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Mídia

Inma debate desafios da distribuição de conteúdo

Profissionais de veículos como El País, Zero Hora e O Globo apresentam estudos sobre o futuro de jornalismo


24 de agosto de 2016 - 16h37

A International News Media Association (Inma) realiza nesta semana, em São Paulo, sua Conferência Internacional com a presença de diversos publishers do Brasil e exterior. O evento discute algumas das principais inovações dos produtores de conteúdo, principalmente players nascidos da mídia impressa, assim como os obstáculos que enfrentam na disputa pela atenção do público.

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O evento foi iniciado por Marcelo Benez, presidente do Inma no Brasil e diretor-executivo da área comercial da Folha de S.Paulo, seguido pelo CEO global da associação, Earl J. Wilkinson. Um grande panorama dos desafios de jornais mundo afora foi apresentado, com destaque para a busca por novos modelos de negócios.

O CEO da entidade apresentou uma pesquisa do Boston Consulting Group dizendo que as empresas tradicionais de conteúdo noticioso têm tido quase nenhum crescimento nos últimos anos. As únicas que realmente progrediram em algum grau foram aquelas que receberam aporte de novos investidores, aquelas cujos negócios paralelos cresceram ou aquelas que reinventaram seu negócio central.

Janela mobile

Ricardo Gandour, que em 2015 falou enquanto diretor de conteúdo do Grupo Estado, apresentou neste ano alguns dos resultados de seu estudo “Como o jornalismo sobreviverá à fragmentação?“, realizado enquanto pesquisador visitante da Columbia Journalism School, em Nova York. Ele explicou como o enfraquecimento do mercado profissionalizado de produção de notícias se enfraqueceu diante dos novos hábitos de consumo de mídia. “Hoje, na edição, notícia e opinião ficaram difusos, tornou-se complexa essa separação para boa parte do público”, disse. Segundo ele, o crescimento exponencial de produtores de conteúdo “amadores”, ou concebido pelos próprios consumidores, tornou essa distinção mais tênue.

Para ele, esse fator reforça a importância das escolas de comunicação, não só na formação de profissionais com os meios necessários para agir nesse cenário instável, mas também para garantir a excelência do método jornalístico e a pesquisa sobre seus caminhos e descaminhos. Nesse contexto, explicou, a melhor manobra para os publishers é “resgatar fundamentos jornalísticos dentro da janela mobile, de forma integrada, gráfica, contínua e engajadora”.

Novas redações

David Alandete, do El País (Crédito: Arthur Nobre)

David Alandete, do El País (Crédito: Arthur Nobre)

David Alandete, diretor adjunto do EL País, na Espanha, contou como se deu a reestruturação da redação na sede do jornal, que completou 40 anos em maio. O objetivo foi adaptar toda a produção para o pensamento “digital first”.

Para isso, realizaram uma separação total entre conteúdo e distribuição, controlados por uma versão tecnológica do tradicional mesão. Canais e editorias foram remodelados, assim como o fluxo de trabalho. A equipe de vídeo ganhou destaque no novo modelo, com mais profissionais e estúdio com localização privilegiada. As sucursais da Catalunha, Américas e Brasil também se adaptaram. “Nosso empenho em priorizar o digital foi tanto que não seguramos mais notícias para o impresso. Preferimos colocar no site, distribuí-la em nossas redes e, no dia seguinte, colocar no jornal um material mais processado, analítico e até mesmo com as opiniões dos leitores nas redes”, explicou David.

O tradicional painel com os quatro grandes jornais do País voltou a fechar o primeiro dia, começando por Marta Gleich, diretora de redação do Zero Hora. A executiva ressaltou o impacto causado entre leitores pela superedição de sábado, lançada em janeiro, que extinguiu o caderno dominical. “Tinhamos receio e até contávamos com uma queda de assinaturas, mas ocorreu justamente o contrário. E foi essencial o trabalho de comunicação e marketing no processo de informar essas mudanças e trazer leitores”, relatou Marta.

Chico Amaral, editor-executivo de O Globo, apresentou basicamente a mesma reformulação de redação mostrada pelo diretor Ascânio Seleme no ano passado, também priorizando digital e vídeos. Como case, mostrou o especial sobre Olimpíadas, que analisou cada modalidade e suas regras. Também falaram Sérgio Dávila, editor-executivo da Folha de S.Paulo, e João Caminoto, diretor de jornalismo de O Estado de S. Paulo.

 

 

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