O impacto das mudanças na diretoria da Marisa no varejo

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O impacto das mudanças na diretoria da Marisa no varejo

Com uma dívida de quase R$ 600 milhões, Marisa anunciou a renúncia do diretor-presidente Alberto Santos e do membro do conselho Marcelo Casarin


10 de fevereiro de 2023 - 10h56

A Marisa anunciou na noite da quarta-feira, 8, a renúncia do diretor-presidente Alberto Santos e do membro do conselho Marcelo Casarin. O comunicado foi feito por meio de fato relevante à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

As mudanças no alto escalão ocorrem em um momento em que o setor sofre o impacto do pedido de recuperação judicial das Americanas, que contabiliza uma dívida de mais de R$ 47 bilhões.

Lojas Marisa

Marisa anunciou a renúncia de cargos da diretoria (Crédito: Leandro Marques/Shutterstock)

Interinamente, durante o processo de seleção do novo diretor-presidente, Alberto Kohn de Penas, atual vice-presidente comercial, assume a presidência da Marisa. Da mesma forma, o Conselho de Administração nomeará quem ocupará a vaga deixada por Casarin. Todavia, o cargo será ocupado até abril de 2023, quando vai ocorrer a Assembleia Ordinária e Extraordinária.

Além das mudanças, a Marisa informou a contratação da BR Partners para assessorar o processo de renegociação de seu endividamento, de quase R$ 600 milhões. Semelhantemente, a varejista contratou a Galeazzi Associados no apoio para o aperfeiçoamento da estrutura de custos. Segundo o anúncio, a empresa tomou as medidas “em continuidade ao processo de otimização financeira e aprimoramento de sua estrutura de capital”.

Como resposta às movimentações, ainda na quinta, 9, as ações da Marisa caíram 22,6%, a R$ 0,82. Em virtude disso, nesta sexta, 10, em um novo comunicado, a companhia falou que atribui as oscilações atípicas a “especulações do mercado sobre o momento vivido”.

Segundo análise do presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo & Mercado de Consumo (Ibevar), Claudio Felisoni, as movimentações da companhia amplificam um cenário de incertezas no setor como um todo. “Essa situação não poderia acontecer em um período pior, pois tem um efeito significativo sobre o mercado, infelizmente”, afirma.

Felisoni diz que, diante do contexto de endividamento, a Marisa já ocupava uma posição complexa frente a outra marcas concorrentes, como Riachuelo, Renner e C&A. “Evidentemente, essa posição acaba mais fragilizada e, além de aumentar as possibilidades para as empresas com as quais já concorre, abre espaço para novas, como empresas de outros países (como a Shein)”, acrescenta.

Caso Americanas

No dia 11 de janeiro deste ano, a Americanas S.A comunicou a seus acionistas e ao mercado que identificou inconsistências em lançamentos contábeis ao longo dos anos anteriores. Na época, em uma análise preliminar, a companhia estimou prejuízo na dimensão dos R$ 20 bilhões. No entanto, o montante já ultrapassa os R$ 47 bilhões.

O comunicado também anunciou a renúncia de Sergio Rial, CEO da empresa, que ocupou o cargo por apenas dez dias. Anunciado em 2022, o executivo substituiu Miguel Gutierrez, líder da operação pelos últimos 20 anos. Ao passo que, além de Rial, André Covre, diretor de relações com investidores, também deixou a Americanas.

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