Mais seis chavões que devem desaparecer
Após sucesso do primeiro artigo, surge outra lista de palavras que devem ser banidas da mídia e do marketing
Após sucesso do primeiro artigo, surge outra lista de palavras que devem ser banidas da mídia e do marketing
Meio & Mensagem
13 de agosto de 2014 - 11h24
(*) Por Simon Dumenco, do Advertising Age
Recentemente, escrevi um artigo intitulado “Oito palavras na moda que merecem a morte”. O texto foi compartilhado milhares de vezes nas redes sociais e ganhei uma tonelada de tapinhas nas costas virtuais, principalmente por meio de tweets e comentários no AdAge, como “Amém”. Mas também consegui ótimas sugestões para adicionar à lista.
Deixe-me reformular a frase: “O público apaixonadamente comprometido com o meu conteúdo não só foi inspirado a compartilhar, mas se sentia habilitado a colaborar comigo na criação de conteúdo adicional”.
Deve-se observar que alguns leitores especularam sobre como a vida seria num mundo livre de chavões de mídia e marketing, como Jeffrey Makowka, que tuitou: “Isso eliminaria cerca de 80% do vocabulário na maioria das minhas reuniões”. Tendo em vista que o cargo de Jeffrey na empresa AARP, visto pelo LinkedIn, é consultor estratégico sênior, é possível acreditar nele. Coincidentemente, Dumenco pediu ao AdAge para mudar meu cargo de Media Guy para evangelista executivo sênior.
Enquanto isso, Jafet Ramirez, de Atlanta, postou um comentário no AdAge.com que dizia: “Desculpe, cara da mídia, mas se eu não usar essas afirmações básicas, será impossível alavancar meu pensamento fora da caixa para engajar meus stakeholders”.
Temo que Jeffrey em breve fique completamente sem palavras e que Jafet tenha que pensar novamente dentro da caixa, porque as pessoas têm falado e querem colocar mais chavões e frases no corredor da morte.
Então, segue a nova lista de chavões:
Transformador/Transformacional
“Por favor, adicione algo transformador à lista”, disse William Monte, de Charlestown, Massachusetts. Ele escreveu em um comentário no AdAge.com: “é algo frequentemente encontrado em conjunto com ‘perturbador’ e também deve ser banido”.
Bom, proibir transformador parece algo meio transformacional. Isso é perturbador, não?
Impactante
Kayann P. Schoeneman, vice-presidente global de pesquisa da Ketchum, tuitou: “Vamos adicionar impactante também”. Sim, vamos!
Transparência
“E também qualquer forma de transparente/transparência”, disse o William Monte do “transformador” em um segundo comentário. “Isso me faz querer quebrar as coisas”, completou.
Quando as empresas insistem em dizer que estão sendo transparentes, podemos pensar “Claro! Porque eu posso ver através de suas mentiras”.
Criar
Um leitor que se autodenomina um "cara velho da propaganda", de Bloomfield Hills, Michigan, disse em um post no site do AdAge que “criação” deveria ir para a lista da morte. Logo abaixo, o leitor Bill Sanders, de Los Angeles, acrescentou: “Sim, eu ia mesmo falar ‘criar’. Se me pedissem para ‘criar’ outro blog…”. Ele parou sem explicar o que aconteceria se ele fosse convidado para criar outro blog, mas podemos imaginá-lo quebrando as coisas, como o William “Transformador” Monte.
Quero ressaltar que não crio colunas e blogs, excreto, como deve preferir o AdAge, já que é uma publicação de família.
Em esteroides
Essa expressão foi incluída não por um leitor, mas por uma publicação de marketing da última quarta-feira, 6. O título do texto descrevia uma campanha publicitária de uma grande marca como “marketing de conteúdo em esteroides”. Será que alguém iria querer marketing de conteúdo com questões de acne, de gestão de raiva e testículos encolhidos ao tamanho de uvas passas?
Storyteller/Storytelling
Colocar essa expressão na lista foi algo inspirado por uma entrevista em vídeo com o designer gráfico Stefan Sagmeister, que se tornou viral nas últimas semanas. O filme foi publicado no Vimeo pela FITC (Futuro, Inovação, Tecnologia, Criatividade), uma empresa de Toronto que faz eventos para a comunidade de design e tecnologia. O vídeo apenas mostra Sagmeister reclamando sobre o que ele considera storytelling. Aqui vai um trecho: “Eu acho que todos os contadores de histórias não são contadores de histórias como, recentemente, eu li uma entrevista com alguém que desenha montanhas-russas. Ele se referiu a si mesmo como um contador de histórias. Não! Você não é um contador de histórias, você é um designer de montanha-russa! E isso é fantástico! E mais poder para você!”.
Ele fala de uma maneira irritadiça, mas o que realmente chama a atenção no vídeo é o final, em que o logotipo da FITC aparece junto ao do co-produtor do vídeo, a empresa Crafted Stories, de Ottawa. E seu slogan da companhia: “Storytelling de marca”.
Agora, aqui vai uma história para o cara velho da propaganda e Bill Sanders: no Canadá, as histórias de marketing não são apenas feitas, elas são criadas! Provavelmente a mão! De uma maneira realmente impactante!
Canadá sendo o Canadá. Porém, se tiver algum tipo de droga envolvida nisso, não deve ser esteroides.
* Tradução: Bruna Molina
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