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Um exemplo de negócio do terceiro setor

Capital humano da Associação Viva e Deixe Viver atinge R$ 3,4 milhões, alta de 63% ante o valor obtido entre novembro de 2008 e janeiro de 2009


31 de outubro de 2012 - 8h18

"Peixe Grande e suas Histórias Maravilhosas" não é exatamente um blockbuster, mas bem que o filme de Tim Burton consegue reascender o fascínio típico da infância por aventuras mirabolantes. No longa, o exímio contador de histórias Edward Bloom inventa gigantes, bruxas e até um indomável peixe grande para lembrar os acontecimentos de sua vida. Da fantasia para a realidade da Associação Viva e Deixe Viver, fica a capacidade de transportar, emocionar e até curar. Recém-aprovado pela Lei Rouanet, o projeto reforça os alicerces do seu embasamento por meio de dois novos estudos.

O primeiro, sobre o perfil do voluntário, descobriu que as dez horas dedicadas pelos contadores do Viva ao mês equivalem hoje a R$ 325,17, um aumento de 63% com relação aos R$ 199,04 verificados na primeira pesquisa realizada pela associação, entre novembro de 2008 e janeiro de 2009. No total, o trabalho voluntário feito no Viva soma um capital humano da ordem de R$ 3.457.170,08 ao ano. De acordo com o estudo, o brasileiro geralmente doa 15,8 horas às mais diversas atividades voluntárias, sendo que 64% deste tempo está direcionado para o Viva.

Na sua grande maioria mulheres com mais de 45 anos, casadas e aposentadas, essas pessoas costumam investir 7% da sua renda média mensal, de R$ 4.325,02, para o voluntariado, valor distribuído entre transporte (24%), alimentação (29%), estacionamento (12%) e outras despesas (35%). Realizada entre os dias 16 de junho e 30 de julho de 2012 nas dez praças onde a associação está presente, a pesquisa ouviu 250 voluntários da associação de um total de 886 presentes na listagem fornecida pelo Viva. Os dados foram analisados com base no conceito Independent Sector, politica publica dos Estados Unidos voltada para a gestão do terceiro setor.

Fundada há 15 anos por Valdir Cimino, presidente do Viva e Deixe Viver, a associação possui hoje 1.104 contadores voluntários que visitam regularmente mais de 77 hospitais de todo o Brasil. Sediado no bairro Santa Cecília, região central de São Paulo, o Viva tem ainda o apoio das empresas Mahle Metal Leve, Pfizer, Mattos Filho Veiga Filho Marrey Jr. e Quiroga Advogados para os mais diversos projetos nas áreas de educação, pedagogia, psicologia, formação e capacitação de novos contadores de histórias, lançamento de livros, humanização e voluntariado. Entre os pioneiros a abraçar a causa está o hospital Emílio Ribas, de São Paulo, que ainda hoje abriga as ações do Viva.

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A leitura das escolas

O segundo levantamento da Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) Viva e Deixe Viver fala sobre o hábito da leitura nas escolas. Intitulada “A Arte de Contar Histórias na Educação”, a pesquisa reuniu dados de 323 alunos do Ensino Fundamental de escolas públicas municipais e estaduais, além da opinião de 389 educadores, entre maio e novembro de 2011, que foram analisados pela Ideafix Estudos, com o apoio do Ponto de Cultura, do Ministério da Cultura (MinC), e do Projeto Amigos da Escola, da Rede Globo de Televisão.

Embora já motive a troca de informações em 63,9% dos entrevistados, somente uma pequena parcela, de 21,9% se esforça em interpretar os textos e em colocar em prática o que leu. Ainda assim, o gosto pela leitura é unânime entre os alunos ouvidos, com idades entre 6 e 14 anos. As mães são as principais contadoras (59,8%), seguidas dos pais (18,9%). Mas é na escola que a maioria (93%) ouve histórias, em geral, contadas pelos professores.

Os resultados mostram que as crianças não só buscam os livros, estimuladas principalmente pelas escolas (80%) e bibliotecas (52,3%), como também pedem para ouvir as histórias, parcela que soma 52,8% da amostra. Teatro e dança (61,9%), brincadeiras (36,1%), contar histórias (25,8%) e recursos audiovisuais (18,7%) estão entre as demais motivações capazes de mergulhar a criança nas mais diversas sensações proporcionadas pela leitura. As mais percebidas são alegria (68,4%), imaginação (39,4%), medo (21,9%) e aprendizagem (20%).

Entre os educadores, a leitura é uma hábito tão importante que já é passível até de planejamento, opinião compartilhada por 83,5% dos professores – na sua maioria mulheres (85%) com uma média de 13 anos de experiência – que participam do programa Amigos da Escola. Além de ratificar as opiniões manifestadas pelos estudantes, eles acrescentam ainda o pensamento criativo (49%), conhecimento (26%), sociabilidade (23%), senso crítico (20%) e moralidade (17%) entre os principais estímulos desenvolvidos pela leitura.

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