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Os limites do mercado de streaming

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Mídia

Os limites do mercado de streaming

Com iniciativas autônomas de conteúdo, a questão é: até quantos serviços o consumidor está disposto a assinar?


23 de agosto de 2017 - 8h10

Na semana retrasada, a Disney anunciou que vai romper com a Netflix, a partir de 2019, para investir em sua própria plataforma de conteúdo. Na sequência, o Facebook lançou o Watch, sua plataforma de vídeo on demand. Os dois fatos geraram questionamentos sobre até que ponto as pessoas estão dispostas a assinar vários serviços de streaming.

Uma matéria do site Tech Crunch, publicada nesta terça-feira, 22, traz uma pesquisa da consultoria Morning Consult apontando o que o americano pensa sobre o tema. Segundo o estudo, 36% dos usuários de internet daquele País, de 18 a 29 anos, disseram que se inscreveriam em um serviço próprio da Disney.

Outro enfoque da pesquisa mostra que 48% do público que usa internet na mesma faixa etária se inscreve, atualmente, em vários serviços. Apenas 28% dos entrevistados disseram que utilizam apenas um serviço. Netflix e Amazon aparecem como os principais players. Um total de 67% dos entrevistados paga pela Netflix, enquanto a Amazon aparece com 28% da preferência. O YouTubeTV e o Hulu empatam em terceiro lugar para 23% dos entrevistados.

A Nielsen já havia mapeado esse comportamento quando divulgou, no início de julho, uma pesquisa mostrando que quase 60% dos millennials estavam usando dois ou mais serviços para música. A conclusão da Nielsen é de que os usuários mais jovens não estão reduzindo seu consumo de mídia em um meio para que possa utilizar outro. Ao invés disso, eles optam por assinar vários serviços.

Apesar de os dois levantamentos serem nos Estados Unidos eles podem reproduzir um comportamento global. Com a autonomia das plataformas em oferecer diretamente seus conteúdos, a grande questão é a disposição das pessoas em permanecerem em vários serviços. “O questionamento que nós fazemos neste momento é se as plataformas que estão oferecendo conteúdo de forma individual vão conseguir manter um volume de assinatura. Já temos assinaturas de Netflix, Amazon Prime e HBO Go disponíveis. Nossos bolsos vão aguentar esta nova opção?”, diz Marcelo Forlani, sócio-fundador e diretor criativo do Omelete Group.

Para Marcos Facó, diretor de comunicação e marketing da Fundação Getúlio Vargas (FGV), existe outro desafio das plataformas independentes concorrerem com a Netflix, a capacidade de processar dados. “A inteligência de mercado, comportamento do consumidor e demais métricas estão nas mãos da Netflix. A Disney entendeu que o proprietário do conteúdo deve possuir sua própria plataforma de distribuição. Porém, ainda não está claro se outros provedores de conteúdo farão o mesmo”, diz Facó.

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