Cresce o número de brasileiros que jogam, afirma PGB 2024
Segundo a 11ª edição da Pesquisa Game Brasil, 73,9% dos brasileiros afirmam jogar jogos digitais, um aumento de 3,8% comprado com a edição anterior
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Amanda Schnaider
27 de fevereiro de 2024 - 11h00
O número de brasileiros que afirma jogar algum tipo de jogo digital cresce 3,8% em comparação com 2023, tingindo 73,9% da população. Isso é o indica a PGB 2024, levantamento anual sobre o comportamento dos jogadores de jogos eletrônicos no País.
Desenvolvida pelo SX Group e Go Gamers em parceria com Blend New Research e ESPM, a 11ª edição da Pesquisa Game Brasil também revela que 85,4% dos brasileiros consideram que jogos eletrônicos são uma das suas principais formas de diversão.
A população brasileira gamer atual é formada, em sua maioria, por mulheres, 50,9% versus 49,1% de homens. Isso representa outra mudança em relação ao ano passado, uma vez que, em 2023, os homens respondiam por 53,8% da população gamer brasileira.
Assim como observado nas edições anteriores, os negros são maioria étnica entre os jogadores no País, com 52,4% na soma entre pardos (41,2%) e pretos (11,2%), seguidos por jogadores que se declaram brancos, com 44,6%.
Já em relação à faixa etária, os dados da PGB mostram que o público gamer tem envelhecido. Os gamers de 35 a 39 anos representa 16,9% dos jogadores brasileiros, e os de 30 a 34 anos são 16,2% dos gamers.
Em contrapartida, os mais jovens tem uma participação menor. Os gamers de 20 a 24 anos representam 14,6% dos gamers brasileiros, assim como os jogadores de 25 a 29 anos. A faixa etária mais jovem, de 20 a 24 anos, teve uma diminuição de 0,5%, e a de 25 a 29 anos de 1,6% em comparação com a pesquisa de 2023.
Quanto à classe social, a PGB 2024 revela que a maioria dos jogadores brasileiros ainda pertence à classe média (B2, C1 e C2), totalizando 64,8%. Já a classe média-alta (B1) representa 11,6% do público; a classe alta (A), 15,8%; e a base da pirâmide (classes D e E), 7,8%.
“O retrato dos jogadores de jogos digitais está cada vez mais em linha com o censo demográfico e socioeconômico do Brasil”, constata Guilherme Camargo, sócio do SX Group e professor na pós-graduação da ESPM.
Além disso, a PGB 2024 mostra que o smartphone segue como plataforma favorita dos gamers brasileiros para jogar, com 48,8% de preferência. De acordo com o estudo, os computadores recuperaram o segundo lugar na preferência dos brasileiros, indo de 19,4% para 22,6%, os PCs, que incluem desktops e notebooks, estão bem equilibrados com os consoles, que têm apenas 0,9 pontos percentuais de diferença.
Vale ressaltar que, apesar de ainda estar bem distante dos outros meios, a preferência pelos smartphones caiu 2,9% em relação ao ano passado.
A pesquisa ainda revela que o comportamento dos gamers também varia conforme a plataforma em que jogam. Enquanto os jogadores de consoles tendem a buscar uma experiência mais social e nostálgica, valorizando a interação com comunidades online, os jogadores de computador buscam uma experiência mais imersiva, com preferência por grandes franquias, e os jogadores de dispositivos móveis valorizam a conveniência, a acessibilidade e preferem jogos mais casuais.
O levantamento também analisa que o envolvimento entre os jogadores influencia uma variedade de fatores que vão desde motivações pessoais, necessidades e contextos de vida. A construção de identidade, a diversão e a participação social fazem parte do estilo de vida dos jogadores brasileiros.
A PGB indica, por exemplo, que 70,8% dos jogadores exibem com orgulho o nome dos seus times, clãs ou guildas. Além disso, 82,4% afirmam que já fizeram amizade com alguém durante uma partida pela internet e 71% dizem se sentir mais motivados a ganhar quando a disputa é contra outra pessoa.
Os games também mexem com o humor dos jogadores brasileiros. De acordo com a PGB 2024, 70,6% dos gamers se sentem mais bem-humorados quando jogam online e 76,8% sentem que jogos são uma maneira de relaxar, se sentir melhor e aprender uma nova habilidade.
A Pesquisa Game Brasil 2024 ainda fornece um panorama sobre os hábitos de jogo de crianças e adolescentes menores de 15 anos. Segundo a pequisa, 70,2% dos entrevistados dizem jogar desde a sua infância. E essa tendência permanece até os dias atuais, isso, por que, de acordo com os pais, 82,8% dessas crianças e adolescentes jogam jogos eletrônicos.
Dentro dessa faixa etária, o smartphone também a plataforma preferida, com 45,3%, de acordo com os pais entrevistados, e 44,1% dos filhos jogam todos os dias. Quanto à duração das sessões de jogo, em dispositivos móveis, a maioria das crianças, 43%, jogam entre 1 e 3 horas.
Mauro Berimbau, Consultor da Go Gamers e professor da ESPM, enfatiza ainda que os pais estão envolvidos nessa atividade com os filhos, visto que 73,4% jogam com eles. “Isso pode ser visto como um indicativo positivo da interação familiar em torno dos games. No entanto, 53,5% dos pais têm ressalvas sobre os filhos jogando jogos eletrônicos, o que pode sinalizar preocupações com o tempo de tela ou o conteúdo dos jogos”, complementa.
Para chegar nesses resultados, a PGB entrevistou 13.360 pessoas no Brasil, em 26 estados e no Distrito Federal, durante os meses de dezembro e janeiro deste ano. A PGB é desenvolvida com questionários proprietários com uma ampla cobertura e tópicos que envolvem o público gamer e todo o seu ecossistema, no Brasil e na América Latina, em países-chave como Argentina, Chile, Colômbia, Peru e México.
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