Amy Webb: “É preciso redefinir as estratégias agora”
Amy Webb, futurista e CEO do Future Today Institute, revela insights sobre potenciais cenários que as marcas devem explorar após a crise do novo coronavírus
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Amanda Schnaider
20 de abril de 2020 - 15h14
Por conta da pandemia do novo coronavírus, o SXSW foi cancelado, porém, Amy Webb, futurista e CEO do Future Today Institute, que lançaria o conteúdo do “Tech Trends 2020” no festival, participou de uma live organizada pela White Rabbit, agência de exploração de tendências, na sexta-feira, 17, onde falou e deu insights sobre o que as marcas estão fazendo de errado neste período e que potenciais cenários devem explorar após a crise.
Para Amy, o mais importante para as companhias, neste momento, é prestar atenção nas tendências, não em coisas que estão na moda agora, mas em tendências longínquas. “É preciso redefinir suas estratégias agora. Tudo está mudando, então, significa que, agora, você tem que pensar em cenários e estratégias”, reforça. Mas, afirma que ter planos de contingência não é o mesmo que ter planos futuros. “Muitas pessoas e companhias estão só pensando nas contingências. É preciso fazer isso ao mesmo tempo em que se explora futuros plausíveis, porque tantas coisas estão acontecendo que, se você não pensar no futuro, estará num mundo de dor”, completa.
Apesar do mundo estar vivendo um crise sem precedentes, a futurista avalia que este momento também é uma grande oportunidade para a inovação. Neste ponto, Amy analisa que o papel das marcas e do marketing na pós-pandemia será diferente em cada país e cita os Estados Unidos, seu país de origem, como exemplo. “Nos Estados Unidos, acredito que temos uma raiva crescente sobre o governo estar priorizando comércio acima da saúde pública. Se esse é o caso, e estou tentando atingir consumidores, terei que ter cuidado sobre o que a minha mensagem trata”, explica, afirmando que os profissionais de marketing precisam perceber o “timing” em que estamos vivendo e até que ponto transmitir a mensagem da marca neste momento está tudo bem.
Pense no agora olhando para o futuro
Tentar antecipar quais serão as necessidades das pessoas daqui um ano e entender como sua marca se simpatizará com essas pessoas no futuro é o que as companhias devem fazer neste momento, de acordo com Amy, que afirma que todos querem uma certa previsão, porque previsões nos fazem sentir confortáveis e seguros. “Não é que precisamos saber do futuro, e sim que nossos cérebros gostam de padrões. É por isso que, em qualquer lugar do planeta, onde há pessoas há regras, porque precisamos de uma série de instruções”, explica a futurista.
Estratégias das marcas para o pós-pandemia
Foque no que está sob o seu controle
Uma das sugestões de Amy para pensar no agora olhando para o futuro é focar em questões que estão sob nosso controle. “Em vez de focar em quando as coisas voltarão ao normal, foque nas coisas sobre as quais você tem controle. Quais são as variáveis em seu controle e fora dele? Agora é a hora de confrontar suas maiores crenças”, reforça. A maioria das companhias têm estratégias muito rígidas e quando acontecem grandes disrupções como esta que estamos vivendo, elas tendem a ficar menos experimentais, ou seja, têm a tendência de derrubar suas estratégias e crenças, e, para a futurista, essa é a abordagem errada.
Amy afirma que a Covid-19 mudou o jeito como as cidades funcionam porque, de repente, todos precisaram ficar mais flexíveis e adaptáveis, inclusive as organizações que, normalmente, não são assim. “Acredito que o fato da humanidade passar por isso junta, moldará o jeito de como trabalharemos e estudaremos no futuro. Espero que tenhamos melhorias”, complementa.
O que Jung ensinaria às marcas na pandemia
Por fim, Amy afirma que, neste momento de crise, muitas pessoas estão confiando mais nas grandes empresas de tecnologia do que no governo, pelo simples motivo de que essas empresas estão deixando um pouco o discurso de lado e fazendo algo de fato. “Parece que estamos somente discutindo e o que precisamosé resolver o problema para discutir no final. Mas discutir é a parte mais fácil, porque é quando todo mundo expressa suas opiniões. O trabalho difícil é ser criativo e resolver o problema”, analisa.
“Sinto que nosso líderes deveriam se unir e colocar de lado as diferenças políticas”, aponta a futurista. Para ela, em certo ponto, as pessoas ficarão cansadas desses homens liderando países, ao notar que países como Alemanha e Nova Zelândia, que, de fato, estão fazendo algo e obtendo sucesso com isso, são liderados por mulheres. “Espero que daqui a dez anos, olhemos pra trás e vejamos que conseguimos. Se esperarmos, por quem estamos esperando? Tem que ser nós. Se queremos um futuro diferente, teremos que fazer o futuro ser diferente”, finaliza.
**Crédito da imagem no topo: hh5800/iStock
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