Rio é cenário de superprodução japonesa
Maior fabricante de cervejas daquele país lança campanha com temática carnavalesca
Maior fabricante de cervejas daquele país lança campanha com temática carnavalesca
Teresa Levin
19 de junho de 2012 - 10h45
Três dias de produção e quatro mil figurantes. Os números são do comercial gravado no Rio de Janeiro para a cerveja japonesa Asahi Beer Super Dry, da Asahi Beer — fabricante líder no Japão. A superprodução foi rodada no Sambódromo carioca, com direção de Marcos Menescal, da Paradiso Films. Para protagonizar a campanha que entra no ar no fim do mês no Japão, a marca escalou o pop star Masaharu Fukuyama, um misto de cantor, produtor, compositor e ator, que atrai multidões em seu país.
O projeto consumiu um mês de trabalho conjunto da produtora brasileira e da agência Hakuhodo, segunda maior do ranking japonês — liderado pela Dentsu. O comercial contou com figurantes cedidos pela escola de samba Imperatriz Leopoldinense, para que fosse reproduzido com a maior fidelidade possível um desfile de Carnaval na Sapucaí. Para dar veracidade à filmagem, o popstar japonês cantou do alto de um carro alegórico de 19 metros. Tahehiko Ishiara, gerente de publicidade da Asahi Beer, explica que o Brasil foi escolhido como cenário porque o anunciante deseja dar à campanha um clima de “paixão latina” e pretende superar a repercussão do seu comercial anterior, dirigido por Michael Bay, de blockbusters como Transformers, Armageddon e Pearl Harbor.
“O Brasil foi escolhido principalmente pelo clima quente e pelo povo, que também é muito caloroso. E o Rio de Janeiro, pela alegria de seu Carnaval. Queríamos que Masaharu Fukuyama aparecesse tomando uma cerveja gelada no meio da multidão. E esse tipo de imagem só pode ser obtido no Rio de Janeiro”, elogia Ishiara.
A opção pelo diretor brasileiro Marcos Menescal também está ligada ao objetivo de que o comercial passe ao público este clima típico do País. Ele foi selecionado após uma concorrência com outras produtoras, entre elas a O2 Filmes. “Optamos por um diretor brasileiro justamente para captar bem o espírito do País”, frisa Ishiara.
Olho no Brasil
O executivo do anunciante adianta que sua empresa pensa em trazer para o Brasil a Asahi Beer Super Dry, marca que é comercializada em 80 países. Entretanto, ressalva, ainda não há um plano concreto neste sentido. Ishiara considera que a vinda da concorrente Kirin para o Brasil, com a compra da Schincariol, é uma boa sinalização em vários segmentos. “As empresas japonesas estão de olho no Brasil, mas vir pra cá não é tão fácil. O mercado brasileiro de cerveja está crescendo, as perspectivas são muito boas, mas os consumidores preferem as marcas nacionais”, analisa. Ele observa ainda que o mercado brasileiro tem mais do que o dobro de marcas do Japão. “Outro aspecto importante é que a Asahi Beer Super Dry é uma cerveja refrescante, é fresh. O transporte do Japão para o Brasil demora e nós queremos ter a certeza de que isso não prejudicará a qualidade do produto”, conclui. A marca integra a categoria dry beer, ou cerveja seca, que tem a maior parte do açúcar convertido em álcool por meio de um longo processo de fermentação.
Atualmente, a Asahi Beer detém 50% de share no mercado japonês de cervejas, que possui quatro grandes fabricantes. Segundo Ishiara, o consumo de cervejas está caindo no seu país. “Por outro lado, as fabricantes japonesas estão expandindo suas operações no exterior”, explica. A Asahi Beer, por exemplo, já tem fábricas na China e na Coreia, além de filiais na Ásia, Oceania, América do Norte e Europa.
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