Mídia

AGU aciona Meta por IA que promove a erotização infantil

AGU alega que chatbots da big tech podem manter diálogos com características infantis e erotizadas e pede exclusão imediata das soluções

i 19 de agosto de 2025 - 11h11

Na última segunda-feira, 18, a Advocacia-Geral da União (AGU) notificou a Meta e pediu a exclusão imediata dos chatbots da Meta IA devido às características infantis e erotizadas dos diálogos que podem estabelecer com os usuários.

meta chatbot

Segundo a AGU, a Meta AI Studio permite a criação de chatbots que estabeleçam conversas com cunho de erotização infantil (Crédito: Tada Images/Shutterstock)

A determinação é feita com base em levantamento realizado pela Agência Núcleo, que simulou conversas com bots capazes de conduzir conversas de cunho erótico como se fossem crianças. De acordo com a AGU, as práticas são decorrentes da falta de moderação da plataforma, bem como das ferramentas de IA disponibilizadas que permitem que situações do tipo ocorram.

A instituição chama atenção para o risco de que menores de idade tenham acesso aos materiais, uma vez que as soluções estão presentes nas redes sociais da Meta, como Instagram e WhatsApp.

A big tech de Mark Zuckerberg impõe a idade mínima de 13 anos para a realização de cadastro nas plataformas. Para adolescentes até 18 anos, não há mecanismos de verificação sobre o acesso a conteúdos inadequados, cita a AGU.

O documento ainda aponta uma reportagem da Reuters que indica que políticas internas da Meta permitem que os chatbots tenham comportamentos que “envolvam uma criança em conversas românticas ou sensuais”, bem como forneçam informações médicas falsas e outras de cunho preconceituoso.

A notificação acontece em meio ao debate aquecido da adultização de crianças na Internet, após um vídeo em que o influenciador Felca fez denúncias sobre a exploração e sexualização de menores de idade em conteúdos online, dando luz à moderação de conteúdo das plataformas digitais.