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Marketing

Explosão de dengue impacta estratégias de marcas de repelentes

Repelex, SBP e Xô Inseto são exemplos de marcas que traçaram novas estratégias de marketing em meio à epidemia da doença


23 de fevereiro de 2024 - 6h01

Marcas traçam novas estratégias para lidar com alta demanda de repelentes em meio à epidemia de dengue (Crédito: Divulgação/Adobe Stock)

Assim como os produtos de higiene e limpeza – em especial, o álcool em gel – tiveram um grande aumento de demanda no período inicial da pandemia do Coronavírus, agora o mesmo acontece com os produtos repelentes, devido à explosão de casos de dengue no Brasil neste início de 2024.

Com isso, as marcas desse segmento passaram a considerar a influência da alta demanda em suas estratégias de marketing. Na Reckitt, que possui em seu portfólio o Repelex e a marca SBP, com diferentes produtos que combatem a proliferação do mosquito, o planejamento para o verão de 2023 e 2024 já contava com estudos que apontavam os impactos que o fenômeno do El Niño causaria neste ano, como aumento do calor e maior precipitação de chuvas.

O portfólio da SBP tem produtos que combatem a proliferação do mosquito e da doença (Crédito: Divulgação)

Consequentemente, uma maior incidência de casos de dengue já era esperada. “Por isso, já havia sido desenvolvida uma estratégia adequada a essas projeções para os pontos de vendas”, conta Ana Beatriz Guerra, head de marketing para a categoria de pesticidas na Reckitt Hygiene Comercial.

“Com o aumento significativo da busca por repelentes, devido ao crescimento de casos de dengue e aumento de mosquitos transmissores de doenças no geral, trabalhamos em uma comunicação ainda mais assertiva com os varejistas e distribuidores, reforçando a importância do abastecimento acima da média para garantir disponibilidade de todos os produtos à população no geral”, explica a head de marketing.

A Reckitt notou que, nesse período, a venda dos repelentes pelos distribuidores cresceu em duplo dígito. Dessa forma, sua prioridade passou a garantia da presença do produto e a rápida reposição do portfólio completo em lojas e farmácias no País, com o intuito de evitar rupturas.

A marca diz que também passou a trabalhar com todos os parceiros pertinentes do segmento para garantir abastecimento nas unidades e comunicação em diversas frentes digitais e off-line. No entanto, a empresa afirma que apesar do aumento da demanda, os produtos não sofrerão com alteração do preço.

Há um crescimento relevante em sell out em todas as regiões do País de itens especiais da linha, como SBP Baby, e de todo o portfólio a base de icaridina, “uma substância reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como eficiente na proteção contra insetos”, explica Ana Beatriz. “Também fizemos uma força-tarefa diferenciada nas farmácias, que é o canal de compra destino para o segmento quando os consumidores estão intencionalmente buscando repelentes corporais.”

Além disso, a marca SBP, em parceria com a Central Única das Favelas (Cufa), ampliou suas ações do movimento Juntos Contra o Mosquito – iniciativa de educação e combate às doenças causadas por mosquitos em comunidades em alta vulnerabilidade, que existe desde 2017.

Este ano, o programa teve ações em Paraisópolis, Heliópolis e Parque Santo Antônio, em São Paulo, e na Rocinha, no Rio de Janeiro, reforçando o protocolo de proteção contra a proliferação dos mosquitos e distribuindo produtos. Para isso, a cantora Ludmilla se juntou ao programa como embaixadora, produzindo conteúdos sobre prevenção ao Aedes aegypti a fim de potencializar a mensagem do projeto.

Ludmilla é embaixadora do programa Juntos Contra o Mosquito da SBP em 2024 (Crédito: Divulgação)

“Essa é uma ação extremamente importante porque sabemos que a dengue não é uma doença de prevenção individual, e sim, coletiva”, comenta a head de marketing da Reckitt. “É preciso garantir que todos tomem os cuidados e iniciativas preventivas necessárias.”

Já para a Cimed, que tem entre seus produtos o repelente Xô Inseto, teve como foco, até o momento, garantir acessibilidade para o consumidor, desenvolvendo sua construção de imagem no varejo independente e posteriormente, em grandes redes.

Os produtos da marca Xô Inseto contam com matéria-prima proveniente de países como China, Alemanha e Índia (Crédito: Divulgação)

“Agora estamos trabalhando para o pleno abastecimento das gôndolas das farmácias de todo o País, além de promover informações através dos canais digitais”, aponta João Adibe Marques, CEO da Cimed. “O foco está no abastecimento e na execução dos produtos no ponto de venda, através de MPDV’S”, menciona, referindo-se à ferramenta de estratégia de divulgação para maximizar as vendas dos produtos.

O CEO explica que o Xô Inseto utiliza matéria-prima proveniente de outros países, como China, Alemanha e Índia, portanto, o transporte é realizado por navios, o que implica em um prazo aproximado de 120 dias para a chegada ao Brasil.

“Para garantir o abastecimento constante nas farmácias, mantemos um estoque folgado em nosso depósito”, frisa o CEO. “Acreditamos que, da mesma forma que o álcool em gel, o repelente possa se tornar um hábito entre os brasileiros, oferecendo uma alternativa mais fácil e natural em comparação aos inseticidas”, acrescenta.

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