Marketing

Alimentação fora do lar projeta alta com concorrência de apps

Aplicativos representam 29,9% do faturamento dos negócios dos estabelecimentos, segundo a Abrasel

i 26 de novembro de 2025 - 7h42

Bar no Rio de Janeiro

Abrasel projeta crescimento da demanda para bares e restaurantes em 2026 (crédito: Shutterstock)

Os bares e restaurantes brasileiros encerram 2025 mais confiantes e com expectativa de avanço para o próximo ano. A maior concorrência no segmento de delivery, com a entrada de novos apps no mercado, a adoção de soluções tecnológicas e as tendências de comportamento do consumidor, como preferência por conveniência, rapidez, personalização e ofertas híbridas, são os principais fatores.

“A projeção é de avanço da demanda e de continuidade do ciclo de melhorias que vem se consolidando nos últimos anos, impulsionado por mais estabilidade, inovação e eficiência nas operações”, afirma Rosane Oliveira, presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).

Na entrevista a seguir, a porta-voz faz projeções para o mercado de alimentação fora do lar em 2026, analisa o papel dos apps de entrega para o setor – já respondem por 29,9% do faturamento dos estabelecimentos –, avalia os impactos dos episódios de intoxicação por metanol para o mercado e fala sobre os objetivos da entidade com sua nova identidade visual, desenvolvida pela LFi Propaganda.

Meio & Mensagem – Quais são as expectativas do setor de bares e restaurantes para 2026?
Rosane Oliveira – A expectativa é de um ano positivo, acompanhando o fortalecimento contínuo do setor. O empreendedor encerra 2025 mais confiante, diante de um consumo em recuperação e de um ambiente de negócios mais previsível. Para 2026, a projeção é de avanço da demanda e de continuidade do ciclo de melhorias que vem se consolidando nos últimos anos, impulsionado por mais estabilidade, inovação e eficiência nas operações.

M&M – Quais são os principais fatores que devem impactar o mercado?
Rosane – A maior concorrência no delivery brasileiro, com entrada de novos apps e condições comerciais mais competitivas para os restaurantes. A definição em torno de novas regulações, como a Reforma Tributária, que podem trazer impactos relevantes para o setor. A adoção acelerada de tecnologia, incluindo gestão integrada, automação, meios de pagamento e ferramentas de inteligência artificial e as tendências de comportamento do consumidor, como preferência por conveniência, rapidez, personalização e ofertas híbridas, como salão e delivery.

M&M – O mercado de apps de delivey está aquecido, com novos players. A Abrasel apresentou ao longo do ano parceria com Rappi e 99Food, por exemplo. Qual é a importância dos apps para bares e restaurantes?
Rosane – Para os bares e restaurantes, os apps de delivery são fundamentais ao ampliar o alcance dos consumidores, sobretudo para pequenos estabelecimentos. Uma pesquisa da Abrasel, feita em janeiro deste ano, mostrou que esses aplicativos já representam 29,9% do faturamento dos negócios. Com a maior concorrência entre plataformas, a tendência é que as condições se tornem ainda mais vantajosas para o empreendedor e para os consumidores.

M&M – Os casos de intoxicação por metanol neste ano geraram comoção dos consumidores e movimentação de entidades, fabricantes e poder público. Os episódios tiveram impacto significativo no desempenho do setor?
Rosane – No primeiro momento, houve preocupação por parte dos consumidores, o que gerou uma queda pontual nas vendas de destilados em algumas regiões. Ainda assim, o efeito sobre o faturamento geral do setor foi limitado e se concentrou principalmente em cidades específicas, como São Paulo. É importante destacar que não foi identificada nenhuma garrafa contaminada por metanol em bares e restaurantes, o que ajudou a restabelecer rapidamente a confiança do público. Em outubro, o mês de maior repercussão dos casos, o setor apresentou desempenho positivo. A pesquisa mensal de conjuntura econômica mostrou que 40% dos estabelecimentos registraram lucro, um avanço de sete pontos percentuais em relação a setembro. Também em outubro, o Índice Abrasel-Stone apontou crescimento de 1,6% nas vendas na comparação com o mês anterior, reforçando que os episódios não comprometeram o movimento dos bares e restaurantes.

M&M – Qual é o objetivo da mudança da identidade visual da entidade? Como serão as comemorações dos 40 anos da entidade?
Rosane – A mudança da identidade visual tem como objetivo marcar o crescimento da Abrasel e reforçar seu papel como uma entidade moderna, conectada e integrada à realidade dos empreendedores de alimentação fora do lar. A nova marca traduz movimento, proximidade e a ideia de um ecossistema completo que conecta pessoas, soluções e oportunidades. Ela simboliza uma nova etapa institucional, mais forte e mais presente na jornada de quem empreende. A atualização também prepara as comemorações pelos 40 anos da entidade, que serão celebrados em 2026. As ações acontecerão ao longo do ano, com eventos, entregas e iniciativas que reforçam a evolução do setor e da própria Abrasel. A apresentação da nova identidade durante o 43º Encontro Nacional, em Goiânia, foi o pontapé inicial das celebrações, que continuam em março, durante o 44º Encontro Nacional, em Minas Gerais.