Eu voltei: o rei, o bife e a polêmica
Contratação de Roberto Carlos como garoto-propaganda da Friboi é alvo de críticas na internet
Contratação de Roberto Carlos como garoto-propaganda da Friboi é alvo de críticas na internet
Meio & Mensagem
27 de fevereiro de 2014 - 1h10
Por Raissa Coppola
Quando anunciou que Roberto Carlos seria seu novo garoto-propaganda, a Friboi imaginou que causaria barulho. Afinal, não é todo dia que o cantor, tão reservado com sua imagem, aceita participar de campanhas publicitárias. O que não estava nos planos da marca, no entanto, é a repercussão negativa do episódio.
Assim que o filme com o “rei” foi ao ar, uma onda de reclamações tomou conta do ambiente virtual. Vegetarianos acusam o cantor de incoerência, já que ele afirmava não consumir carne. Outros usuários argumentam que o comercial ficou muito aquém aos estrelados por Tony Ramos no ano passado.
Na última segunda-feira, 24, a Friboi decidiu fechar os comentários postados no canal da marca sob a alegação de que “alguns foram ofensivos à credibilidade dos envolvidos”. No dia seguinte, o espaço foi retomado, porém até a publicação desta matéria, o botão para que o usuário informe se gostou ou não do vídeo está desativado. Brincadeiras e vídeos de protesto também se espalharam na web, com destaque para o gravado pelo apresentador Rafinha Bastos e o divertido Tumblr Roberto Carlos Recomenda.
“O filme foi mal entendido por parte da população. Quem come carne e acompanhou a campanha em 2013 gostou e entendeu”, acredita Marcio Oliveira, sócio e presidente da LewLara/TBWA, agência responsável pela comunicação da Friboi. Em entrevista a Meio & Mensagem no evento de lançamento da campanha, Luiz Lara, chairman da agência, elogiou a criatividade da equipe, que criou a campanha a partir da declaração da mudança do hábito alimentar do cantor, feita recentemente. “Tenho certeza de que a campanha vai ser sucesso graças a credibilidade e confiança do Roberto Carlos”, disse Lara, no lançamento.
Apesar de a maior parte da polêmica vir de um grupo que não é o público-alvo da Friboi – os vegetarianos – a marca deve sair manchada do episódio, segundo o professor de Comunicação Corporativa e Planejamento da ESPM, Marcelo Toledo. “O advento da internet faz assuntos pequenos tomarem uma proporção grande. É preciso tomar cuidado porque as empresas sempre saem arranhadas deste tipo de acidente, especialmente quando uma reputação está sendo construída, como é o caso da Friboi”, argumenta. Ele não crê, no entanto, que o episódio irá impactar negativamente nas vendas.
Para vencer as críticas, segundo Toledo, é preciso que a marca não se esconda e não tente proibir manifestações contrárias. Ele critica a decisão de inibir os comentários no YouTube. “Quando uma campanha como esta entra no ar, cliente e agência têm que estar preparados para as reações”, declara.
* Colaborou Fernando Murad
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