Hologramas mostram novos caminhos na projeção de marcas
Recurso utilizado por anunciantes como Popeyes, Nike e Amex ainda é caro, mas maior experimentação de marcas ajuda na evolução da tecnologia
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Luiz Gustavo Pacete
26 de março de 2019 - 6h00
A rede Popeyes ressuscitou Dercy Gonçalves e a internet reagiu. Apesar da repercussão negativa por parte de alguns internautas em relação à ideia, o uso do holograma para a recriação da atriz reacende a discussão sobre o uso dessa tecnologia em campanhas publicitárias. No caso específico de Popeyes, Alessandro Bernando, vice-presidente de criação da F.biz, explica que, para recriar Dercy o ator Fred Mascarenhas teve sua voz e seus movimentos faciais e corporais captados.
“Dercy foi renderizada em tempo real com base nos movimentos do ator, o que permitiu que os consumidores experimentassem uma interação simultânea e realista com a artista”, explica. Em relação ao crescimento do uso da tecnologia pelas marcas, Alessandro reforça que o custo e a escassez ainda são impeditivos. “É uma nova tecnologia que poucas produtoras têm. Aqui no Brasil. Por isso, ainda é muito caro. Mas eu acredito que com a inteligência artificial, essa ferramenta ficará mais acessível e, consequentemente, mais barata, como sempre acontece com as novidades tecnológicas”, afirma.
Alex Fittipaldi, diretor-creativo da produtora criativa Mediamonks, explica que ainda existem vários pontos de discussão sobre as tecnologias. “Basicamente não existe holograma como conhecemos dos filmes. Tem muito estudo sobre o assunto, mas o fato é que ainda estão em estágio de pesquisa e são experimentos caros feitos principalmente por cientistas ou universidades especializadas”, pontua. Em relação ao marketing, Fittipaldi conta que uma solução é o uso de ventiladores que simulam hologramas.
“Existem também casos em que se usam partículas de água para fazer uma projeção volumétrica e o resultado é semelhante ao um holograma. Além de uma simulação com uma película transparente que parece holografia, mas que não passa de um vídeo em uma tela. Esse é o jeito mais antigo e que vemos com maior frequência”, conta Fittipaldi reforçando que a popularização em meio às marcas ainda é um futuro distante. “Quem mais vai se beneficiar da holografia são os usuários, que não vão precisar mais usar um device, como óculos ou smartphones, para interagirem”, diz ele.
Todos eles ressaltam a necessidade de cautela em relação ao uso da ferramenta. Francisco Almendra, cofundador e CEO do Studio KwO VR, diferencia o conceito das duas tecnologias. “Holografias de verdade são imagens projetadas em três dimensões diretamente no ar, sem suporte — ainda são ficção-científica, mas já existem técnicas que dão um efeito parecido. Já hologramas são os displays piramidais que usam espelhos para projetar lados diferentes de imagens de produtos, dando a impressão de estarem flutuando no ar”, explica.
Walmart quer levar VR ao mainstream
Essas tecnologias são muito conhecidas por serem utilizadas no entretenimento como foi o caso da recriação nos palcos de artistas como Tupac, Billie Holiday, Amy Winehouse e até Luiz Gonzaga. Em meio às marcas, Porsche, Coca-Cola e Nike são algumas das que já utilizaram a tecnologia em vários contextos. “Com a evolução dos smartphones, a realidade aumentada vai se tornar corriqueira, e empresas podem e devem pensar como aproveitar essa nova camada da realidade para alavancar seus negócios. Por exemplo, o holograma de uma poltrona pode ser projetado na sala do cliente para ver como ela fica antes da compra, ou um promoter holográfico pode guiar uma compra junto com o cliente, projetado virtualmente no showroom da loja”, diz Francisco Almeida.
Porsche usa holograma tendo revista como suporte
Uso de projeção holográfica da Amex no Coachella:
Uso de projeção holográfica nas lojas da Nike:
Uso de projeção holográfica em ação da Unicef criado pela MediaMonks:
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