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El País apresenta seu portal brasileiro

Grupo Prisa, que já possuí editoras de livros no País, lança site noticioso em português no final de novembro


8 de novembro de 2013 - 12h32

Durante seminário da International News Media Association (Inma) ocorrido em São Paulo, Isabel Amorim Sicherle, diretora executiva do El País para Brasil e América Latina, apresentou detalhes do portal de notícias da marca no País, projeto já antecipado por Meio & Mensagem. Durante palestra concedida na quinta-feira, 7, a executiva disse que o portal já está em acelerada produção e a data prevista para a estreia é 26 de novembro.

Isabel afirmou que o novo projeto é um importante passo no processo de internacionalização do Grupo Prisa, que está presente em cinco continentes, em várias plataformas. Além de ter o jornal líder da Espanha, possui operações em rádio em diversos países latinos, com sucesso na Colômbia e no México, e canais de TV paga, principalmente o Plural, com ampla distribuição na Europa e na América e até em Angola.

O grupo estima que 43% de seu faturamento já vem das Américas. O El País circula em 34 países de língua espanhola numa versão voltada à região. Entre a audiência digital, 40% vêm das Américas. No Brasil, a Santillana, unidade editorial do grupo, já possui as editoras de livros Alfaguara, Moderna e Objetiva.

Para o novo portal, Isabel contou que 12 jornalistas já trabalham intensamente. “É uma redação bastante sênior, pensada a longo prazo, e já vinha sendo planejado antes da crise espanhola”, disse. Apesar de o El País estar com a circulação estagnada na Espanha ¬– assim como todo o mercado – desde o início da crise no país, a operação brasileira não é necessariamente uma resposta a esse quadro. “É uma região muito estratégica para o grupo, portanto já estava em nosso horizonte”, afirmou.

Isabel destacou que o portal brasileiro terá o conteúdo padrão de um site de notícias, com editorias de internacional, política, esportes e especial atenção a Economia e Cultura. Terá colaboradores internacionais, parcerias com veículos locais (El País já realizou eventos no Brasil com o jornal Valor Econômico) e terá entre seus coordenadores o jornalista Luis Prados, que está no grupo há 20 anos, já foi editor internacional do El Pais e era, recentemente, chefe do grupo nas Américas.

Multiplataforma
No encerramento do evento, também se destacaram os painéis de Marcelo Salles Gomes, vice-presidente do Grupo Meio & Mensagem, e Earl J. Wilkinson, CEO do Inma. Ambos falaram sobre a perspectiva de futuro do conteúdo noticioso enquanto negócio, o primeiro com o viés de mercado anunciante, o segundo com olhar de produção e formatos.

Gomes fez uma retrospectiva histórica destacando visionários da mídia, começando por Marshall McLuhan, que cunhou a expressão “O meio é a mensagem” e, com ela, deu novo significado à importância das plataformas, passando a extensões do homem e de suas ferramentas. Lembrou, ainda, de Robert Kaiser, profissional do Washington Post que antecipou a revolução de conteúdo digital ainda em 1992, e de Lynde Walter, editor do Boston Evening Transcript e inventor do modelo de negócio jornalístico subsidiado por propaganda.

Para reverter a fuga de receitas diante dos novos players e possibilidades de comunicação anunciante, Gomes sugeriu que é essencial o investimento em conteúdo de qualidade e em marketing das próprias marcas de conteúdo. Acrescentou ainda que os veículos devem valorizar o trabalho das agências como intermediadores de mercado e conhecer sua audiência. Além de não esquecerem que o essencial não muda: as pessoas continuarão querendo se informar, não importa o que aconteça. O que mudam são as formas, mas não o objetivo.

Wilkinson começou sua palestra citando a compra do Washington Post e citou uma frase de Jeff Bezos que fez conexão com a fala de Gomes: “só baseie suas estratégias em coisas que não mudam”. O diretor apresentou diferentes cases mundo afora de reinvenção jornalística por meio de digital, que é, segundo ele, o destino certo da produção de conteúdo. Wilkinson apreseou ainda dados sobre o crescimento do consumo de informação via smartphone e deixou uma sugestão: preencher a lacuna deixada pela fuga de verba anunciante com pelo menos outras dez oportunidades de receitas. 

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