Mídia
Cinema investe para reverter cenario
Digitalização das salas e curva positiva de público é saída para retração, afirmam executivos
Digitalização das salas e curva positiva de público é saída para retração, afirmam executivos
Meio & Mensagem
18 de abril de 2012 - 1h46
Os números até podem ser pouco otimistas — queda de 6,36% do faturamento publicitário em 2011, quando o mercado cresceu 8,5% e 0,3% de share, segundo dados do Projeto Inter-Meios, iniciativa coordenada pelo Meio & Mensagem e auditada pela PricewaterhouseCoopers —, mas há sinais evidentes de que a mídia cinema terá uma reviravolta em 2012, como aquelas inesperadas mudanças de roteiro que se veem nos filmes épicos. Pelo menos é nisso que acreditam os executivos das principais empresas de comercialização no País.
Indícios não lhes faltam: a bilheteria tem crescido ano após ano, a digitalização das salas deixou de ser apenas um detalhe para se tornar uma exigência do mercado, com redução do custeio de cópias dos filmes publicitários, o Congresso Nacional aprovou Medida Provisória do governo que desonera equipamentos e construção de novas salas e, principalmente, os players se movimentaram para oferecer às agências e aos anunciantes condições muito favoráveis aos planejamentos de mídia.
“Sou otimista por natureza”, afirma Roberto Nascimento, diretor comercial da Auwé Digital. “Acredito que podemos, se focados e compreendendo o que realmente está acontecendo, reverter qualquer tipo de jogo”, completa. A opinião é compartilhada por Carlos Rocha, CEO da Kinomaxx. “A reversão desse cenário vem de uma série de iniciativas que tendem a aumentar a eficiência e a rentabilidade do meio, beneficiando desde já o mercado anunciante”, explica. Adriana Cacace, diretora-geral da Flix Media, também vê sinais de recuperação do setor: “Tenho conversado com várias agências, com mídias e planejamento. Quando falamos dos números ainda existe uma surpresa, eles causam uma impressão positiva”, conta.
Uma das maiores dificuldades que o setor enfrentava era o custeio de produção e conversão das cópias dos filmes publicitários para os projetores em 35 mm. Por si só, esse já era um elemento de dificuldade na hora de incluir o cinema no planejamento de mídia mais amplo. Com a digitalização das salas, a cópia dos filmes se faz desnecessária e a qualidade do material exibido fica mais evidente. Os novos modelos de distribuição baratearam a exibição das campanhas e nisso apostam os executivos para um maior interesse por parte dos anunciantes na mídia. A conta a ser paga, neste momento, é da troca geral dos projetores analógicos por equipamentos digitais e a inclusão de salas 3D e 4D no circuito.
Sâmara Kurihara, gerente de marketing da Cinesystem Cinemas, com sede no Paraná e salas no interior do País, acredita que o processo de digitalização vai estimular o setor em 2012. “Com a digitalização, a veiculação de comerciais e de filmes terá seus custos bastante reduzidos, entre eles a produção de cópias e transporte dos materiais. Além disso, a qualidade da exibição será ainda melhor”, afirma Sâmara.
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