Quais as regras do Grupo Globo para uso de inteligência artificial?
Empresa incentiva a aplicação da tecnologia para a otimização dos processos de apuração jornalística, mas mantém exigência de supervisão humana em todas as etapas
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Meio & Mensagem
28 de junho de 2024 - 8h20
O Grupo Globo atualizou nesta quinta-feira, 27, seus princípios editoriais para incluir diretrizes a respeito do uso de inteligência artificial no jornalismo. As medidas valem para todas as empresas do grupo – TV Globo, canais pagos, Editora Globo e Sistema Globo de Rádio.
De forma geral, a proposta do grupo é incentivar a aplicação da tecnologia em trabalhos que possam facilitar os processos de apuração, produção e exibição das notícias desde que isso possa resultar em ganho de agilidade que não fira os principais de isenção da empresa.
A Globo diz que a atualização de seus princípios editoriais acompanha um movimento feito por grandes veículos internacionais, como The New York Times, The Guardian, bem como as agências de notícias Reuters, Associated Press e France Presse.
Para estabelecer regras de como os funcionários das redações das empresas do grupo podem utilizar a tecnologia de IA em seu trabalho, o Grupo Globo estabeleceu três diretrizes principais:
Sempre que fizeram uso de ferramentas de produção de texto, geração de imagens ou de áudio, por exemplo, os jornalistas devem ter a função de revisar e checar todo o conteúdo produzido. Na prática, toda utilização de inteligência artificial deve ter supervisão humana para garantir a eficiência da aplicação da ferramenta.
“A correção e a qualidade desses conteúdos serão garantidas por supervisão de processos, leituras por amostragem e outras formas de checagem. Isso não diminui em nada a responsabilidade do jornalista: todos os envolvidos na produção desses conteúdos – assim como acontece com toda reportagem – são responsáveis pelo resultado”, diz o texto do Grupo Globo.
Nesse pilar, a Globo incentiva diretamente os jornalistas e profissionais de redação a fazer uso da inteligência artificial para ganhar agilidade no processo de produção de conteúdo.
Como exemplo, a empresa diz que os profissionais devem considerar o uso da ferramenta na busca por informações em grandes volumes de arquivos ou materiais. A Globo alerta, contudo, que a responsabilidade final pelo conteúdo gerado, bem como pela correção de eventuais erros e vieses, continua sendo do profissional.
O Grupo também diz que a IA pode ser utilizada para a produção de reportagens em diferentes formatos (texto, áudio, imagens, infográficos e vídeos), exceto para a produção de textos opinativos ou editoriais.
Sempre que uma reportagem exibir algum tipo de conteúdo gerado por Inteligência Artificial, o público deverá ser informado.
Por fim, a Globo estabelece que o uso de qualquer ferramenta de inteligência artificial deve respeitar os direitos autorais e propriedade intelectual em relação a conteúdos de terceiros.
“O Grupo Globo investe na capacitação de seus profissionais para o uso eficaz e ético das ferramentas de IA. Essa política será revisada periodicamente pelo Conselho Editorial do Grupo Globo para adaptar-se às evoluções tecnológicas e garantir que as práticas permaneçam alinhadas com estes princípios”, finaliza o grupo.
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