Os perrengues e desafios do conteúdo de aventura
Canais como o Canal Off destacam a cocriação com atletas e as parcerias como essenciais em produções em ambientes afastados da tecnologia e estrutura comuns nas cidades
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Amanda Schnaider
16 de julho de 2019 - 7h48
O canal pago Off se apresenta como um lugar onde ação e aventura encontram a natureza e cenários paradisíacos. Porém como são os processos de criação e produção em ambientes nos quais estrutura e tecnologia, tão importantes hoje para conteúdos de ponta, são mais inacessíveis? Leonardo Campos, gerente de conteúdo do canal, comenta que são muitas dificuldades encontradas, mas que os parceiros são fundamentais. “Tem de tudo, desde parceiros que já são aventureiros, até aventureiros que transformamos em produtores. Quando trabalhamos com eles já sabemos os skills que eles possuem.”
Campos revela que as principais dificuldades encontradas na produção deste tipo de conteúdo são as condições climáticas, os custos de viagem, principalmente com as variações cambiais ao produzirem conteúdo no exterior e as precauções que precisam ter em relação a segurança da equipe em expedições mais intensas, como escalar o Everest, por exemplo. “Sabemos das dificuldades e dos riscos das grandes produções, por isso é importante o trabalho de coaching que fazemos com os produtores”, reforça Leonardo.Apesar disso, ele afirma que o Canal Off tem a premissa de trabalhar com equipes enxutas, de quatro a cinco pessoas, e que, por isso, as pessoas precisam ser multitarefas. Para isso, são organizadas pequenas células de trabalho, uma vez que expedições também exigem investimento logística de viagem e estadia, o que encarece o processo conforme mais pessoas envolvidas.
Entretanto, ele avalia que por meio dos avanços tecnológicos, as equipes de trabalho puderam se tornar menores e com dinâmicas mais eficientes. “Surfamos bem essa onda da evolução técnica. Damos suporte para pessoas que já faziam isso antes”, completa.
O tempo de produção também demanda diferentes frentes de trabalho. Conteúdos como os bastidores do circuito mundial de surfe não podem demorar para serem exibidos. Enquanto produções mais complexas levam de seis a oito meses para serem realizadas. “Trabalhamos com uma linha de produção que tem gravações e entregas em velocidades diferentes”, relata Leonardo. Ele acrescenta que os projetos começam, normalmente, numa conversa com atletas, num processo de cocriação desde a concepção da ideia. “Fazemos quase uma imersão no estilo de vida deles para saber onde está a conexão com os valores do canal”, reforça.
Branded content
Patricia Pieranti, gerente de marketing do Canal Off, revela que o canal conta hoje com mais de dez programas que são projetos de branded content. “A nossa visão é termos, cada vez mais, marcas que se conectem com a essência do canal e que estejam a fim de contar histórias incríveis, que confiem na produção do nosso conteúdo como representação das suas marcas”, completa.
O exemplo mais recente deste tipo de produção é a série Patagônia: O Próximo Passo, feita em parceria com a cervejaria argentina Patagonia. O programa de quatro episódios acompanha o atleta de windsurf Diogo Guerreiro e o fotógrafo Brian Baldrati, durante dez dias, percorrendo rotas pouco tradicionais na Argentina, descobrindo paisagens e sabores típicos.
*Crédito da imagem no topo: Diogo Guerreiro
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