O play também é no Facebook
Com crescimento de vídeos na rede social, agências e clientes reformulam estratégias em plataformas digitais
Com crescimento de vídeos na rede social, agências e clientes reformulam estratégias em plataformas digitais
Meio & Mensagem
28 de janeiro de 2015 - 10h53
Em meio às guerras pela atenção dos consumidores e pelo dinheiro dos anunciantes, as plataformas de mídias sociais têm uma nova frente de embate: os vídeos. No começo de janeiro, o Facebook anunciou que as postagens de filmes em sua página cresceram 75% em um ano e que pelo menos um bilhão de seus 1,4 bilhão de usuários assistem a vídeos todos os dias. Um estudo da consultoria ComScore divulgado em outubro apontou, ainda, que a rede social tomou a liderança do YouTube em visualizações em desktop nos Estados Unidos no mês de agosto, com 12,3 bilhões de visualizações, contra 11,3 bilhões do concorrente.
Com o potencial de alcance de audiência em uma segunda plataforma, marcas e agências estão reorganizando suas estratégias para aproveitar melhor a possibilidade de veicular filmes não apenas no YouTube, mas também através do Facebook Video Ads, plataforma de gerenciamento de vídeos publicitários da rede social.
Os movimentos ainda são iniciais e as agências divergem sobre a necessidade de ter ou não uma equipe para produção especializada no formato de vídeo para Facebook. A Africa, por exemplo, começou a expandir a veiculação de vídeos nessa rede social e não vê a plataforma como concorrente do YouTube. O head digital Eco Moliterno, no entanto, aponta diferenças importantes sob o ponto de vista de criação. “Existem maneiras distintas de abordar o conteúdo em cada um dos sites. No YouTube, você tem de chamar a atenção nos primeiros cinco segundos para que a pessoa não pule o anúncio. No Facebook, com o sistema de autoplay sem som, é preciso trabalhar algum recurso de imagem ou de texto que leve o usuário à continuidade do vídeo”, explica o publicitário.
Criar vídeos em larga escala só para Facebook ainda não é algo comum. Poucas são as campanhas que possuem filmes criados unicamente para uma plataforma. Na maioria das vezes, as agências preferem fazer adaptações. “Temos o desafio do custo de produção e do tempo, que é cada vez mais dinâmico no espaço de mídias sociais. Dificilmente conseguimos fazer um vídeo só para uma plataforma”, afirma Roberto Grosman, co-CEO da Fbiz.
Agências especializadas em performance, como a Jüssi, estão reforçando a área de criação com profissionais que possuam experiência em vídeos, com objetivo de ampliar a oferta desse tipo de serviço. A ideia é produzir conteúdo no formato para Facebook, só que menos focado em branding e mais em resultados, gerando aumento de vendas imediato para as marcas. A metodologia desenvolvida pela empresa consiste em selecionar um anúncio estático que tenha bom retorno em vendas e transformá-lo em um vídeo curto de animação — a duração costuma ser próxima a 15 segundos.
Malu Lopez, diretora de negócios do Facebook, sugere que o ideal é que as agências aprendam a fazer o melhor uso do material que já têm filmado e que façam edições que levem em conta critérios como escala e segmentação para públicos diferentes, por exemplo. “É preciso pensar que, além de os primeiros três segundos serem fundamentais, o anúncio pode ser visualizado sem o áudio, por conta de o usuário estar em um ambiente em que não pode ouvir o som naquele momento”, pontua.
Amado por uns e odiado por outros, o controverso autoplay, aliás, será em breve adotado pelo Google, o que deve ampliar a competitividade entre os dois players.
Com entusiasmo semelhante ao já visto há dez anos, quando o YouTube foi criado, os anunciantes já entenderam a importância de veicular filmes também no Facebook. Em média, mais de 50% dos usuários da rede social no Brasil assistem a pelo menos um vídeo todos os dias. “É muito mais uma mudança do comportamento do consumidor, não do Facebook. O mercado precisa olhar para as pessoas e entender como a estratégia de vídeos precisa ser diferente no nosso ambiente”, afirma Malu.
Compartilhe
Veja também
Confiança criativa está diminuindo, indica The State of Creativity 2025
Elaborado pela Lions Advisory, relatório ressalta ela está sendo abalada pela incapacidade de desenvolver insights de qualidade e pela falta de agilidade cultural
Ana Maria Braga coloca a PPK na mesa em ação de Gino Canesten
Iniciativa é parte do movimento criado pela Droga5 para a marca estimular as mulheres a falarem abertamente sobre saúde íntima