geralmente bem informadas nos deixaram na mão nesta ocasião."
Segunda-feira, 6 de agosto: O pedido de desculpas e a declaração da Publicis aparentemente não obtiveram bons resultados com Sir Martin, CEO da WPP, e ele comentou o assunto: "Você tem que olhar para o que a Publicis fala com muito cuidado, porque é mais interessante saber o que ela não disse, e eu desafio a veracidade do comunicado. Ele afirma que a Publicis não teve qualquer contato com a Interpublic, mas não diz quando. Ele fala que nunca houve uma conversa com a Interpublic? Nós sabemos que não é verdade. Além disso, dizer que você não envolveu bancos em nenhuma transação não quer dizer nada. Eu não iria desmentir esses rumores como eles estão tentando desmenti-los. Eles estão, obviamente, tentando negar o impacto dos valores de suas ações. "
Quarta-feira, 8 de agosto: Depois de ler comentários de seu concorrente, o geralmente cavalheiro Levy tornou-se desagradável. "Eu, pessoalmente, não poderia me importar menos sobre Martin Sorrell, e o que ele pensa ou diz sobre o Grupo Publicis é sempre lixo", disse Levy, acrescentando que o Sr. Sorrell é "tolo" para desafiar publicamente a verdade por trás da declaração oficial.
Por sua vez, Sir Martin disse: "A resposta tipicamente articulada de Maurice não consegue responder à pergunta implícita: Ele teve conversas com bancos e/ou com a Interpublic ou não?”
Até agora, a briga continua sem desfecho, mas estamos esperando. É a sua vez, monsieur Levy.
(*) Advertising Age
Tradução de Mariana Barbosa
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