Lupa amplia frentes de combate à desinformação
Além da checagem de fatos, agência também oferece análises e projetos a partir de análise de dados e investe em soluções educativas

Agência de checagem completa dez anos em 2025 e amplia escopo de atuação (Crédito: Reprodução)
Há dez anos, quando a Lupa iniciou suas atividades, a proposta de atuação da empresa poderia ser resumida em ajudar às pessoas a diferenciar informações verdadeiras das falsas. Com a ampliação dos canais digitais e o volume de posts, notícias, vídeos e textos compartilhados a cada segundo, essa premissa não apenas se manteve, como aumentou.
Tratar a questão da desinformação somente no âmbito jornalístico, no entanto, é algo que a empresa acredita que não abrange mais todo o impacto que as fake news podem causar em termos sociais. Por isso, a Lupa fez uma ampliação em sua atuação, que passa a ser ancorada em três pilares: checagem, análise de dados e educação.
“O trabalho de checagem segue sendo um dos pilares da organização, mas hoje ele se integra a um ecossistema mais amplo, que inclui a Academia Lupa, voltada à formação e alfabetização midiática, e o Observatório Lupa, dedicado à produção de conhecimento e dados sobre o fenômeno”, explica Natália Leal, diretora executiva da Agência Lupa.
Ao longo dos últimos anos, a agência já vinha ampliando sua atuação para atender, além do público consumidor de notícias, às marcas, empresas e outros pilares da sociedade. Agora, a Lupa diz que o movimento da criação dos três pilares marca a transição de uma agência de notícias para uma “agência de mudanças”.
Esse conceito, segundo Natália, reflete uma resposta do ao próprio tempo, em que o combate à desinformação deixou de ser uma pauta restrita ao jornalismo e passou a integrar as agendas de marcas, governos e organizações.
Dados e educação
O pilar de Conteúdo da Agência Lupa mantém a proposta original de checar e apurar a veracidade das informações de interesse público. No site da Agência, por exemplo, é possível encontrar informações sobre vídeos que estejam circulando nas redes sociais e que tenham conteúdo manipulado ou produzido por inteligência artificial. Até o ano passado, o site da Lupa fazia parte da rede de parceiros do UOL, mas desde então a plataforma passou a atuar de forma totalmente independente.
O segundo pilar, chamado Observatório, nasce a partir da base de dados construída pela Agência ao longo de dez anos, de acordo com a diretora executiva. Ela explica que tais dados são usados para identificar padrões, tendências e riscos em temas como segurança digital, golpes e manipulação informacional.
“A partir dessas evidências, o Observatório desenvolve relatórios, pesquisas aplicadas e soluções personalizadas para diferentes setores. A Lupa já trabalha com instituições públicas, privadas e da sociedade civil, e pretende expandir essas parcerias para projetos que promovam comunicação responsável e educação”, conta.
Já a Academia Lupa é a divisão educacional, com cursos, trilhas pedagógicas e materiais didáticos a respeito de desinformação. Neste ano, a Lupa ampliou o acesso gratuito a recursos digitais e também ampliou as parcerias com universidades e redes de ensino para a educação de estudantes.
