Mood reformula time diretivo

Alexandre Zaghi Lemos
14 de outubro de 2013 - 10h11

Após quatro anos como vice-presidente de criação associado da Mood, Aaron Sutton acaba de deixar a agência. Ele pretende se dedicar mais ao segmento de conteúdo, em projetos como o da Rádio SulAmérica Trânsito, da qual foi um dos idealizadores. Apesar disso, não descarta voltar à dirigir áreas de criação na publicidade tradicional.

O movimento encerra reformulação no time diretivo da Mood, controlada pelo presidente Augusto Cruz Neto. O passo inicial foi a incorporação, em abril, de parte da EC, de Valdir Bianchi, que, desde então, dividia o posto de vice-presidente de criação associado com Sutton. Depois disso, chegou o diretor geral de planejamento Daniel Rios, que, anteriormente, atuou cinco anos na Africa. No mês passado, a Mood contratou André Felix, como diretor de convergência, nova área que, entre outras funções, tem a atribuição de internalizar os trabalhos para mídias digitais, até então repassados à ID, ex-agência de Felix, na qual Cruz Neto é sócio investidor.

O grupo se completa com outros quatro executivos que já estavam na casa: Andrea Souza (diretora-geral de atendimento e responsável pela operação no Rio de Janeiro), Soraya Segantim (CFO), Eduardo Lellis (diretor de mídia) e Celina Cunha (diretora de operações e eventos). Eles comandam uma equipe de 85 pessoas – o maior contingente já comado pela Mood em seus sete anos de mercado, que serão completados nesta quarta, 16.

Em termos financeiros, a agência está em seu melhor momento, segundo Cruz Neto. A principal razão é o início de atendimento à conta do Governo do Estado de São Paulo, que divide com Lua Propaganda e Propeg (as três venceram licitação encerrada no início do ano). “Atualmente 40% da nossa receita é gerada pelos dois maiores clientes: a Brasil Kirin e o Governo de São Paulo”, ressalta. Os 60% restantes vêm de clientes como CCR, Banco Pan, Raízen/Shell (verba promocional), Multiplan (Barra Shopping e Morumbi Shopping), BTG Pactual, Dr. Oetker, Puma e Philips (TV).

A principal marca da Brasil Kirin na Mood é a Devassa, atendida desde o lançamento da cerveja em 2010. “Naquele ano, a marca respondeu por 90% da nossa receita”, lembra Cruz Neto, que passou os anos seguintes tentando diminuir a dependência do cliente principal. Atualmente, também estão na agência outras marcas da indústria de bebidas, como Cintra, Baden Baden e Eisenbahn, além de um energético a ser lançado. Outra tendência acentuada nas finanças da agência, que nasceu com foco promocional, é o aumento do faturamento com compra de mídia, hoje responsável por 60% do total.

O majoritário Cruz Neto divide a sociedade na Mood com Luiz Lara (chairman da Lew’Lara\TBWA), que tem 39% das ações, e, agora, com Valdir Bianchi, com participação de 1%. “Esperamos fechar 2013 com faturamento de R$ 150 milhões e receita de R$ 40 milhões, o que significará crescimento de 12%. Para 2014, a expectativa é conquistar mais um ou dois grandes clientes para nos ajudar a avançar mais 15%”, diz Cruz Neto, que após a vitória no Governo paulista pretende colocar a Mood em outras disputas por contas públicas.