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Quando a criatividade encontra a disciplina

Com menos de 9 milhões de habitantes e um estado de tensão militar, Israel disputa com Vale do Silício, Londres e Pequim o dinheiro e a atenção dos investidores


22 de fevereiro de 2018 - 7h30

 

Um dos dezenas de campus de inovação existentes em Tel Aviv

Por Luiz Gustavo Pacete, de Tel Aviv*

O livro Nação Empreendedora, derivado da versão original Start-up Nation, conta em detalhes o motivo pelo qual Israel ganhou esse apelido. Na explicação de Dan Senor e Saul Singer, sobre uma perspectiva histórica, é possível entender o motivo de, anualmente, mais de 200 empresas serem criadas por ex-militares fazendo com que Israel já seja berço de entre 4 mil e seis mil startups ativas. Tel Aviv disputa investimentos com outros hubs como Vale do Silício, Londres, Pequim e Nova York.

Data de 1960, o início de uma cultura militar focada em inovação que influencia diretamente o modus operandi de centenas de startups incubadas e aceleradas em Tel Aviv, uma das maiores concentrações de startups do mundo e uma das melhores cidades para começar uma empresa. Yev Brener, CRO e co-founder do aplicativo 365, é um dos exemplos da importância da cultura militar para as startups. “Aos 18 anos, todos os cidadãos vão para as Forças Armadas. E foi no Exército que eu e quatro amigos nos conhecemos para fundar nossa empresa. Éramos encarregados do sistema de alerta de Israel, responsável em notificar as pessoas quando uma ameaça vinha em nossa direção”, lembra.

 

A junção de disciplina militar com dificuldades geográficas forja desde cedo uma mentalidade empreendedora em muitos jovens de Israel

Yev Brener conta que foi deste encontro que surgiu a ideia de enviar mensagens felizes sobre resultados esportivos. “Muitos fundadores de startups israelenses tiveram a mesma trajetória depois de servir em unidades de tecnologia voltadas a salvar vidas”. Marco Faldini, engenheiro brasileiro com experiência em negócios digitais, que mora em Tel Aviv há dois anos, explica que Israel combina o “modo de sobrevivência” com o “caldo de culturas”.

“Os incentivos governamentais e acadêmicos para o empreendedorismo reforçam essa combinação e atraem os fundos de Venture Capital e o investimento de pesquisa das grandes empresas para essa região. E o que vemos nos últimos anos com cada vez mais frequência são startups brotando em cada canto da cidade”, diz Faldini.

Arte Meio & Mensagem / Sérgio Meirelles

Anualmente, Israel realiza um evento que tem como temática principal o fracasso.  Uri Levine, fundador do Waze e investidor serial, afirma que o segredo de Israel é resultado de muitas coisas. “Temos questões bem particulares, como o sistema militar obrigatório que ajuda jovens a amadurecerem e criarem uma disciplina em sua jornada. Por fim, Israel, como mercado consumidor, é pequeno, são quase nove milhões de habitantes, o que força as startups pensarem globalmente a partir do primeiro dia de sua existência”, afirma.

 

Independentemente de gênero, o exercício militar é obrigatório e, para alguns, aprender a programar faz parte da disciplina

Segundo Marta Mozes, community manager do Google Campus Tel Aviv, o perfil das startups no Campus Tel Aviv é variado e, em sua maioria, formado por startups com foco global, além disso, diversidade é fundamental no processo. “Nos esforçamos para levar muitas comunidades diversas ao Campus.” Segundo Marta, no momento, muitas startups da região estão focadas em integrar inteligência artificial e machine learning. “Também temos uma comunidade muito grande de  blockchain.” Outros setores que têm presença muito forte no campus são fintechs e comércio eletrônico.

*O repórter viajou a convite da HP

 

** Crédito da imagem no topo: slidezero_com/iStock

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