CEO da Ânima Educação defende que ESG não seja visto como pauta política
Paula Harraca admite a complexidade da adequação das questões econômicas frente a agenda sócio-ambiental e diz que caminho passa pelo diálogo
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Bárbara Sacchitiello
20 de junho de 2025 - 6h05
Paula Harraca, CEO da Ânima Educação, e autora do livro O Poder Transformados do ESG (Crédito: Arthur Nobre)
Paula Harraca, atual CEO da Ânima Educação, grupo que reúne universidades como Anhembi Morumbi, São Judas e UNIBH, é autora de um livro sobre ESG no mundo corporativo. Aproveitando sua experiência de mais de 20 anos na ArcellorMittal, a executiva tentou resumir, na obra O Poder Transformador do ESG, como as empresas poderiam ao menos tentar ser melhores não só em seus respectivos setores, como também para o mundo.
Apesar da consciência acerca da importância do equilíbrio entre as agendas de preservação ambiental, melhoria dos indicadores sociais e manutenção de uma governança transparente e eficiente nas empresas, Paula admite que não tem a resposta sobre como todas essas frentes podem se encaixar com as necessidades econômicas.
“Nós, como humanidade, ainda não encontramos um modelo de consumo e de satisfação das necessidades humanas que seja equilibrado suficiente para satisfazer os anseios atuais sem sacrificar as futuras. Estamos aprendendo, não encontramos esse ponto”, revelou a CEO da Ânima Educação, no episódio desta semana do CEO’s Talk Show, programa de Meio & Mensagem e da agência California, com apresentação de Nizan Guanaes.
Apesar de admitir que os caminhos para esse encontro de interesses é algo extremante complexo, Paula pontua que a busca por essa solução não passa pela concepção do ESG como pauta polêmica.
Segundo ela, assuntos como meio-ambiente e agenda de diversidade acabam constantemente sendo abordados como se tais causas fossem atreladas a posicionamentos polêmicos. “Esse ainda é um tema muito em ebulição. E quando se polariza, quem não pensa da mesma forma é visto como mau. Mas o ESG não é uma pauta política. É um jeito de fazer as coisas de maneira sustentável, fazendo algo melhor no presente para cuidar melhor do futuro”, pontuou.
Na entrevista a Nizan Guanaes, Paula Harraca também colocou que a questão do ESG adquire maior complexidade no ambiente das empresas porque, junto às discussões que englobam as três letras que compõem a sigla, outra letra acaba sendo deixada de fora quando precisa fazer parte dos debates: o “E”, de economia.
Ela cita, por exemplo, o processo de eletrificação dos carros que, embora atenda a uma agenda de preservação ambiental, não resolveu completamente as questões de mobilidade urbana e modelo de atuação. Na China, por exemplo, ela lembra que o consumo de carros elétricos é bem elevado, o que gera, como consequência, um descarte maior desses veículos.
Encontrar o equilíbrio entre a manutenção dos negócios empresariais, a satisfação das necessidades de consumo e sustentabilidade dessas atividades econômicas para a sociedade e para o planeta passa inevitavelmente pelo diálogo.
“Nosso maior desafio é inaugurar diálogos para problemas complexos que nós criamos. Não tenho nenhuma solução, mas acho que a gente precisa encontrar caminhos de cocriação de debates. E isso passa por consciência, bom-senso e consensos que são dificílimos”, admite.
Veja, abaixo, a íntegra da entrevista de Paula Harraca no CEO’s Talk Show:
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