Mídia

Foco em conversão e SEO chega às redes sociais e WhatsApp

Estudo Buzzmonitor destaca como a integração de canais e busca social redefinem as estratégias de vendas

i 14 de novembro de 2025 - 12h38

Aplicativos de mensageria e de redes sociais como canais de conversão, aumento da atenção para o SEO social e pressão regulatória foram as tendências levantadas pela Buzzmonitor. A metodologia do estudo consistiu em um levantamento de tendências baseado em desk research e observações de comportamentos identificados no mercado com foco qualitativo.

Social commerce

No TikTok Shop, creators se tornam vendedores (Crédito: Aslysun/Shuterstock)

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WhatsApp aumenta foco em vendas

A jornada de compras caminha para um maior afunilamento. Com as possibilidades de compra direta pelas redes sociais, o awareness e a conversão se tornaram mais próximos. “O que se percebia antes era um investimento dissociado entre ads e atendimento. Estas disciplinas se juntam à medida que as tecnologias permitem que os canais de divulgação e de conversas se unam”, explica Breno Soutto, head de insights da Elife, SA365 e Buzzmonitor.

Segundo o estudo, o WhatsApp se torna um dos principais agentes nessa transformação ao adicionar anúncios à plataforma, pagamentos nativos e ferramentas de IA.

Ao longo deste ano, o WhatsApp passou a exibir anúncios no Status, permitir canais promovidos e assinaturas na aba “Atualizações”. As mudanças respondem a uma necessidade de negócios, que já usam a plataforma para atendimento e vendas. A partir dessas mudanças, o aplicativo passou a ser um ponto de contato e conversão direta, reduzindo atritos de usuários que teriam que sair da plataforma para finalizar uma compra.

Diante disso, a Buzzmonitor aponta que as áreas de social media e atendimento multicanal deixam de operar separadamente para compartilhar métricas de negócio focadas em conversão, satisfação e segurança.

No entanto, a empresa alerta para uma possível rejeição do usuário a depender da frequência dos anúncios e incertezas sobre a mensuração da mídia, além da necessidade de um novo aprendizado criativo.

A possibilidade de realizar um Pix diretamente no WhatsApp ou Pix automático aumenta a quantidade de usuários que podem adquirir produtos e serviços na plataforma sem depender de um cartão de crédito e reduz o abandono da compra. As empresas podem investir em campanhas com call-to-action para a compra.

O estudo também discorre sobre a mudança no modelo de cobrança por “conversação” por uma precificação baseada em cada “mensagem entregue” no WhatsApp, o que impacta o Custo de Aquisição de Cliente (CAC), que se torna dependente, entre outros fatores, do volume de mensagens. A modificação oferece maior previsibilidade e granularidade nos custos, introduz limites de envio por usuário, mas apresenta riscos de inflação em campanhas longas ou mal segmentadas.

Por fim, o WhatsApp também lançou uma funcionalidade que resume mensagens longas e mensagens por voz. Isso pode ajudar na redução do backlog de atendimentos, diminui a necessidade de transferências entre agentes e melhora o foco do atendente. Ao mesmo tempo, pode produzir alucinações, o que irá exigir dos negócios uma auditoria humana. O levantamento recomenda o desenvolvimento de guias de tom de voz e resumo para garantir respostas consistentes. Para as empresas, o resumo via IA das mensagens do usuário pode facilitar a triagem com base na captura da intenção do cliente.

SEO passa a ser social

Uma tendência que começa a se concretizar é a do SEO Social, uma vez que conteúdos de perfis profissionais nas redes sociais passaram a ser indexados nos resultados de busca do Google, criando uma nova frente de distribuição orgânica do conteúdo. Como consequência, as empresas devem observar aumento de tráfego e alcance nas páginas.

A Buzzmonitor sugere a captura de demanda na aposta em campanhas de brand search, mas recomenda o investimento em práticas de SEO, formatos e URLs indexáveis, além de publicações explicativas.

“É necessária a criação de estruturas e fluxos para aproveitar o momento. Pensar em conteúdos e campanhas que utilizem os novos formatos, como ads para status, grupos e canais, a comunicação em lives, as descobertas dentro das redes e comunicadores e o fato de o Google passar a indexar redes e ter uma estrutura de vendas, tanto em bots quanto em pessoas, capaz de converter os leads que estas novidades geraram”, propõe Souto.

TikTok Shop aumenta relevância do social commerce

O TikTok Shop chegou para reforçar a tendência de social commerce. Por um lado, o aplicativo culminou no aumento do Volume Bruto de Mercadorias (GMV), principalmente nas categorias de beleza e moda, mas também gerou crescimento em reclamações dos consumidores e desafios logísticos. Para surfar essa onda, a Buzzmonitor recomenda às marcas a investir em lives, conteúdo curto, influenciadores e modelos de afiliação.

Pressões regulatórias impõem maior transparência

Este ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que as plataformas devem ser responsabilizadas por conteúdos impulsionados. Ao mesmo tempo em que essa decisão impõe maior pressão para as marcas, ela aumenta custos de compliance e riscos jurídicos, afirma o estudo.

Já a Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD) descreveu direitos e deveres relacionados a serviços automatizados, como bots de cobrança, sistemas de triagem e modelos de scoring usados no atendimento ao cliente. A decisão implica em maior transparência sobre critérios de segmentação e a inclusão de mensagens como “entenda por que você recebeu isto” nas comunicações automatizadas.