“Mulheres em cargos elevados é vantajoso para todos”
Cristiana Brito, da Basf, lança livro no qual aborda a questão da liderança feminina e traz exemplos inspiradores em diversas áreas
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Teresa Levin
8 de março de 2018 - 9h42
Cristiana Xavier de Brito é executiva de relações institucionais e sustentabilidade da Basf e tem mais de 30 anos de experiência e passagens em posições de direção em grandes multinacionais. Ela gosta do cargo que ocupa e diz sentir-se à vontade nele, embora reconheça que no mercado nacional existam poucas mulheres em postos de liderança de grandes empresas. Estes são alguns dos motivos que a levaram a escrever o livro Mulher Alfa — Liderança que Inspira, que será lançado nesta quinta-feira, 8, aproveitando a comemoração do Dia Internacional da Mulher. Na entrevista abaixo, ela comenta o problema da escassez de mulheres na liderança de empresas no País e fala do livro, no qual traz a história de mulheres inspiradoras em diversas áreas como Ana Couto (Ana Couto Branding), Gisela Pinheiro (Basf), Mara Gabrilli (Deputada Federal) e Valéria Scarance (promotora de justiça). Confira trechos da entrevista abaixo:
Meio & Mensagem – Hoje há um baixo número de mulheres em cargos de liderança de grandes empresas no Brasil. Como uma mudança neste quadro poderia agregar a estas empresas?
Cristiana – Eu, como diretora de uma multinacional, integro um grupo pequeno de mulheres que representa 13,6% do quadro executivo das 500 maiores empresas do país. O que as mulheres, os homens, a sociedade e o mercado precisam constatar é que o avanço das mulheres no sentido de cargos mais elevados é vantajoso para todos. As mulheres, com sua visão holística, e sua capacidade de estabelecer relacionamentos e ler emoções ao redor com mais facilidade, são excelentes gestoras. Elas se preparam para chegar aos cargos mais elevados, mas por vezes temem o ambiente e acabam se desmotivando. Seria importante que assumissem os riscos para começar a mudar a forma de gestão para uma modelo mais diversificado. Se elas não decidirem quebrar as barreiras, as barreiras sempre vão continuar ali.
M&M – O que poderia ser feito para uma mudança neste cenário?
Cristiana – Além de trabalharmos para que mais homens enxerguem o potencial de liderança das mulheres, abrindo possibilidades em cargos de mais responsabilidade, é fundamental que as mulheres também almejem maiores cargos e efetivem a sua ambição. O equilíbrio entre vida pessoal e profissional é um desafio para a mulher, mas é possível de alcançar. Se as mulheres não assumirem mais posições de liderança, um novo modelo mais inclusivo dificilmente será implementado.
“Comecei a questionar por que eu me sinto tão bem aqui e por que há tão poucas mulheres nessa mesma posição”
M&M – Você vai lançar um livro focado na liderança feminina. O que a motivou a escrevê-lo?
Cristiana – Justamente o fato de gostar e de me sentir bem e à vontade na posição que tenho hoje. A isso somou-se o meu desejo de ajudar a transformar esse modelo mais masculino de forma a dar a ele contornos mais femininos. Comecei a questionar por que eu me sinto tão bem aqui e por que há tão poucas mulheres nessa mesma posição. O livro foi motivado por minha busca por essas respostas. Tive curiosidade de conversar com outras mulheres, em distintos campos de atuação para, mais do que entender tudo isso, influenciar as novas gerações de homens e mulheres para que tenham esse olhar mais complementar para a liderança. Motivar a geração que hoje está prestes a assumir cargos de liderança. As mulheres, mostrando pra elas que é possível. Os homens, que há ganho muito grande nesse equilíbrio.
M&M – Você utiliza em seu livro a história de dez mulheres inspiradoras em diversas áreas. Como escolheu estes perfis? O que elas trazem em comum?
Cristiana – O livro traz histórias de dez mulheres. Eu busquei de alguma forma representar poder público, privado e a sociedade. Escolhi mulheres comuns para mostrar às leitoras que estamos falando de algo atingível. Essas mulheres ainda me permitiram dar ao livro um viés de diversidade, já que entre elas temos uma gay, uma transgênero, uma deficiente física e uma negra. Em comum todas elas têm coragem, autenticidade e visão holística da sociedade.
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