Brasileiros tendem a não avançar em páginas de pesquisa
Estudo analisa ferramenta de SEO na América Latina e revela comportamento em mecanismos de busca e os impactos na conversão de vendas
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Giovana Oréfice
6 de abril de 2021 - 6h00
Se antes da pandemia o e-commerce era uma aposta das marcas para ocupar espaços digitais, agora é uma estratégia obrigatória para a sobrevivência. Quando o assunto é colocado em pauta, a ferramenta de Searching Engine Optimization (SEO) exerce papel fundamental na procura dos consumidores por determinados produtos. Levantamento batizado de “O Cenário do SEO na América Latina”, realizado pela agência Sherlock apontou os principais padrões de comportamento dos usuários na internet – entre eles, o fato de que a população brasileira costuma aceitar os primeiros resultados de busca no Google.
Foram analisadas as seis maiores economias da região (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru) e segundo Stella Ferreira, líder do projeto no Brasil, a divisão focada em SEO foi fruto da grande demanda de clientes em melhorar seus sites para a América Latina como um todo, partindo principalmente de clientes internacionais. No Brasil, segundo indica relatório da Fundação Getúlio Vargas (FGV), no início de 2020 existiam 212 milhões de pessoas online, conectados por meio de 342 milhões de aparelhos móveis, totalizando uma média de 1,6 eletrônicos por indivíduo.
“É um número bastante expressivo e as marcas e empresas viram a necessidade de realmente continuar e impulsionar vendas através do e-commerce”, assume Stella. Segundo ela, as adaptações devem ser feitas para atender às preferências do usuário. “É essencial seguir uma estratégia bem definida de SEO e de customer user experience para que elas [as empresas] mantenham os compradores engajados com o site e redes sociais”, completa.
Um dado que ganha destaque no levantamento mostra que, em todas as nações analisadas, mais de 41% dos entrevistados responderam que aceitaram a primeira resposta que aparece na tela ao realizarem uma busca – tendência chamada de “zeroclick search”. “A ideia é que a empresa consiga aparecer em pequenos espaços que o Google promove na primeira página de pesquisa e oferece àquelas que otimizam o seus sites”, afirma Stella Ferreira. Entre os países, a Argentina registrou a maior porcentagem (47%). No Brasil, 45% afirmaram se contentar com as informações geradas automaticamente, contra 19% que assumiram clicar em mais links para checar as informações.
E-commerce cresce 41% no Brasil em 2020
Quando os brasileiros realizam buscas por produtos de alto valor, como uma televisão, 44% deles focam só nos três primeiros resultados em plataformas de mecanismo de pesquisa ou apenas na primeira página de resultados. Ao todo, uma média de 58% não passa da terceira página e apenas 31% assume ir além. Nas demais categorias de compras, o comportamento se mantém o mesmo. Na procura por itens relacionados a viagens, por exemplo, só 29% dos brasileiros vão além da terceira página. Já 64% se apegam aos primeiros resultados exibidos ou a links até a segunda página.
O uso do Google também exprime caráter de confiança. O levantamento da Sherlock mostra que todos os países apresentam altas porcentagens dos que confiam totalmente em sites oficiais de marcas, com destaque para o Peru (60%) e para a Colômbia (53%). No Brasil, 48% declararam confiar um pouco nos sites, enquanto 58% e 51% afirmaram o mesmo sobre publicações tecnológicas e sites de notícias que falem sobre os produtos, respectivamente.
Aplicativos em alta
Além da ferramenta de SEO, a pesquisa também levantou dados sobre a App Store Optimization (ASO), que diz respeito a como os usuários se comportam com aplicativos na App Store e Google PlayStore. Stella Ferreira diz que essa é uma questão relevante, uma vez que cada vez mais marcas incentivam os consumidores a fazerem o download de seus aplicativos, seja para chegar mais rápido ao produto ou obter descontos, por exemplo.
No relatório “O Cenário do Marketing de Aplicativos na América Latina”, feito em 2020, a Appsflyer, plataforma de atribuição e análise de marketing móvel, indicou que a pandemia acelerou a economia dos apps na região. Em termos de receita regional, os destaques vão para o México e Brasil, que registraram aumento de 65% e 50% respectivamente. “É uma nova tecnologia, que as empresas só estão tendo conhecimento agora”, explica Ferreira. “É importante que elas façam a otimização da descrição e uso das imagens informativas, somado à avaliação positiva dos consumidores”.
*Crédito da imagem do topo: Hitarth Jadhav/Pexels
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