Pedro Cabral quer lançar empresa
Segundo ele, novo negócio terá ?visão internacional?
Pedro Cabral prepara o lançamento de outra empresa, a alguns meses do vencimento, em seu contrato com a rede Isobar, da cláusula de “earn out” (mecanismo comum em operações de aquisição, em que parte do pagamento aos vendedores fica condicionado ao alcance de metas futuras). “Vou voltar a empreender. O meu novo negócio já nascerá com visão internacional, porque hoje em dia, as empresas de publicidade precisam ter isso”, afirma. “Não será algo que só funcionará aqui no Brasil”, adianta.
Cabral parece não se contentar apenas com o papel de executivo. Hoje chairman global da Isobar, do grupo Aegis, e CEO da operação brasileira da rede (que controla AgênciaClick, Age e iProspect), ele foi um dos fundadores em 1992 da Midialog, que se tornaria AgênciaClick em 1999. Maior agência digital brasileira em compra de mídia, na época e hoje, a empresa foi comprada pelo Isobar em 2007, em um acordo que tirou o controle acionário de Cabral e seus sócios na agência brasileira e lhes deu ações da holding inglesa e cargos executivos. “Minha postura é de empresário. Não caibo bem no papel de executivo. Esse comportamento me levou a liderar a marca Isobar no mundo”, afirma.
O contrato de venda da AgênciaClick para a Isobar, assinado em 2007, previa o vencimento da cláusula de “earn out” para quatro anos depois, em 2011. Entretanto, uma repactuação foi feita em 2009, estendendo-a até o final de 2012. Contudo, o vencimento não implicará, necessariamente, na saída de Cabral da rede.
A Age, por exemplo, outra agência brasileira comprada pela Isobar em 2008 e hoje 100% controlada pela rede internacional, manteve como executivos os seus ex-sócios Ana Lúcia Serra e Carlos Domingos. Eles permaneceram no comando da operação mesmo após terem vendido todas as ações que tinham, no final do ano passado.
Para Cabral, o vencimento da cláusula de “earn out” e a preparação de seu novo negócio representam a “conclusão de um ciclo”: “Este momento está se concluindo. Naturalmente, estou preparando minha próxima reinvenção. Não é uma ruptura em relação ao que estou fazendo hoje, mas uma evolução”, afirma, sem dar mais detalhes sobre o novo negócio ou revelar se haverá ou não participação da Isobar ou de outro sócio investidor. “Meu relacionamento com o grupo Aegis é muito bom e as operações brasileiras crescem acima da média do mercado”, frisa.
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