Kings League: como os games estão mudando o futebol?
Modalidade, liderada por ex-jogadores e streamers, traz elementos do universo online para o futebol society e vem gerando interesse na audiência e nas marcas
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Taís Farias
21 de junho de 2024 - 7h48
O mês de junho marcou o final da primeira edição da Kings World Cup, torneio mundial da Kings League, liga de futebol society criada pelo ex-jogador Gerard Piqué e o streamer espanhol Ibai Llanos. A competição teve participação de 32 equipes, sendo 10 da Espanha, 10 das Américas e 12 convidados de diferentes países.
Entre eles, estão dois representantes brasileiros. A Furia FC, liderada pelo streamer Allan Rodrigues “ O Estagiário” e o ex-jogador de futsal Falcão, com Neymar como apoiador. A outra equipe é a G3X FC, comandada pelo streamer e empresário Gaules. A G3X FC foi a vice-campeã do campeonato, perdendo para a Porcinos FC na final.
Tanto a Furia quanto a G3X já atuam no cenário de e-sports. Uma das características da Kings League, que é transmitida em canais digitais como Twitch e Youtube, é que cada time é liderado por um ex-atleta famoso ou influenciador do universo dos esportes e e-sports. A premiação para o campeão do torneio foi de US$ 1 milhão – o equivalente a quase R$ 5 milhões.
Além da premiação, o tornei chamou atenção pelas taxas de audiência. De acordo com a Twitch, forma mais de 83 milhões de espectadores ao redor do mundo. No ranking da rede, durante o período dos playoffs, Ibai Llanos teve o melhor desempenho com 14.585.969 de visualizações. O perfil oficial da Kings League, por sua vez, ficou na terceira colocação com 10.758.239 visualizações.
Gaules e a G3X FC atingiram quatro milhões de visualizações simultâneas totais, somando todos os jogos da competição. Nas redes sociais, foram mais de 90 milhões de impressões em todas as plataformas e 20 milhões de visualizações em conteúdos oficiais do time.
A liga tem regras específicas que aproximam a modalidade do universo dos games. Os jogos têm dois tempos de vinte minutos. A partida começa com um jogador de linha e um goleiro em cada time. Os demais jogadores entram a cada minuto de partida até chegarem ao total de sete por equipe.
Os times foram formados em peneiras, como no futebol americano, e convidados. Não existem empates e, se preciso, o jogo é definido por shootout. O cartão amarelo afasta o jogador por dois minutos e o vermelho por cinco.
Cada time, começa a partida com uma “carta de ouro”, um coringa que pode incluir novos elementos à partida, como dobrar o valor de gols marcados no minuto seguinte, expulsar um jogador adversário ou ganhar um pênalti automaticamente.
Para Anadege Freitas, diretora de conteúdos e parcerias da Twitch, a fusão entre os elementos do esporte tradicional e do entretenimento online tem sido fundamental para o sucesso da modalidade. “Esta gamificação do futebol ressoa bem com o público, especialmente os espectadores mais jovens que buscam conteúdo interativo e envolvente. As contribuições dos e-sports e sua comunidade têm sido cruciais para aproximar os fãs do esporte tradicional e a nova geração de nativos digitais, mostrando um bom exemplo do futuro do entretenimento esportivo”, aponta.
Além das regras que remetem aos games, o público pode participar ao vivo nas transmissões com comentários e votos. “O futebol de campo é uma das coisas mais importantes do Brasil, porém, ele tem o problema de não entregar emoção a todo tempo. As mudanças que a Kings League proporciona fazem com que o jogo, além de dinâmico, seja menos previsível e mais rápido, pois os jogos possuem apenas 40 minutos”, defende Gaules, streamer e responsável pela G3X FC.
Ele acrescenta: “Para um brasileirinho que não acompanha futebol, mas está sempre jogando jogos eletrônicos, isso é como se sentir em casa. Você conquista alguém que não se interessava por esporte com algo que está presente no dia-a-dia dele”.
O dinamismo e o interesse do público jovem também mobilizaram as marcas. A competição teve entre os seus patrocinadores nomes como Bimbo, Sportium Bet, McDonald’s, Caiz, Adidas e Spotify.
Para Gaules, as oportunidades somam os dois universos. “O futebol convencional é um grande modelo que podemos utilizar. Diversas marcas estão inseridas e se mantêm ativas, rodando milhões e milhões de reais. No futebol da Kings League não vejo diferença”, defende o streamer.
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