Por que artistas empreendem na comunicação?

Buscar

Por que artistas empreendem na comunicação?

Buscar
Publicidade

Comunicação

Por que artistas empreendem na comunicação?

Preta Gil, sócia da Mynd, reflete sobre evolução da agência e movimento de celebridades e influenciadores empreendedores


14 de setembro de 2021 - 6h00

Se no início da década passada, aos artistas era reservado o único papel de garotos-propaganda nas relações com agências de publicidade e marcas, hoje essa realidade mudou — e muito. Não só músicos, atores e produtores de conteúdo começaram a ter voz ativa ao opinar sobre uma campanha em mídia tradicional, mas também passaram a integrar o segmento como players em suas próprias agências, participando, assim, de concorrências, criação de campanhas, planejamento estratégico e em outras funções próprias do jogo.

 

(Crédito: Divulgação/Mynd)

Este ano, por exemplo, Otaviano Costa e Flávia Alessandra lançaram a agência Family e Maísa se associou com seu empresário, Guilherme Oliveira, para fundar a Mudah. Além disso, Felipe Neto é sócio da Play 9.

Uma das agências mais antigas da história recente comandada por uma celebridade é a Mynd, que tem como sócia Preta Gil. Antes de cantora, Preta Gil foi publicitária durante oito anos, desde que, aos 16, participou de um projeto de Nizan Guanaes. Em 2017, a artista voltou diretamente ao segmento como sócia da Mynd. Hoje, com quatro anos, a agência tem 250 agenciados e somou mais de 2 mil clientes.

Meio & Mensagem – Por que você decidiu embarcar nessa empreitada?
Preta Gil – Em 2017, a Fátima Pissarra (CEO da Mynd), através da Vevo, captava patrocinadores para o meu bloco. Em uma reunião com os patrocinadores, eu dissertei sobre vários assuntos e ponderei várias questões com o cliente. Após esse encontro, comentei com a Fátima sobre ela agenciar artistas, especialmente os de música, que era algo que ainda não existia no mercado. E ela falou: “nossa, você entende desse negócio de influência, você conhece todo mundo. Eu abro, mas só se você for minha sócia”. Nesse momento, surgiu a ideia de abrir um negócio, uma agência para cuidar de artistas, cantores e influenciadores, e a gente embarcou nessa juntas.

M&M – Qual era a lacuna que vocês enxergavam nesse mercado?
Em 2017, a gente já entendia que o mercado de influência digital era o futuro, que os microinfluenciadores iriam dominar e que os macros também deveriam encontrar uma linguagem para a internet. A gente percebeu uma necessidade de aproximação dos artistas com as marcas e um approach mais transparente. Foi por isso que a Mynd foi criada. Nós começamos com o objetivo de ser uma agência para conectar artistas da música com as marcas e, hoje, evoluímos, expandindo nosso negócio.

M&M – Qual era o objetivo da Mynd no começo e qual é ela agora?
O objetivo da Mynd no começo e agora são os mesmos: potencializar talentos, forças artísticas, seja você cantor, tiktoker — potencializar a criatividade daquela pessoa aliada a marcas que sejam relevantes para suas imagens. E também levar artistas relevantes para marcas. Além de criar grandes potências através da diversidade e inclusão.

M&M – Qual é a sua função atual na agência?
Minha função na agência é ficar ao lado da Fátima e do Carlos Scappini (COO da Mynd) nas decisões importantes. No dia a dia, estou ao lado dos diretores artísticos de todos os núcleos, falando sobre as relações, projetos e oportunidades. Também fico no radar de novos talentos, já que estamos sempre avaliando novos agenciados. É um dia a dia prazeroso e gostoso.

M&M – No que você vê que a Mynd evoluiu nesses quatro anos?
A Mynd nasceu para ser uma empresa em que a diversidade fosse nosso DNA, e de fato é. Evoluímos para que essa diversidade acontecesse da porta para dentro. Somos uma empresa com mais de 200 funcionários com equidade de gênero, de raça, temos praticamente 50% de funcionários negros, mais de 60 ou 70% de mulheres. É uma empresa que a gente discute muito internamente questões como machismo, racismo, homofobia. É uma empresa inclusiva, diversa, isso está no nosso DNA e automaticamente quando prestamos algum serviço para agências e artistas nossa preocupação é sempre essa. Evoluímos conseguindo fazer esse DNA expandir para o mercado.

M&M – Por que artistas e influenciadores decidem empreender em comunicação?
Eu acredito que, hoje, um artista precisa estar em todas as plataformas, tanto a física como a digital. Na pandemia, a ausência de palco, shows e eventos evidenciou isso ainda mais para os que ainda não tinham uma atuação digital forte. Ela fez com que os artistas que ainda não tinham essa compreensão entendessem a importância do digital como uma plataforma base para se conectar com os seus fãs e clientes.

M&M – Qual a visão que artistas e influenciadores têm da publicidade, do conteúdo e do que chama a atenção dos consumidores e marcas hoje em dia?
Acho que o que chama a atenção das marcas e dos consumidores hoje é a verdade, a atitude e a autenticidade. Não importa se você é um formador de opinião e produtor de conteúdo micro ou macro, mas sim se você passa credibilidade e verdade naquilo que faz. Eu sempre comento que você pode ter 100 seguidores, mas se você é influencer, está influenciando alguém, seja sua vizinha, tia ou prima. Por isso, tem que ter coerência com o que você pensa e faz para, através disso, ter credibilidade e autenticidade.

M&M – Existe algo que as empresas de agenciamento de artistas e influenciadores tradicionais (não fundadas por artistas) não estão cumprindo?
O que eu vejo são outras agências também muito boas e sólidas no mercado, parceiras inclusive da Mynd. Hoje temos agenciamento 360º de pelo menos 10 artistas, mas trabalhamos como agentes dos talentos para marcas, a parte comercial, então trabalhamos em parceria com vários empresários e outras agências. Não tenho esse hábito de olhar ou criticar o gramado do vizinho, quero florir nosso gramado, mas quero que as abelhas também levem daqui flores para outros lugares. Acho que quando acontece o que acontece na Mynd, de atingirmos tanta gente, ter um trabalho relevante, acho que isso influencia o mercado como um todo, acho que todo mundo começa a querer entender o que é diversidade de verdade, não dá boca pra fora mas na construção do que é essa diversidade.

M&M – Quais são os próximos objetivos na agência?
Nosso objetivo hoje é continuar atendendo com excelência nossos clientes, prestando serviço para agências, parceiros, marcas, e fazer com que nossos artistas e talentos potencializem suas vozes e transformem vidas.

Conheça as histórias das agências e content houses Mudah, Family, Play9, Final Level e Nice House na edição 1977 do semanal do Meio & Mensagem. O semanal está disponível no aplicativo M&M e no acervo.

**Crédito da imagem no topo: Gremlin/Getty Images

Publicidade

Compartilhe

Veja também

  • Drogaria São Paulo escala Arnaldo Cezar Coelho

    Drogaria São Paulo escala Arnaldo Cezar Coelho

    Com bordão “Pode isso, Arnaldo”, campanha criada pela agência LVL apresenta serviços e cuidados oferecidos pela rede de farmácia

  • Ferramenta quer ampliar performance de mídia com inteligência artificial

    Ferramenta quer ampliar performance de mídia com inteligência artificial

    Com a solução "Bacon", Media Hero investe em IA causal para otimizar investimentos por meio da classificação da jornada de compra dos usuários