Juliana Nunes renuncia à presidência da ABA
Após sair da Brasil Kirin, comprada pela Heineken, executiva tinha um prazo de 60 dias para ingressar em uma outra associada da entidade para continuar mandato
Após sair da Brasil Kirin, comprada pela Heineken, executiva tinha um prazo de 60 dias para ingressar em uma outra associada da entidade para continuar mandato
Luiz Gustavo Pacete
4 de agosto de 2017 - 13h48
A executiva Juliana Nunes, ex-vice-presidente de assuntos corporativos, sustentabilidade, recursos humanos e compliance da Brasil Kirin, comprada pela Heineken no primeiro semestre deste ano, renunciou ao cargo de presidente da Associação Brasileira de Anunciantes (ABA), que assumiu há 15 meses.
Meio & Mensagem apurou que a executiva comunicou João Campos (PepsiCo Alimentos), presidente do conselho superior da ABA, sobre sua renúncia nesta sexta-feira, 4. De acordo com o estatuto da entidade, qualquer membro da diretoria ou do conselho que deixar de ser representante da associada que estava ligada, tem um prazo de 60 dias para tornar-se representante de outra empresa anunciante para se manter na posição. Segundo Sandra Martinelli, presidente executiva da ABA, Juliana continua como presidente.
De acordo com o Estatuto Social da entidade, o primeiro vice-presidente é o sucessor preferencial do presidente. O atual primeiro vice-presidente da ABA é Sérgio Pompílio, vice-presidente jurídico e assuntos corporativos da Johnson & Johnson. Segundo o artigo 30, cabe ao Conselho Superior nomear substitutos de conselheiros e de diretores em caso de vacância.
Presidente pode deixar a ABA
Juliana deixou a Brasil Kirin em junho deste ano. Nelcina Tropardi, ex-Diageo, passou a responder pela área de corporate affairs da Heineken dia 1º de julho. Em junho deste ano, ao comentar sobre os futuros da direção da ABA, Sandra Martinelli, presidente executiva da entidade, reforçou as informações que constam no estatuto sobre o período de 60 dias para que o membro da diretoria que deixar a associada se reposicione. As próximas eleições para a escolha de gestão 2018/2020 da ABA estão previstas para março de 2018. A reunião semestral do conselho da entidade está marcada para o próximo dia 14 de agosto.
Engenheira de formação, Juliana foi a primeira mulher a ocupar a direção da entidade. Durante sua gestão, a ABA teve de lidar com discussões envolvendo agências e anunciantes após o imbróglio que levou o Conselho Executivo das Normas-Padrão (Cenp) para a pauta do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em 2015. Antes da Brasil Kirin, atuou por mais de dez anos na Unilever.
Nova presidente da ABA: a arte do diálogo
“O foco de todos é a evolução, é olhar para frente”, disse Juliana em entrevista ao Meio & Mensagem em abril do ano passado, logo que assumiu ao cargo. Em sua primeira entrevista, Juliana também analisou os avanços da ABA na missão de transformar o marketing e a comunicação, o desafio de manter o legado da gestão do antecessor e ex-colega de Unilever João Campos e os planos de promover um maior intercâmbio com associações de outros países, fortalecer a atuação na área de advocacy e reforçar o trabalho dos comitês da entidade. “Nada é unilateral. Sempre teremos ajustes em ambos os lados, tanto no profissional, quanto no pessoal”, afirmou.
Procurada, a ABA não confirmou a renúncia e informou que o prazo de 60 dias ainda está em vigência. A entidade também reforçou que a reunião do próximo dia 14 de agosto já estava marcada no calendário da entidade.
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