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Cruzeiro fecha parceria com EY para se tornar clube-empresa

EY se une ao Cruzeiro para desenvolver o plano de estudos e implementação projeto junto com o clube mineiro


25 de fevereiro de 2021 - 18h54

Em grave crise financeira e com mais uma temporada na Série B pela frente, o Cruzeiro Esporte Clube dá um novo passo em seu plano de recuperação com a assinatura de um acordo com a EY para a implementação do seu projeto de tornar-se um clube-empresa, iniciativa que vem sendo estudada desde outubro do ano passado por um grupo interno. Agora, a EY chega para desenvolver o plano de estudos e implementação junto com o clube.

 

O projeto do Cruzeiro para se tornar um clube-empresa vem sendo discutido desde o ano passado (crédito: reprodução/facebook)

A movimentação do Cruzeiro acontece quando o mercado do futebol aguarda para março a votação do Projeto de Lei 5516, de 2019, de autoria do senador mineiro Rodrigo Pacheco (DEM), eleito recentemente presidente do Senado, que prevê a criação da Sociedade Anônima do Futebol (SAF), uma S.A. específica para a modalidade. O Botafogo, outro clube que enfrenta crise financeira e acaba de ser rebaixado para Série B, também analisa a possibilidade de se tornar um clube-empresa.

“Estamos muito confiantes que o projeto com o Cruzeiro é um importante passo para que o mercado veja o potencial de desenvolvimento da indústria do futebol. É imprescindível que o Brasil tenha segurança jurídica e regulatória a fim de ser atrativo para novos investimentos”, explica o sócio-líder do escritório de Belo Horizonte da EY, Marco Araújo.

“Uma das grandes premissas da nossa administração é construir um novo Cruzeiro a partir de uma gestão amplamente profissional. Temos analisado e debatido com muita seriedade essa pauta do clube-empresa. Trazer a EY para essa discussão somente enriquece o processo e, com certeza, será uma parceria de extrema importância para os próximos passos do nosso projeto”, afirma Sérgio Santos Rodrigues, presidente do Cruzeiro. Em novembro, o clube anunciou a redução de R$ 200 milhões em sua dívida estimada em R$ 950 milhões após acordos com o atacante Fred e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.

O projeto vem sendo discutido de forma mais aprofundada no Cruzeiro desde outubro do ano passado, quando foi criado um grupo de estudos interno, liderado por Sandro González, CEO do Clube, sendo acompanhado de perto pelo presidente. Também fazem parte da comissão de estudos do clube-empresa: Edson Potsch, vice-presidente administrativo e superintendente de marketing; Paulo Assis, COO; Matheus Rocha, CFO; André Argolo, diretor executivo de esportes; Bruno Gervásio, assessor da presidência; Moacyr Lobato, desembargador e Fernando Drummond, advogado.

Segundo estudo da EY sobre o modelo de negócio, nas últimas duas décadas, o cenário internacional mostra que os clubes-empresas tiveram aumento significativo em suas receitas. Se nos anos 1990 esse valor chegava a pouco mais de 600 milhões de euros, hoje varia entre 1,9 e 5,8 bilhões de euros. O estudo aponta, ainda, que, na primeira divisão das cinco maiores ligas do futebol europeu, 92% dos clubes são empresas, enquanto na segunda divisão esse percentual é de 96%. Com exceção da Inglaterra, os proprietários dos clubes são predominantemente empresários nacionais – 58% com alguma ligação pessoal com o clube ou são empresários da região –, enquanto 33% dos clubes que constituídos como empresas são controlados por estrangeiros, sendo 44% investidores americanos ou chineses.

**Crédito da imagem no topo: Reprodução

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