Após polêmica, Petz anuncia que não venderá mais filhotes
Grupo era comprador de canil clandestino descoberto pela polícia; presidente diz que episódio fez marca rever atuação e promete apoiar eventos de adoção
Após polêmica, Petz anuncia que não venderá mais filhotes
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Bárbara Sacchitiello
20 de fevereiro de 2019 - 12h32
A rede de pet shop Petz anunciou que não irá mais comercializar filhotes de cães e gatos nas 82 lojas que possui em todo o Brasil. A mudança de posicionamento acontece após o nome da empresa estar envolvido na denúncia contra o canil clandestino Céu Azul, localizado no município de Piedade, em São Paulo. No fim de semana, a polícia descobriu o local e, com apoio da ONG da ativista Luisa Mell, resgatou cerca de 1700 animais, entre cães e gatos, que vivenciavam situações de maus tratos.
Na denúncia, a Petz foi apontada como uma das empresas compradoras do canil. Logo após as revelações, o fundador e presidente do grupo Petz, Sergio Zimerman, usou as redes sociais para manifestar sua indignação em relação ao canil e argumentou que todos os documentos e processos homologados pela empresa não haviam demonstrado nenhuma irregularidade sobre a condição dos animais. Nessa primeira manifestação, Zimerman pediu desculpas e prometeu que, se não fosse possível garantir que os fornecedores de animais não estivessem envolvidos em situações como essa, a Petz poderia rever sua política de comercialização de filhotes.
Na noite dessa terça-feira, 19, pelos perfis da empresa nas redes sociais, o presidente voltou à cena para anunciar a decisão de acabar com a venda de filhotes de cães e gatos nas lojas. De acordo com Zimmerman, as próprias críticas e manifestações que a Petz recebeu a respeito do canil de Piedade ajudaram o grupo a rever sua decisão sobre a prática de venda de filhotes, algo que realizava há 16 anos. Além de não comercializar mais filhotes, o presidente do grupo prometeu ceder os espaços das lojas para feiras de adoção de animais. Em algumas cidades brasileiras, a rede de pet shop já cede espaço para feiras e eventos de adoção de ONGs de proteção animal.
Leia, abaixo, a íntegra do discurso de Sergio Zimerman e veja o vídeo:
“Há 16 anos quando criei o Grupo Petz me incomodava muito de ver como eram comercializados cães e gatos: em porta-malas de carros, em feiras em praças públicas, em postos de gasolina na beira da estrada. Fiz um desafio: trazer essa comercialização para dentro de nossas lojas, por um processo mais controlado e mais ético. Fico muito orgulho porque, nesses 16 anos, comercializamos milhares de filhotes, tudo com o valor do bem-estar animal como a coisa mais importante. Ocorre que, na semana passada, um dos canis que mantinha relações conosco sofreu denúncias de maus tratos. Isso nos incomodou muito. Me reuni com a equipe no final de semana para saber qual possibilidade tinha disso acontecer de novo e a equipe me garantiu que era 99% seguro o nosso processo. Ocorre que 99% não é 100%. E se tem a menor possibilidade disso acontecer de novo, então não serve. Então tomei uma decisão: a partir de agora as 82 lojas do Grupo Petz espalhadas por todo o Brasil não comercializarão mais cães e gatos. Quero dizer ainda que temos filhotes remanescentes e que todo o resultado obtido com a venda desses filhotes será destinado a causa animal através das ONGs participantes do projeto Adote Petz. Quero aproveitar também para agradecer as milhares de manifestações que nos apoiaram, nos criticam, mas acima de tudo, nos fizeram refletir e chegar a essa tomada de decisão que nos deixa muito felizes. Quero aproveitar também para comunicar que todos esses espaços que dedicávamos às adoções de cães e gatos serão destinados a ONGs e a protetores independentes para fazerem feiras permanentes ou temporárias. Estamos muito felizes com essa nova fase da Petz e quero aqui convidar protetores independentes e ONGs para darmos as mãos e fazermos do projeto Adote Petz, que já é o maior projeto de adoção do Brasil, um projeto muito maior e muito mais grandioso. Eu conto com o apoio de cada um vocês para a gente resolver esse problema muito grave do abandono animal. Muito obrigado.”
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