Under Armour mira setor de wearables

Meio & Mensagem
11 de janeiro de 2016 - 8h38

(*) Por George Slefo, do Advertising Age

A Under Armour está apostando que o dinheiro para comprar suas linhas de roupas está indo para devices conectados e inteligência artificial. A empresa anunciou que vai trabalhar com o supercomputador Watson, da IBM, para acrescentar inteligência artificial aos recursos da sua pulseira fitness. A notícia surgiu dias após a apresentação do seu tênis inteligente de US$ 150, o UA SpeedForm Gemini 2, e do HealthBox, sistema criado para medir, monitorar e gerenciar os fatores que determinam como o usuário se sente, durante a CES.

Para o segundo item, os consumidores podem comprar um kit de US$ 400 que inclui uma balança conectada que analisa a gordura e o peso, um monitor de frequência cardíaca que deve ser colocado no peito no usuário e um relógio fitness. O produto foi desenvolvido em parceria com a HTC e é a principal investida da fabricante de material esportivo no universo da internet das coisas e pretende conectar atividade física, sono e nutrição.

Chris Glode, vice-presidente de fitness digital da Under Armour, trabalhou anteriormente na MapMyFitness, app de monitoramento fitness comprado pela fabricante em 2013 por cerca de US$150 milhões. A compra foi uma tentativa da empresa para se conectar com seus clientes por meio de tecnologia e serviços ao invés de apenas calçados e camisetas.

Segundo Glode, a companhia comercializará o HealthBox por meio de ofertas de seus aplicativos que somam mais de 160 milhões de usuários. O marketing será integrado às demais campanhas da empresa, o que significa que não haverá um esforço isolado em cima de tecnologias wearables.

Ao mesmo tempo em que trabalha com parceiros tradicionais, como Dick’s e Sports Authority, para lançar o HealthBox, a Under Armour estreia nas lojas da rede Target. “Somos muito focados em parcerias quando o assunto é distribuição e também estamos considerando novas oportunidades abertas para nós. Estamos entrando em locais onde tradicionalmente nossos produtos não eram comercializados. Entrar na nova categoria de wearables nos deu uma amplitude maior em canais de distribuição”, aponta Globe.

Ainda de acordo com o executivo, wearables serão um grande foco da Under Armour em 2016 e além. "A categoria não recebeu muita atenção da empresa nos últimos anos, mas as oportunidades para nós surgiram em novas frentes: isso pode gerar uma receita significativa equivalente ou talvez até mais importante. Sentimos que podemos estabelecer aquela conexão com os consumidores. Agora podemos atrair um novo tipo de consumidor que antes apenas usava nossos apps gratuitos e que agora deseja comprar itens físicos”, afirma.

A Under Armour também planeja oferecer insights fitness para seus consumidores através do Watson, solução de computação cognitiva da IBM. A empresa está unindo essa tecnologia com o UA Record App, que atuará como um consultor pessoal de saúde e treinador de atividades físicas.

Tradução: Fernando Murad