Meio & Mensagem
16 de janeiro de 2018 - 11h45
Com base no volume gigantesco de dados com os quais lida, anualmente o instituto de pesquisa Euromonitor publica a relação das 10 Tendências Globais de Consumo. Este ano, o relatório afirma que numa economia global mais forte os gastos dos consumidores devem retomar patamares igualmente mais robustos, equiparando-se aos índices de 2011. No entanto, as mudanças de comportamento e atitude dos consumidores continuarão a ser um fator de disrupção nos negócios. Além disso, a tecnologia mobile e a acessibilidade da internet terão papel fundamental em modelar as preferências dos consumidores em 2018.
Veja a seguir o resumo dessas tendências e perfis de consumidores:
- Vida Limpa: Os consumidores estão adotando um estilo de vida “clean” e mais minimalista, no qual moderação e integridade são palavras-chave. A geração “straight edge” é relevante entre os que têm de 20 a 29 anos, tiveram acesso à educação superior e cresceram em meio a fortes recessões econômicas, terrorismo e turbulências políticas. Essa geração adotou uma visão de mundo mais ampla que as gerações anteriores.
- Os Inquilinos: Uma nova geração preocupada com a comunidade, que prefere o aluguel e as assinaturas, está reformulando a economia, fazendo do consumo ostentação uma coisa do passado. A rejeição da posse material em prol das experiências e um estilo de vida mais livre, que vem caracterizando os hábitos de compras dos millennials nos últimos anos, é uma tendência que continua a se desenvolver e se espalhar pelo mundo.
- Cultura da Reinvindicação: Seja colocando suas reclamações no Twitter, espalhando mensagens virais pelas redes sociais ou participando de petições online, consumidores estão dando voz às suas opiniões. O “ativismo hashtag”, embora não seja tão novo, vem ganhando força à medida que as pessoas tenham acesso à internet e redes sociais.
- Está No Meu DNA: A crescente curiosidade das pessoas sobre sua composição genética – que os fazem tão especiais – e a busca por personalização dos produtos/serviços de saúde e beleza estão alimentando a demanda por kits de DNA domésticos. Os consumidores-alvos vão desde aqueles que se preocupam com seu bem-estar até os que buscam entender suas origens e os fanáticos por nutrição e vida fitness.
- Empreendedores Adaptativos: Buscam mais flexibilidade e estão preparados para assumir riscos. Os millennials particularmente possuem uma natureza empreendedora, deixando de lado a rotina “das 9 às 17h” e buscando uma carreira que ofereça mais liberdade.
- Vejo do meu Quarto: Em 2018, percepção e realidade se conectam, mesclando imagens digitais com o espaço físico. Consumidores poderão visualizar os produtos antes de comprá-los, seja nas lojas físicas ou pelo e-commerce. A sofisticação dos celulares em 2017 abriu portas para mais funcionalidades, envolvendo a tecnologia de Realidade Aumentada.
- Consumidores Detetives: Com maior agitação política em 2017, a crise de confiança dos consumidores está aumentando e gerando maior envolvimento emocional e ações por parte deles, que continuam céticos quanto aos produtos de massa e às motivações das empresas por trás desses produtos. Cansados de ouvir retóricas vazias e palavras tranquilizadoras, buscam conhecer os detalhes sobre a produção e distribuição dos itens.
- Co-Habitação: A tendência de co-living floresceu entre os millennials e entre os consumidores acima dos 65 anos. É uma maneira de se viver onde as pessoas dividem uma habitação e compartilham os mesmos interesses e valores. Essa tendência nasceu nos centros urbanos que abraçaram a economia compartilhada como um estilo de vida.
- Designers Digitais: O desejo de alcançar a verdadeira autenticidade está impulsionando a personalização a um outro nível em 2018, transformando os consumidores em criadores, permitindo que eles participem do processo de design e produção daquilo que compram.
- Os Sobreviventes: Dez anos após a crise de crédito, que anunciou o início da Grande Recessão, a mentalidade frugal dos consumidores permanece inalterada. Apesar de as economias terem melhorado, com aumento da renda e queda do desemprego, a disparidade entre o rico e o pobre segue muito visível. Aqueles que se encontram presos entre os baixos salários, escassos benefícios governamentais e os altos custos de vida continuam lutando para lidar com a austeridade.