Diretoras buscam mais oportunidades por trás das câmeras
Após mais de um ano de existência no Brasil, projeto Free the Bid ganha adesão de 14 agências; ideia é ampliar trabalhos de profissionais do audiovisual

Diretoras que fazem parte do projeto fazem balanço das primeiras ações (Crédito: Divulgação)
Entre as diversas áreas da indústria da comunicação em que as mulheres buscam maior participação está o setor audiovisual. Da percepção de que a maioria dos profissionais contratados para dirigir comerciais ainda são homens, a Apro (Associação Brasileira de Produção de Obras Audiovisuais) trouxe ao Brasil, há mais de um ano, a plataforma Free the Bid. Idealizada nos Estados Unidos, a iniciativa propõe um compromisso às agências de publicidade: incluir ao menos uma mulher nos orçamentos feitos com diretores de cena para a produção de comerciais.
Após o primeiro ano completo em vigência no País, o Free the Bid já consegue mensurar os primeiros resultados: 14 agências de publicidade tornaram-se signatárias do compromisso de incluir diretoras de cena em seus orçamentos de produção: Africa, AKQA, BETC/ Havas, Dentsu, Fbiz, F/Nazca, FCB, Isobar, Lov, Mutato, Publicis, R/GA , Tribal e WMcCann. A DM9 também chegou a assinar o pacto antes de ser fundida com a Sunset, dando origem à SunsetDDB.
Ao longo do ano passado, essas agências fizeram orçamentos com 25 diretoras de cena que fazem parte do Free the Bid no Brasil — além da regra para a cotação dos diretores, o movimento também funciona como um banco de dados de talentos, no qual as diretoras expõem seu portfólio e experiências profissionais.

Agências brasileiras aderem ao Free the Bid
Entre as agências que mais contrataram diretoras de cenas para trabalhos no ano passado, segundo análise do Free the Bid, a Publicis aparece em primeiro lugar, seguida de BETC/Havas, Africa, Dentsu, Mutato e DM9. Já considerando as que mais fizeram orçamentos com diretoras mulheres, Africa e Publicis dividem a liderança, seguidas de DM9, BETC/Havas e Dentsu. “Demos importantes saltos, conquistamos importantes parcerias e pudemos observar que, sim, a quantidade de filmes dirigidos por mulheres aumentou. Mas não se muda um modo de pensar assim, de uma hora para outra. É importante termos a consciên cia que o trabalho vai muito além de firmar um compromisso de participação em um orçamento”, opina uma das integrantes do projeto, Mariana Youssef, diretora de cena da Paranoid.