A chegada do Pix, a pandemia e uma saída para o mercado

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Opinião

A chegada do Pix, a pandemia e uma saída para o mercado

Uma guerra financeira generalizada está para começar no setor de comunicação: bancos X fintechs X adquirentes X postos de gasolina X redes de varejo X carteiras digitais X bandeiras X startups e por aí vai


4 de novembro de 2020 - 13h17

(Crédito: iStock)

A categoria financeira do Brasil está passando por um furacão com a chegada do Pix. Viveremos e teremos mudanças como nunca antes vistas. No fundo, será só o primeiro passo rumo ao open banking, à aceleração que faltava para digitalizar, simplificar e melhorar todo o processo financeiro do país.

E as implicações que esse movimento vai trazer para qualquer empresa que se relacione financeiramente com os consumidores serão inúmeras. (A título de curiosidade, o Reino Unido, que já adotou esse formato desde 2008, quebrou recorde em 2019 pelo FPS – Faster Payments Service – realizando 2,4 bilhões de transações, e o total de dinheiro processado aumentou em mais de 230 bilhões de libras; se comparado com 2018, foi um aumento de 14%. Fonte: www.fasterpayments.org.uk)

Todas elas terão que, obrigatoriamente ter uma melhora significativa na qualidade dos serviços oferecidos. Tudo porque, finalmente, o consumidor terá voz. Com mais poder de escolha e mais opções, as pessoas terão mais força. E aqueles que, por sua vez, sempre tiveram suas imagens atreladas à de ‘vilões’ da categoria, como os Bancos ou Adquirentes, terão a chance de se reposicionar, agora como grandes parceiros não comoditizados, que podem ir muito além da conversa da taxa, do DOC, do TED ou da maquininha. Até porque essas já estão com os dias contados mesmo, certo? (E dá-lhe Pix).

Mas eu queria mesmo era falar sobre o que nós, estrategistas, planejadores, criativos, pessoas de marketing e negócios podemos e vamos ganhar com esse cenário também.

Porque a chegada do Pix, em meio a uma pandemia que vem atacando o nosso mercado, pode ser uma faísca interessante que se espalha por outras categorias: inspirando mudanças, mais investimentos, mais ousadia e mais criatividade.

Explico: uma guerra financeira generalizada está para começar no nosso querido setor de comunicação. Bancos x fintechs x adquirentes x postos de gasolina x redes de varejo x carteiras digitais x bandeiras x startups e por aí vai.

Já vivemos famosas guerras de comunicação no país: entre as cervejas, entre as operadoras de telefonia fixa, móvel e mais recente a guerra das maquininhas. Costumam ser épocas efervescentes da propaganda brasileira. Ação e reação. Planos de emergência. Ações criativas de marca e de varejo rodiziando na TV. “War-rooms”. Times empolgados, no cliente e na agência, trabalhando lado a lado, tentando antecipar o movimento da concorrência. Uma “guerra” no nosso mercado é uma coisa boa. Esse é o ponto. Porque, no contexto atual, a proposta de valor vai ser mais do que nunca essencial.

Atendimento de qualidade, benefícios relevantes e serviços customizados são só alguns exemplos que farão toda a diferença. Mas não é só isso que vai ganhar o jogo. A melhor estratégia de comunicação para se diferenciar nesse mar de informação que vai inundar as telas das pessoas será fundamental para ganhar relevância na vida dos consumidores.

E é aí que nós podemos contribuir e ter um papel mais importante do que nunca nessa história. Aproveitar mais esse momento para provar o valor que as agências têm ao lado dos seus clientes, contribuindo com conhecimento e pensamento estratégico de negócios, entendimento profundo das audiências, criatividade e eficiência de mídia. E os clientes aproveitarem esse momento para estar um passo à frente da sua concorrência e ousarem na estratégia, na criatividade e na visibilidade, mas também intensificar a relação com a agência.

A verdade é que se tem algo bom para levarmos dessa guerra financeira do Pix em meio a esse contexto ruim da pandemia é o efeito cascata positivo que esse movimento poderia trazer para o mercado.

Diferentes categorias mais aquecidas. Estratégias e criatividade mais agressivas. Retomada de investimentos. Mais objetividade e agilidade. Relações entre cliente e agência renovadas.

Então, se você atende uma marca ou está dentro de uma empresa que faz parte desse movimento, encare seu papel com esse baita potencial pela frente. E por que não com essa responsabilidade também?

Mas mesmo que você não esteja ligado a essa categoria, entenda que torcer para que isso tudo de fato aconteça, que você pode aproveitar esse impacto positivo no mercado, pode ser também o (re)começo de muita coisa boa, importante e de que tanto precisamos.

*Crédito da foto no topo: iStock

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