Paddy Power na chapa de oposição na Fifa
Campanha chamada ?Team Ginola? defende o fim da corrupção na entidade máxima do futebol
Campanha chamada ?Team Ginola? defende o fim da corrupção na entidade máxima do futebol
Meio & Mensagem
26 de janeiro de 2015 - 3h35
(*) Por Emma Hall, do Advertising Age
A gestão da Fifa, entidade máxima do futebol mundial, tem sido controversa ao longo das décadas, o que incentivou um desafiante a enfrentar atual presidente Sepp Blatter em maio, quando ele tentará a reeleição.
A empresa britânica de apostas Paddy Power está dando suporte a candidatura do ex-jogador francês David Ginola, que colocou seu nome na disputa eleitoral e agora busca o apoio formal de cinco confederações, número mínimo para garantir sua presença na eleição.
A candidatura de Ginola também é controversa: a Paddy Power recentemente aceitou apostas sobre o veredito de um assassinato. A empresa de apostas está financiamento parte da campanha “Team Ginola”, criada pela agência britânica Lucky Generals com a M&C Saatchi (veja vídeo abaixo). A ação apresenta a candidatura do ex-jogador como uma forma de “reinicializar o futebol” e promete levar “democracia, transparência e igualdade” ao esporte.
O objetivo é arrecadar 2,3 milhões de libras (cerca de US$ 3,5 milhões) por meio de uma campanha de crowdfunding encorajando fãs a fazer doações para ser parte da recriação da Fifa. Até a publicação dessa matéria a campanha havia arrecadado 256 mil libras.
Ginola começou a carreira em seu país natal e depois jogou em vários times da Premier League, da Inglaterra, entre 1995 e 2002, quando se aposentou. Sempre uma figura carismática, o ex-jogador ganhou os prêmios “Players’ Player of the Year”, conferido pelos jogadores, e “Player of the Year”, dado pelos cronistas, em 1999. Sua boa aparência rendeu um contrato de publicidade com a L’Oreal Elvive no fim da década de 1990.
“Acredito que tenho as credenciais e a capacidade para ser um forte candidato, um candidato dos fãs de futebol e dos amantes do jogo de todos os cantos do mundo”, afirmou Ginola, que disse em uma coletiva de imprensa que faria a Fifa pagar mais impostos, alegando que após a realização do Mundial de 2014 no Brasil a entidade não deu nada em troco ao País.
Aos 78 anos, Blatter está em seu quarto mandato como presidente da Fifa, sendo que o primeiro começou em 1998. Funcionário da entidade desde 1975, o suíço já encarou múltiplas acusações de corrupção, as mais recentes referentes aos processos que culminaram com as escolhas de Rússia e Catar como sedes das Copas de 2018 e 2022, respectivamente. Uma investigação de 18 meses sobre possíveis casos de corrupção no processo que elegeu o Catar foi encerrada em novembro passado.
Ao longo dos anos Blatter também fez muitos pronunciamentos controversos amplamente divulgados pela mídia. As gafes vão desde a sugestão de que países latino-americanos aplaudem um jogador de futebol quando ele tem uma relação extraconjugal até a afirmação de que o racismo poderia ser corrigido com um aperto de mão.
Durante um encontro da Copa do Mundo de 2014, ele interrompeu um minuto de silêncio em homenagem ao líder sul-africano Nelson Mandela após apenas 11 segundos, e em 2004 sugeriu que as jogadoras de futebol deveriam usar shorts apertados e camisetas decotadas para atrair a atenção do público masculino.
Apesar disso, Blatter é duro na queda. O presidente tem forte apoio das confederações africanas e asiáticas, regiões onde o dinheiro distribuído às associações realmente fez a diferença nas comunidades.
“David Ginola tem a inteligência, o caráter e a capacidade para ser presidente da Fifa. Ele tem a perspectiva de se tornar o primeiro candidato dos fãs de futebol a concorrer a presidência da entidade. Estamos convidando os fãs para se mobilizar e participar da equipe Ginola. Somos todos fãs de futebol, nós nos preocupamos com o jogo, nós amamos o futebol e queremos uma eleição presidencial verdadeiramente competitiva”, disse um porta-voz da Paddy Power.
Além de Ginola, Blatter deve sofrer concorrência do príncipe Ali Bin Al Hussein, da Jordânia, membro do comitê executivo da Fifa, e de dois ex-integrantes da entidade, o francês Jerome Champagne e o chileno Harold Mayne-Nicholls, que está sendo investigado por sua conduta no processo de seleção da sede da Copa do Mundo.
A Lucky Generals estará ocupada com o trabalho da eleição. “Estamos incrivelmente orgulhosos de fazer parte da campanha. Montamos a agência para fazer a diferença e essa candidatura pode ter um imenso e positivo impacto em algo que milhões de pessoas amam”, afirmou em comunicado a agência. A empresa também é responsável pela campanha do partido trabalhista nas eleições gerais do Reino Unido que acontecerão em maio.
Em meio ao processo eleitoral, a Fifa passa por um período de troca de patrocinadores. Neste ano, Castrol, Continental, Emirates, Jonhson & Jonhson e Sony decidiram não renovar seus contratos com a entidade. Segundo Thierry Weil, diretor de marketing da Fifa, a saída de patrocinadores é um movimento natural após o final de um ciclo. Adidas, Coca-Cola, Gazprom, Hyundai/KiaMotors e Visa são os atuais patrocinadores principais da Fifa. Já Bud e McDonald’s são os patrocinadores da Copa do Mundo.
Tradução: Fernando Murad
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