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Como a polêmica do aspartame afeta o marketing dos refrigerantes diet?

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Marketing

Como a polêmica do aspartame afeta o marketing dos refrigerantes diet?

Organização Mundial de Saúde (OMS) está prestes a classificar o adoçante como substância possivelmente cancerígena, o que pode trazer desafios para diversas gigantes de bebidas e alimentos


12 de julho de 2023 - 17h47

aspartame marketing

(Crédito: Urbanbuzz/Shutterstock)

Do Ad Age

A Organização Mundial de Saúde deverá declarar, em breve, que o aspartame, um dos adoçantes mais utilizados em todo o mundo, como uma substância “possivelmente cancerígena”. Essa nova classificação pode trazer dor de cabeça para o marketing de diversas bebidas, alimentos e outros produtos.

O adoçante, aprovado em 1974 pela Food and Drug Administration, dos Estados Unidos, é o ingrediente mais utilizado em produtos sem-açúcar ou com baixo teor de açúcar, entre eles Trident, Diet Coke e Diet Pepsi.

Um dos relatórios da OMS deve declarar a substância como “possivelmente cancerígena” e outro deve revisar os limites diários de consumo do adoçante e seus efeitos.

Essas novas classificações, reveladas pela Reuters no fim de junho, trouxe importantes questões para a indústria de bebidas diet, reacendendo os debates a respeito do uso de aspartame.

Especialistas dizem que algumas grandes marcas, como Diet Coke, pode superar essas classificações negativas graças à sua base fiel de fãs e consumidores. Ainda assim, os relatórios da OMS podem trazer novos desafios às marcas de refrigerantes, que vem procurando, nos últimos anos, destacar o uso de ingredientes mais saudáveis.

“Isso é mais uma oportunidade para outros marcas do que prejuízo para aquelas cujos produtos contêm aspartame”, diz Kate Weidner, cofundadora e CEO da SRW Agency, que trabalha com marcas de produtos naturais. “Não basta dizer que Diet Coke não é bom pois, provavelmente, os consumidores já saibam disso. Se as marcas querem mudar o comportamento das pessoas, devem oferecer um refrigerante melhor. completou. Pode ser mais caro, mas será uma troca fácil”, completou.

A Coca-Cola e a PepsiCo não responderam aos questionamentos da reportagem do Ad Age.

Aspartame, marketing e fidelidade do público

“Acho que o público se importa com o relatório, mas isso mudará o comportamento dos consumidores? Duvido muito”, admite Peggy Stover, professora associada e diretora do Business Marketing Institute da Universidade de Iowa.

“As pessoas que são ávidos consumidores de refrigerante diet continuarão fiéis a esses produtos. Conseguir fazer com que alguém mude um hábito é algo muito difícil. Duvido que a indústria veja, de repente, uma onda de consumidores de refrigerante diet buscando outras alternativas”, seguiu.

Embora seja possível que empresas como Coca e Pepsi mudem as fórmulas de suas bebidas e removam o aspartame, isso pode ser mais fácil na teoria do que na prática, por conta justamente do gosto dos consumidores.

Em 2015, a PepsiCo removeu o aspartame da Diet Pepsi em meio a uma onda de preocupações com a saúde, mas trouxe o ingrediente de volta no ano seguinte, classificando-o como uma “mistura clássica de adoçantes” para agradar aqueles que clamavam pela fórmula antiga.

Atualmente, a Pepsi vende as versões Diet Pepsi e Pepsi Zero Sugar e ambas contêm aspartame. Nos Estados Unidos e em alguns mercados, a Coca-Cola comercializava stevia na fórmula da Coca-Cola Life, mas a bebida deixou de ser fabricada no mercado estadunidense.

Com as novas questões em torno do aspartame, as gigantes de bebidas podem examinar sua cadeia de produtos ou até mesmo adquirir startups que proponham novas soluções de bebidas sem o adoçante.

A Coca-Cola, por exemplo, começou a testar uma versão da Diet Coke que contém “adoçante à base de plantas”, de acordo com a publicação Beverage Digest. Essas versões experimentais estariam sendo vendidas em lojas de Minneapolis.

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