Os planos da Staedtler para reforçar presença no Brasil
Marca alemã aposta em inovação e adaptação para crescer no mercado brasileiro de papelaria

(Crédito: Divulgação)
Com mais de 180 anos de história, a marca alemã Staedtler quer ir além do tradicional. Presente em mais de 150 países e com seis fábricas ao redor do mundo, a empresa pretende dobrar seu faturamento até 2029, que foi de € 361 milhões em 2023, e fortalecer a conexão com as novas gerações de consumidores criativos.
No Brasil desde 2019, a Staedtler considera o País estratégico para seus planos globais.
Essa estratégia está alinhada às tendências do mercado brasileiro de papelaria, que movimentou US$ 925 milhões em 2023 e deve crescer para US$ 1,3 bilhão até 2030, com uma taxa média anual de crescimento (CAGR) de 5,1%, segundo dados do painel Brazil Writing Instruments Market Size & Outlook, da Grand View Research.
Para entender como a marca pretende se destacar no setor, o Meio & Mensagem conversou com Alexandre Facci, diretor da Staedtler no Brasil.
Meio & Mensagem: O mercado brasileiro de papelaria tem uma expectativa de crescimento relevante para os próximos anos. De que forma a empresa pretende capturar essa oportunidade?
Alexandre Facci: O Brasil está em um momento promissor, muito impulsionado pela retomada da educação presencial e pela valorização da criatividade no dia a dia das pessoas. Enxergamos esse cenário como uma oportunidade de crescimento e diferenciação, mas nosso objetivo vai além, queremos liderar a transformação da percepção de valor no setor de papelaria. Aqui, nós estamos investindo em uma estratégia de posicionamento premium-aspiracional, que alia a tradição e qualidade alemã da marca à inovação e ao estilo de vida do consumidor. Isso passa por ampliar nossa presença nos canais de venda estratégicos, fortalecer a comunicação de marca, adaptar o portfólio às preferências locais e estreitar o relacionamento com nossos parceiros comerciais.
M&M: A meta global é dobrar o faturamento até 2029. Qual será o papel do Brasil nesse plano? E quais aprendizados já vêm sendo absorvidos até aqui?
Facci: O Brasil é, sem dúvida, um mercado-chave dentro do plano de expansão global. Nosso potencial de escala, somado à diversidade cultural e de hábitos de consumo, faz do País uma das principais alavancas de crescimento sustentável do grupo. O consumidor brasileiro responde muito bem a marcas com propósito claro, que entregam performance, design e emoção. Nosso foco tem sido ampliar a capilaridade, qualificar o varejo, reposicionar a percepção da marca e inovar na forma de dialogar com os diferentes perfis de consumidores.
M&M: O consumo de papelaria entre adultos, especialmente para hobbies como colorir, lettering e organização, ganhou força nos últimos anos. Como vocês enxergam esse movimento e o que têm feito para se conectar com esse público?
Facci: Essa é uma tendência que acompanha uma mudança maior de comportamento: as pessoas estão buscando formas de desacelerar, se expressar e reconectar com atividades criativas, e os produtos de papelaria tem um papel importante nesse processo. Acompanhamos esse movimento com entusiasmo e temos investido em linhas que se conectam diretamente com esse público. Além de ampliar o portfólio, buscamos fortalecer o relacionamento por meio das redes sociais, ativações de marca e parcerias com criadores de conteúdo.
M&M: A Staedtler está lançando sua primeira campanha com apoio de inteligência artificial. O que motivou essa decisão e como a IA está sendo usada para reforçar o propósito da marca?
Facci: Estamos em um momento de transformação na forma como nos comunicamos com o consumidor e a inteligência artificia é uma aliada importante nesse processo. No Brasil, estamos explorando novas abordagens criativas que combinam nossa tradição com as possibilidades das tecnologias emergentes. Nosso objetivo é tornar a marca mais próxima, relevante e inspiradora e utilizando a inteligência artificial para entender comportamentos, gerar insights e potencializar nossas mensagens.