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Comunicação

Pedro Reiss será CEO da Wunderman Thompson

Atual presidente da Wunderman comandará fusão no Brasil. WPP manterá independentes as operações de GTB, Mutato, Mirum e Pmweb


28 de agosto de 2019 - 10h00

 

Antes de assumir como CEO da Wunderman no Brasil em outubro de 2017, Pedro Reiss comandou a Fbiz por 11 anos, juntamente com o co-CEO Roberto Grosman (Crédito: Arthur Nobre)

Por Alexandre Zaghi Lemos e Jonas Furtado

Atual CEO da Wunderman, Pedro Reiss será o CEO da Wunderman Thompson no Brasil, fusão que o Grupo WPP espera concluir ainda em 2019.

No final do ano passado, a holding de origem britânica decidiu unir globalmente Wunderman e J. Walter Thompson em uma única empresa. No Brasil, a J. Walter Thompson tem cerca de 280 funcionários, sede em São Paulo e escritório em Porto Alegre. Já a Wunderman emprega cerca de 220 pessoas na capital paulista.

Confirmando o que o WPP havia adiantado em novembro, quando foi anunciada globalmente a Wunderman Thompson, serão mantidas independentes no Brasil as operações da Mutato, agência de conteúdo dirigida pelos sócios Eduardo Camargo e André Passamani, e da Mirum, rede digital que tem Guilherme Gomide como CEO para América Latina.

Agora, a holding decidiu que outras quatro empresas até então ligadas ao Grupo JWT serão consolidadas na Mirum: Blinks (agência digital que tem Denise Hruby como CEO), Try (empresa de user experience e design liderada pela CEO Maria Ercília Galvão), i-Cherry (agência de search e performance que tem como CEO Adriano Nadalin) e Enext Consultoria (focada em e-commerce e marketing cloud e comandada pelo CEO Gabriel Lima). Todas elas estarão instaladas em um mesmo endereço a partir de 2020.

Também será mantida como operação independente, agora dentro do novo Grupo Wunderman Thompson, a Pmweb, focada em CRM e inteligência de dados e comandada pelo CEO Tárik Potthoff, que fundou a empresa há 22 anos e a vendeu para o WPP em 2017, desde quando estava ligada à Wunderman.

Ao novo Grupo Wunderman Thompson também está ligada a GTB, que opera de forma independente, até então estava no Grupo JWT, atende a conta da Ford e é comandada pelo CEO Vico Benevides.

Novas lideranças

Antes de assumir como CEO da Wunderman no Brasil em outubro de 2017, Pedro Reiss comandou a Fbiz por 11 anos, juntamente com o co-CEO Roberto Grosman (que se mantém na liderança da Fbiz, dividida desde o início do ano com o co-CEO Fernand Alphen).

Reiss tem 20 anos de experiência no mercado. Começou a trabalhar em 2000 como estagiário no Fulano.com que criou, no ano seguinte, a Fbiz, inicialmente uma divisão de negócios. Depois de três anos, deixou a Fbiz para trabalhar na Multibrás (atual Whirlpool) e, logo na sequência, na agência de marketing direto Datamidia,FCBi.

Em 2006, voltou para a Fbiz como sócio. Em 2011, participou da negociação de aquisição da Fbiz pelo WPP.

CSO do Grupo J. Walter Thompson, Ezra Geld fará a transição da liderança do grupo para Reiss até o final do ano. Em 2020, ele deverá assumir uma posição na holding WPP, que na primeira semana de agosto anunciou Stefano Zunino (até então CEO da J. Walter Thompson na América Latina) como novo country manager para o Brasil, em substituição a Sergio Amado.

O comando regional da Wunderman Thompson na América Latina foi unificado também no início deste mês. CEO da Wunderman Latam desde junho de 2017, o argentino Juan Pablo Jurado passou a responder como CEO da Wunderman Thompson na América Latina. Jurado comanda a Wunderman Buenos Aires desde 2002, quando a rede comprou a sua agência de marketing promocional Stopromotion. Como CEO da Wunderman no Brasil, Pedro Reiss já se reportava a Jurado. E, até o início do ano passado, ambos respondiam a Mark Read, então CEO global da Wunderman e atual CEO global do WPP.

CEO da J. Walter Thompson no Brasil desde 2018, Ricardo John anunciou sua saída para a FCB, onde será, a partir de setembro, o chefe executivo e criativo da agência.

Conflito de clientes

Com o início do processo de união entre Wunderman e J. Walter Thompson no Brasil, o WPP segue caminho diferente do adotado em relação à VMLY&R, a outra megafusão global anunciada pela holding no ano passado. No País, por conta de muitos conflitos de clientes, Y&R e VML continuam levando vida independente – caso único no mundo.

No caso de Wunderman e J. Walter Thompson, o conflito de clientes mais evidente no Brasil está no setor de telefonia móvel. Enquanto a Wunderman atende a Vivo, a J.Walter Thompson detém a conta da Tim, em uma estrutura conjunta com a Ogilvy, chamada de Squadra. O formato diferenciado da Squadra, com sede no Rio de Janeiro, faz os executivos do WPP acreditarem na manutenção de ambas as conta.

Além de Vivo, as principais contas da Wunderman são Dell, Porto Seguro, Shell e Google. Já a J. Walter Thompson atende Avon, Bayer, Cargill, Coca-Cola, Grupo NotreDame Intermédica, Heineken, J&J, Nestlé, Pernambucanas, Shell, TIM (atendida via Squadra, operação dedicada à conta e operada em conjunto com a Ogilvy), Tramontina, Troller, Unilever, Vulcabras Azaleia e Warner.

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