A conta do Papai Noel

Janaina Langsdorff
8 de dezembro de 2011 - 8h30

A Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) estima um crescimento de 6,5% nas vendas de fim de ano, mas a estimativa dos shoppings paulistas é bem maior, variando entre 12% e 25%, de acordo com os empreendimentos consultados pelo Meio & Mensagem.

A previsão mais elevada é do Shopping Parque Santana, que espera justamente um aumento de 25%, seguido do Shopping Vila Olímpia (21%) e do Shopping Taboão (20%). O índice de 15% é esperado pelo Center Norte, Bourbon, Interlagos, Maxi Shopping Jundiaí, no interior paulista, e pelo shopping União de Osasco. Em seguida, vem o shopping Butantã (14%), Central Plaza (13%) e Anália Franco (12%).

Já na projeção para o fluxo de visitantes, o campeão é o Center Norte (20%), seguido pelo Butantã (18%), União de Osasco (17%), Taboão (15%), Maxi Shopping Jundiaí (12%), Central Plaza (11%), Interlagos (10%), Bourbon (8%) e Parque Santana (8%).

Sem crise
O chamariz de público ganha impulso com os investimentos na decoração e na campanha de Natal. O aporte do novo ParkShopping São Caetano, por exemplo, inaugurado no último dia 10 de novembro, é de R$ 5,5 milhões, apenas R$ 500 mil a mais do que um dos shoppings mais tradicionais da capital paulista, o Center Norte.

Mas a diretora do “shopping da família”, Gabriela Baumgart, garante que o valor é suficiente para consolidar o plano de contenção iniciado em setembro. O objetivo foi neutralizar a crise deflagrada a partir de irregularidades ambientais apontadas pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente e a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).

No dia 5 de outubro, o shopping chegou a ser interditado, sob a alegação de que as providências tomadas na tentativa de drenar o gás metano do solo para a atmosfera não eliminaram completamente o risco de explosão em áreas sem ventilação, como depósitos de lojas e galerias de esgoto e telefonia. “Depois da crise, a campanha de Natal ganhou um peso ainda maior. Esse é o maior investimento da história do shopping”, afirma Baumgart. Em 2010, o montante investido no Natal foi de R$ 4,5 milhões.

O valor de R$ 5 milhões aplicados neste ano inclui a decoração, com o tema “Vila de Natal”, e uma campanha assinada pela Moma, sob o título “Exagero de Natal”. A estratégia conta com o filme “Livreiro”, anúncios, peças de comunicação interna e ações digitais, além de uma promoção que sorteará cinco automóveis zero km do modelo Honda CR-V, mediante a realização de compras no valor de R$ 300,00.

“Logo após o Dia das Crianças, já havíamos recuperado 95% da circulação e, em novembro, 100%”, compara Gabriela Baumgart. Hoje, a visitação ultrapassa a marca de 120 mil pessoas ao dia. “As ações relacionadas ao Natal são uma forma de agradecer a presença do público que frequenta o shopping durante todo o ano e que confiou no Center Norte durante a crise”, acrescenta a executiva. De acordo com Ricardo Afonso, superintendente do shopping, dos 14 drenos instalados, apenas um indica a presença de gás metano atualmente. “As providências estão todas validadas pela Cetesb”, confirma Afonso. Em 2012, o Center Norte investirá na revitalização do shopping, com a reformulação do seu projeto de iluminação, comunicação visual, mobiliário interno, além da automação do estacionamento.

Trenó cheio
No Shopping Vila Olímpia, o Natal custou R$ 2,7 milhões, quase o mesmo valor despendido pelo Shopping Anália Franco, de R$ 2,5 milhões. Já no Interlagos, a conta do Papai Noel cai para R$ 2 milhões, seguido pelo Shopping União de Osasco (R$ 1,8 milhão), Shopping Butantã (R$ 1,5 milhão), Central Plaza (R$ 1,5 milhão), Maxi Shopping Jundiaí (R$ 800 mil), Shopping Taboão (R$ 700 mil) e Parque Santana (R$ 455 mil). Segundo pesquisa feita pela Alshop, os 766 shoppings existentes hoje do Brasil deverão gastar uma média de R$ 450 milhões com ações ligadas ao Natal de 2011, aproximadamente 7% a mais do que o registrado em 2010.

Novo shopping
A BRMalls acaba de inaugurar o Mooca Plaza Shopping, 45º empreendimento da empresa, uma das maiores operadoras de shoppings centers do Brasil, ao lado da Multiplan, dona dos shoppings Morumbi, Anália Franco, Vila Olímpia e ParkShopping São Caetano, todos em São Paulo, além do BH Shopping (MG), Barra Shopping (RJ), entre outros.

O maior centro de compras construído pela BRMalls nasce com um potencial de consumo da ordem de R$ 1,5 bilhão ao ano e capacidade para receber 1,2 milhão de consumidores, 64% das classes A e B. Renner, Riachuelo, Marisa, C&A, Le Lis Blanc, L’Occitane, Nike, Adidas, e Capodarte, além da primeira unidade da Le Biscuit em São Paulo, estão entre mais de 200 lojas. O shopping conta ainda com seis salas da rede Cinemark e 2.385 vagas no estacionamento.

Com o Mooca Plaza Shopping, a BRMALLS soma 1.428,2 mil metros quadrados de Área Bruta Locável (ABL) e 794,5 mil metros quadrados de ABL próprio. A expectativa é que o novo empreendimento gere cerca de R$ 35,6 milhões em lucros, um dos mais expressivos da empresa, que administra também os shoppings Metrô Tatuapé, Villa Lobos e Metrô Santa Cruz, em São Paulo, além de outros estabelecimentos no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Amazonas, Recife, entre outros.

Mais novidades a caminho
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) aprovou no último mês de outubro uma linha de financiamento de R$ 647,7 milhões para a construção de seis novos empreendimentos no Rio de Janeiro, São Paulo e no Amazonas, todos com inauguração prevista para 2012. São eles o ParkShopping Campo Grande e o Shopping Metropolitano, ambos na Zona Oeste do Rio de Janeiro, o Shopping Center Iguatemi Ribeirão Preto, o Jundiaí Shopping e o Parque Shopping Barueri, esses três no interior de São Paulo, e o Shopping Ponta Negra, que será construído próximo às margens do Rio Negro, na cidade de Manaus (AM).