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Disney +: importância do Brasil e estratégias

Com parcerias, Disney quer se assegurar de que o cliente tenha diversas opções para fazer a assinatura; Brasil é aposta na América Latina


17 de novembro de 2020 - 6h00

Não apenas um aplicativo, e sim um espaço de destino para todas as produções Disney, Pixar, Marvel, Star Wars e National Geographic. É assim que Juliana Oliveira, head de strategy & business development da The Walt Disney Company, definiu o Disney + em coletiva na qual ressaltou a importância da chegada do streaming na América Latina e, em especial, no Brasil.

 

Sandy e Gabriel Medina protagonizam campanha de lançamento da plataforma no Brasil (Crédito: Reprodução/The Walt Disney Company)

Marcado para ser lançado nesta terça-feira, 17, o Disney + chega ao Brasil prometendo entregar uma plataforma que comporta acesso a quatro telas simultâneas, sete perfis de usuários por assinatura com avatares exclusivos para a América Latina, 17 idiomas em áudio e legenda, funções de acessibilidade, imagem em 4K HDR, controle parental, funcionalidade para assistir a conteúdos em grupo com outros assinantes, botão para compartilhar nas redes sociais, lista para assistir mais tarde, além de todo o acervo das marcas, com destaque para os originais Disney +, conteúdo local e possibilidade de download dos filmes e séries em até dez dispositivos. As produções são separadas por marcas, filmes ou séries, gêneros, recomendações, mais procurados e originais Disney +.

De acordo com Juliana, ao Brasil foi delegada a maior expectativa de lançamento na América Latina, por conta da alta digitalização entre o público local e por se tratar de um mercado muito competitivo. “Temos um nível de awareness e afinidade com a marca altíssimos. Não podemos compartilhar números de pré-venda ou meta de assinantes, mas acreditamos que teremos um número expressivo de assinantes no Brasil”, assegurou a executiva. O streaming chega no Brasil poucos dias da marca completar um ano de seu lançamento nos Estados Unidos. Atualmente, o Disney + soma 73 milhões de assinantes, 13 milhões adquiridos de agosto à novembro.

A porta-voz anunciou que em breve a companhia irá divulgar os planos relacionados a investimento em conteúdo original, mas contou que já estão em conversa com artistas e diretores locais para atender o gosto dos brasileiros. Além disso, o catálogo contará com produções locais que foram exibidas nos canais lineares da empresa, como Bia, Sou Luna, Juacas, Violetta e outros. Alguns lançamentos ocorrerão simultaneamente com a versão dos Estados Unidos, como a série The Mandalorian, e outros serão ajustados aos hábitos locais. De acordo com Oliveira, ainda é cedo para diferenciar os hábitos de consumo dos brasileiros e de demais países na América Latina dos demais países que o Disney + opera, mas acredita que marcas como Marvel e Star Wars, que já fazem sucesso globalmente, devem atrair o público.

Apesar da recente aquisição da 21st Century Fox, os conteúdos das marcas Fox não estarão disponíveis no Disney +, a não ser alguns episódios de The Simpsons. Juliana diz que algumas produções tem maior fit com a Star Plus, outro streaming que a companhia prepara.

Estratégias comerciais e de divulgação
Para o lançamento, a Disney apostou em parcerias com grandes marcas de diferentes segmentos. O Bradesco está oferecendo a assinatura anual do Disney + para clientes com até seis meses gratuitos a depender do meio de pagamento. O banco ainda providenciou que clientes contratem o serviço por assinatura mensal; o Globoplay criou combos para assinatura conjunta durante a pré-venda do streaming; a Vivo incluiu o VOD como opção do plano pós-pago Vivo Selfie; e usuários do Mercado Livre e Mercado Pago receberão até seis meses grátis ao assinarem o serviço de streaming por um ano.

“Nós realmente acreditamos muito no sucesso dessas parcerias. Hoje temos quadro e de segmentos distintos. Vai ser interessante termos insights de que consumidor consome o que, vai ser muito rico para a gente. Para cada um desses quatro parceiros temos ofertas distintas porque queremos nos assegurar de que o cliente tenha a opção que lhe convém para fazer a assinatura”, explicou Oliveira.

Já a comunicação da plataforma está sendo feita em parceria com personalidades do País, como o surfista Gabriel Medina e a cantora Sandy. Ambos participaram de filmes exibidos em TV e no digital em que testam sua personalidade ao escolherem personagens das marcas com os quais mais se identificam na ferramenta nomeada DNA Disney +, disponível no site do streaming. Os eleitos para protagonizarem as campanhas representam alguns dos públicos alvos da plataforma: a família, representada por Sandy, e o que Juliana denominou “AWOLKS”, uma sigla para “adultos sem filhos” em inglês, representado por Gabriel Medina.

Recepção nacional
Em agosto, especialistas e players do mercado de streaming, cinemas e entretenimento relataram ao Meio & Mensagem que a chegada do Disney + no Brasil poderia, corretamente, implicar em parcerias e combos de assinatura com serviços de banda larga e telefonia móvel, como é o caso da Vivo.

Uma das grandes dúvidas dos especialistas era a aceitação do público quanto à mensalidade, já que o brasileiro não chega a assinar dois streamings, como já é comum no mercado norte-americano. O plano mensal do Disney + fora da pré-venda é de R$ 27,90, já incluindo a opção de quatro telas simultâneas. O plano básico individual da Netflix está R$ 21,90, o intermediário, que permite duas telas simultâneas, R$ 32,90; e o premium, que permite quatro telas simultâneas, R$ 45,90.

Porém, de forma geral, o parecer do mercado foi de que a vinda do Disney+ para o Brasil é bom para o consumidor, pois representa uma nova oferta de conteúdo, e para produtoras e distribuidoras, pois é um novo espaço para ofertar conteúdo. O lado a ser avaliado é o quanto o lançamento de filmes no Disney + pode impactar o mercado exibidor, já que longas como Artemis Fowl e Mulan, previstos para estrear em cinema, tiveram o streaming como primeira tela por conta da pandemia.

**Crédito da imagem no topo: Pan Xiaozhen/Unsplash

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