Rebelo garante Copa sem elefantes brancos
Ministro do Esporte acredita que saldo das copas das Confederações e do Mundo já é positivo
Ministro do Esporte acredita que saldo das copas das Confederações e do Mundo já é positivo
Meio & Mensagem
6 de novembro de 2012 - 8h30
Por Eduardo Marini
O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, acredita que o saldo de ter trazido as copas das Confederações e do Mundo para o Brasil já é positivo por conta dos empregos gerados, obras, expectativa e “alegria do povo”. Questionado sobre o risco de termos “elefantes brancos”, ou seja, estádios com pouca utilidade no País a partir de 2014, encaixa a resposta com uma fina ironia: “Não existem elefantes brancos em nossa fauna. Nem existirão”.
Copa das Confederações
Embora seja um torneio muito menor que a Copa do Mundo, com oito seleções em vez de 32, é o evento teste do Mundial. É importante no processo de planejamento e organização da maior competição do esporte. Vamos testar a infraestrutura, a logística e os estádios de seis cidades-sede: Salvador, Fortaleza, Recife, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Brasília. O número de sedes da Copa das Confederações será confirmado daqui a alguns dias, na primeira semana de novembro. O estágio satisfatório das obras em todas as seis sedes nos permite continuar a trabalhar com essa previsão. Há a previsão, por exemplo, no setor de comunicações, de oferecer a tecnologia 4G nessas seis capitais até abril de 2013, antes do início da Copa das Confederações. Este serviço será estendido a todas as outras sedes durante a Copa do Mundo.
Suporte às cidades-sede
Dividimos o planejamento da Copa das Confederações e da Copa do Mundo em três ciclos. Eles incorporam ações em segurança, investimentos em portos, aeroportos, mobilidade urbana, telecomunicações, turismo, energia e estádios. Não se trata apenas de preparação, mas, principalmente, de trazer melhorias e atender às necessidades da população. São investimentos que têm se espalhado pelo País graças a projetos como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Investimento público
O governo federal não vai gastar ou investir nada para organizar a Copa das Confederações nem a Copa do Mundo. São eventos privados, feitos com recursos privados. O que será realizado pelo governo são obras de infraestrutura que, por sinal, estavam previstas antes da decisão de abrigar o Mundial. Essas obras serão tocadas para atender aos interesses dos brasileiros. O volume de investimentos públicos é estimado em R$ 30 bilhões, incluindo-se aí os valores que serão emprestados pelo BNDES para a construção dos estádios. Como se tratam de empréstimos, esses valores serão devidamente pagos e devolvidos ao governo mais tarde.
Contrapartidas
O Comitê Gestor da Copa (CGCopa) e o Grupo Executivo da Copa (Gecopa), coordenados pelo Ministério do Esporte, acompanham de perto todas as obras da Matriz de Responsabilidades e as ações preparatórias para as competições. Esse acompanhamento aprimora a integração dos esforços dos diferentes níveis de governo (federal, estadual e municipal). As autoridades das cidades-sede têm consciência e responsabilidade para assegurar o legado à sociedade. Na área de transporte, por exemplo, são necessárias alternativas como metrô e veículos leves sobre trilhos (VLTs). Cabe lembrar que parte das obras estava prevista antes da Copa. Em 2004, visitei Salvador para tratar do metrô, que naquele período estava atrasado em mais de dez anos. O de Fortaleza também estava planejado antes. São projetos que não eram especificamente para a Copa das Confederações ou a do Mundo, mas que serão feitos a tempo dos eventos e beneficiarão os moradores dessas cidades.
Ganhos de imagem
Essas duas competições chegaram ao Brasil porque avançamos muito nos últimos anos. Há uma grande expectativa do mundo em vivenciar essas duas disputas na terra do futebol, que tantos craques e alegrias já deu aos brasileiros e aos fãs desse esporte pelo mundo. Por isso, além de proporcionar um grande espetáculo esportivo, teremos a oportunidade de mostrar ao mundo o Brasil que temos hoje. E passar mensagens fundamentais de tolerância. Quanto aos investimentos, não diria que valerá a pena. Afirmo que já vale a pena, neste preciso momento, pelos empregos gerados, as obras, a expectativa e a alegria do povo brasileiro em receber a Copa. Do ponto de vista de marketing, a Copa, da mesma forma que os Jogos Olímpicos de 2016, também já é um sucesso para as empresas que investem no evento e no esporte.
Estádios
O cronograma de obras está em dia não só nas seis cidades da Copa das Confederações, mas em todas as 12 da Copa do Mundo. Isso é um fato. Essas novas arenas não foram concebidas apenas como estádios. Em 1970, no México, foram construídos só estádios. O Morumbi e o Maracanã que se conhece são belos estádios, mas apenas isso. Ficaram superados. Agora estamos construindo arenas multiuso. Wembley, em Londres, recebe apenas dez jogos por ano. Mas há casamentos, festas, eventos corporativos, exposições, restaurantes, museus, espetáculos, enfim, uma série de acontecimentos que justificam o investimento e o uso social do equipamento. As novas arenas brasileiras estão sendo construídas com essa ideia. Os administradores do Amsterdã Arena visitaram Salvador porque desejam trabalhar com o espaço. Em Brasília, onde não há espaço para fazer um evento para mais de oito mil pessoas em local fechado, acontece o mesmo. O estádio de Pernambuco é concebido em um acordo com a Odebrecht que se chama Cidade da Copa. Em uma área de 200 hectares, terá universidade, conjunto residencial para 2,6 mil famílias, shopping center e centro de convenções. Costumo dizer que elefantes brancos não existem em nossa fauna. Nem existirão.
Entrevista publicada na edição especial Oportunidades da Copa, de Meio&Mensagem.
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