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Marketing

Setor de bolsas, malas e mochilas reaquece pós-pandemia

Empresas de produtos para viagens, aulas e trabalho crescem em faturamento e unidades de lojas físicas


11 de maio de 2023 - 6h00

Um segmento cuja demanda depende, em grande parte, da demanda pelo turismo e pelo deslocamento, as empresas de bolsas, malas e mochilas estão mostrando sinais de recuperação. Uma das expoentes, a Sestini, alega ter dobrado de tamanho em 2022 e crescido 123% no canal multimarca. Outra marca, a Bagaggio, inaugurou sua primeira loja física em São Paulo em abril deste ano, mas deve abrir outras 30.

Empresas de bolsas, malas e mochilas tentam rejuvenescer marca e atender públicos nos diversos canais de venda (Crédito: Prostock Studio/Shutterstock)

Empresas de bolsas, malas e mochilas tentam rejuvenescer marca e atender públicos nos diversos canais de venda (Crédito: Prostock Studio/Shutterstock)

Impacto da pandemia no setor de bolsas, malas e mochilas

A categoria foi altamente impactada pelo período de isolamento. A LePostiche, por exemplo, entrou em recuperação judicial em abril de 2021, ao acumular R$ 64,6 milhões em dívidas durante o período de um ano. Os produtos, que não representam um item de compra por impulso, foram deixados em segundo plano. A necessidade de malas para viagem e para aulas ou escritório foi reduzida. Assim, as empresas tiveram que paralisar os investimentos.

A comunicação também foi afetada. Segundo o CEO da Bagaggio, Filipe Barbosa, a marca se posicionou como promotora dos cuidados com saúde e proteção, e tentou divulgar a importância dos produtos mesmo dentro de casa. Os produtos térmicos acabaram ganhando tração.

As vendas começaram a melhorar ainda em 2021 com o avanço da vacinação e com a retomada do turismo, a situação vem se estabilizando, mas há entraves. Co-CEO da Sestini, Eduardo Ruschel, diz que os preços das passagens ainda são limitantes. “Nosso caminho não é esperar pelas variáveis incontroláveis, mas sim ganhar share dentro do mercado que temos”, afirma.

Desafios do segmento

Há outras adversidades além da recuperação do período pandêmico. Por se tratar de um segmento com venda de produtos mais esporádica, Ruschel cita a dificuldade na lembrança de marca. Uma pesquisa realizada pela Sestini indicou que a marca mais lembrada da categoria tem o percentual de 30% de share of mind, “um número muito baixo, comparado com outros setores”, coloca. “Isto leva para uma comoditização do mercado, onde o preço é um fator mais importante do que poderia ser. E preço baixo significa mais aventureiros no mercado, trazendo produtos sem qualidade e com práticas não totalmente legais”, argumenta o executivo.

A partir disso, a marca trabalha a multicanalidade na divulgação de marca e uma venda melhor assistida em todas as suas etapas, que reforça a fidelidade e a busca pela empresa em diferentes canais de venda.

O executivo da Bagaggio cita que o avanço das tecnologias exige uma inovação constante dos fabricantes para se adaptar, por exemplo, ao uso de fones de ouvido, power banks, notebooks ou tablets, que necessitam de compartimentos próprios. Junto com essa necessidade, há a busca por um design mais moderno, produto mais leve, prático e com bom custo-benefício.

A forma de lidar com isso é diversificar o mix de produtos da marca e levando a empresa para novos pontos de venda, além de recrutar influenciadores e embaixadores para comunicar as qualidades da marca.

Canais de distribuição visam aumentar venda de malas e fidelidade

A busca por alimentar canais de venda diversos é uma constante na fala dos executivos do setor de bolsas, malas e mochilas. O aumento de faturamento e tamanho da Sestini em relação a 2021 e à pré-pandemia é atribuído a uma boa coordenação entre canais de distribuição, além de uma clara definição do papel de cada um.

As lojas têm a função de ampliar a lembrança de marca e valorizar a experiência e os canais multimarca ou e-commerce devem trazer volume. A empresa não fechou lojas durante a pandemia. Atualmente, a Sestini tem 70 unidades e visa abrir novas lojas.

A partir da primeira loja em São Paulo, para qual reservou um investimento de R$ 1 milhão, a Bagaggio iniciou sua presença na capital paulista e deve aumentar sua rede de lojas em 25%, inaugurando mais 30 estabelecimentos. Atualmente, a empresa tem 160 lojas pelo País.

Segundo o CEO, a empresa sempre teve o objetivo de estar em São Paulo, que considera um dos principais polos comerciais nacionais. “Com o nosso projeto de expansão fluindo rapidamente, faz sentido para nós estarmos em São Paulo, uma cidade estratégica. Além disso, hoje a cidade também representa uma parcela significativa dos nossos clientes online”, avalia.

Rejuvenescimento de marca

A marca também trabalha no rejuvenescimento de marca, que foi coroado com o reposicionamento e rebranding com o objetivo de dar novos ares à empresa de 80 anos. “Sentimos a necessidade de comunicar a Bagaggio para um público mais jovem. Hoje, temos produtos que estão em todas as fases da vida dos nossos clientes, não apenas em viagens. Temos mochila e bolsa maternidade, por exemplo, mochilas juvenis. E queremos que todos os públicos se identifiquem com a Bagaggio”, explica Barbosa. As lojas vão adotar um layout conforme a nova identidade.

Para isso, a empresa passou a investir em marketing de influência e a participar de programas como o Big Brother Brasil, Power Couple e A Grande Conquista. Outra aposta da Bagaggio é fazer parceria justamente com essas marcas e personalidades que dialogam com o público.

Licenciamento e novos produtos

A Sestini também prepara um reposicionamento com a Touch Branding. Enquanto isso, uma das apostas da marca reside no licenciamento com parceiros como Universal, Hasbro, Minecraft, NBA, PSG, Capricho, Paul Frank e outras. Essas estão atreladas ao segmento de mochilas.

A marca própria também é reconhecida pelo mix ofertado, design e qualidade de produtos, afirma Ruschel. Um dos exemplos de parcerias para a marca própria é a linha Sestini Urban, coleção de malas pintada a mão por artistas de rua, que busca valorizar o público. “Nossa visão é aproximar a arte ao desejo de personalização das pessoas, e que a mala seja algo muito maior do que um utilitário, mas sim, uma companheira de viagem com a ‘cara’ de quem a tem”, explica o executivo.

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