P&G corta US$ 400 milhões em marketing
Depois de poupar US$ 750 milhões nos últimos três anos, anunciante planeja reduzir ainda mais investimentos em agências
Depois de poupar US$ 750 milhões nos últimos três anos, anunciante planeja reduzir ainda mais investimentos em agências
23 de fevereiro de 2018 - 13h06
Do Advertising Age
Se você pensou que a Procter & Gamble já havia eliminado tudo o que poderia em fees destinados a agências e produtoras, pense de novo.
David Taylor, Chairman e CEO da companhia, revelou durante uma apresentação de investidores que a companhia planeja economizar até US$ 400 milhões em comunicação até o final do ano fiscal de 2021, em 30 de junho. Nos últimos três anos, a P&G poupou US$ 750 milhões, processo que envolveu a redução de mais da metade das agências com as quais a empresa trabalhava.
Durante o evento Consumer Analyst Group of New York, realizado na Flórida, Taylor disse, ainda, que a P&G irá chegar a cortar 80% de duas agências e passar a trabalhar de uma maneira mais “open source” com suas parceiras de publicidade, focando projetos pontuais.
Historicamente, a P&G destinou uma porção significativa de fees a agências fixas. “Pretendemos adotar uma abordagem mais equilibrada entre fees fixos para parte do trabalho e, para outra parte, fees baseados em projetos. Open source, neste contexto, significa que avaliaremos nossas agências parceiras para determinar a qualidade e valor de cada projeto. Se uma plataforma crowd-sourcing fizer sentido, a consideraremos, mas nosso primeiro passo é olhar para nosso pool de agências”, afirma Tressie Rose, porta-voz da P&G.
O movimento representa um enorme declínio nos fees de agências e produtoras – US$ 1,15 bilhões – partindo de uma base, estimada pelos analistas, de cerca de US$ 2 bilhões, quando o processo começou na metade de 2015. No início da década, a P&G investiu cerca de US$ 1 bilhão e fees por ano.
A Unilever também
A P&G não é a única gigante de bens de consumo reduzindo os investimentos em marketing. A Unilever, segunda maior investidora em publicidade do mundo, também tem cortado agências, fees e custos de produção nos últimos anos, reduzindo o número de anúncios tradicionais e trazendo mais trabalhos para serem feitos in-house.
A Unilever dará continuidade aos cortes. Graeme Pitkethly disse durante conferência na terça-feira. A companhia planeja reduzir entre US$ 2,5 bilhões e US$ 7,5 bilhões até 2019. No ano passado, a empresa economizou US$ 300 milhões em termos absolutos e investiu o mesmo montante em mídia paga e in-store marketing.
Mesmo que a Unilever esteja veiculando menos anúncios, aumentou os anúncios digitais em 50% e está investindo 120% a mais em mídia digital em comparação com 2012. Nos últimos cinco anos, reduziu em 40% seus anúncios tradicionais e em 10% os investimentos em mídia tradicional.
* crédito da imagem no topo: sharrocks/iStock
Compartilhe
Veja também
Prefeitura de São Paulo interrompe projeto do “Largo da Batata Ruffles”
Administração Municipal avaliou que a Comissão de Proteção à Paisagem Urbana precisa dar um parecer sobre o projeto; PepsiCo, dona da marca, diz que parceria é de cooperação e doação e não um acordo de naming rights
Natal e panetones: como as marcas buscam diferenciação?
Em meio a um mercado amplo, marcas como Cacau Show, Bauducco e Dengo investem no equilíbrio entre tradição e inovação, criação de novos momentos de consumo, conexão com novas gerações, entre outros