Meio & Mensagem
1 de agosto de 2013 - 10h08
Inspirado pelo artigo de Ugo Giorgetti (O Estado de S. Paulo – Caderno 2 – 16/07/2013 – C3) “E, na próxima semana, Nello de Rossi ia começar a filmar”, decidi prestar o meu tributo ao diretor, produtor, ator e dono de restaurante, morto em 26 de junho aos 92 anos.
Conheci Nello, e melhor, fui dirigido por ele no filme A Jeitosa, Um Assunto Muito Particular em 1982, baseado no conto A Jeitosa do Pixoxó de José Fonseca Fernandes. Reza a lenda que esse seria o nome do filme se Solange Teixeira Hernandes, a Dona Solange, então diretora do departamento de Censura Federal, não tivesse cortado o Pixoxó do título.
Foi a minha primeira (e única) experiência na frente das câmeras. Inesquecível. O filme era protagonizado pela jovem e bela atriz Lucia Veríssimo (a jeitosa) e pela promessa de galã Hugo Della Santa (o pixoxó). Eu era mais um figurante sem importância, não tivesse Nello identificado um talento oculto e ordenado (essa é a palavra), com seu indefectível sotaque italiano, que eu me postasse próximo da atriz principal para uma cena. Sucesso.
Durante muitos anos alimentei a imaginação dos amigos afirmando que havia trabalhado em uma legitima pornochanchada e quando questionado sobre o papel, me negava a responder mantendo acesa a chama da curiosidade.
Essa atitude significou riscos porque em mais de uma ocasião o filme foi programado para o Sala Especial, faixa da TV Record que exibia fitas nacionais. Ou seja, era muito fácil os amigos me procurarem e não me encontrarem.
Me alimentei (e bem) algumas vezes no restaurante Nello’s, não tantas como o Ugo Giorgetti, diretor do sensacional A Festa (1989), longa que conquistou seis Kikitos no Festival de Gramado e que foi produzido pelo Nello. Mas confesso que o que me encantava nessa figura era o fato dele ter sido o protagonista de um memorável anúncio da televisão brasileira. O conhecido “Bonita camisa, Fernandinho”.
Por muitas vezes (a maioria) fiz Nello ser reconhecido como o ator do anúncio da marca US Top e depois contava suas peripécias como diretor, não sem antes mencionar seu tradicional restaurante em Pinheiros. Enfim, eram muitas as referências desse idealista apaixonado, um jeitoso, à frente de seu tempo.
Esse artigo terminaria no parágrafo acima, não tivesse o Rodrigo Manzano, meu editor nesse espaço, morrido no sábado, dia 20 de julho. Gostaria de publicamente agradecer seu talento, generosidade e paciência comigo e com os meus artigos. O Rodrigo, sem dúvidas, também era um jeitoso.
* André Porto Alegre é diretor comercial da Mariana Caltabiano Produções
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