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Opinião

Além da Influência: O empreendedorismo na economia criativa

Toda a cadeia da economia criativa deve se preocupar em oferecer um ambiente mais seguro, diverso e sustentável para todos os envolvidos


17 de junho de 2024 - 6h00

Na era das evoluções tecnológicas, a economia criativa segue sendo um pilar impulsionador do desenvolvimento social e econômico. Os profissionais dessa área passaram por uma transformação ao longo dos anos. O que antes parecia um compartilhamento descompromissado de ideias se transformou em uma construção de marca pessoal. Nesse contexto, os criadores de conteúdo não são apenas ícones em suas especialidades, mas também grandes empreendedores.

Falamos de todo o ecossistema em torno da produção, consumo e distribuição de conteúdo e sua circulação. São pessoas que transformam criatividade em resultado sem deixar de lado a necessidade de pensar as relações em comunidade. Parte dos condutores dessa economia são os creators, que têm demandas e necessidades específicas, mas também agentes, agências de marketing de influência, desenvolvedores de ferramentas de intermediação, de plataformas digitais, além de outros profissionais. Muitos deles fomentam o mercado de influência trazendo características parecidas com as dos próprios criadores de conteúdo, ao empreender e atuar de forma multidisciplinar, se adaptando a cenários e lidando com desafios diversos. Soa como algo parecido a uma tradicional carreira corporativa, com a diferença de que para essas talvez existam mais mapas disponíveis e rotas mais preestabelecidas. Algo que pode ser visto como um bônus, mas dependendo do ângulo, também como um ônus.

Segundo o estudo Influence Marketing Scope, as empresas investiram em 2023 apenas 0,23% do faturamento em marketing de influência. Por outro lado, estudos indicam que anunciantes pretendem aumentar as aplicações nesse seguimento, podendo atingir globalmente US$ 470 bilhões em 2027, de acordo com a Goldman Sachs Research. Isso mostra que as empresas estão reconhecendo o valor dos criadores de conteúdo para promover suas marcas.

Essa crescente aposta vai ao encontro do aumento da percepção da responsabilidade. Para garantir a longevidade da sua imagem pessoal, é preciso ter estratégia e planejamento, de forma que construa relacionamentos autênticos com a audiência e com as marcas. Eles promovem e cocriam narrativas, adaptando-as às preferências e necessidades de suas comunidades, e utilizam da sua influência e alcance para estabelecer oportunidades de negócios. Muitos deles empreendem mais de uma vez levando atributos da marca pessoal já construída para produtos e serviços próprios, num caminho antes presente somente no universo das celebridades. Devemos observar esses creators num aspecto mais amplo, como empreendedores, e com a importância de contarem com o suporte de parceiros, para garantirem o apoio e as ferramentas necessárias para expandirem suas marcas pessoais e alcançarem novos patamares de sucesso.

À medida que a economia criativa tem ganhado relevância e os creators consolidado suas carreiras, alguns desafios surgiram ao longo de toda a cadeia dessa economia. Se por um lado as empresas se preocupam com a qualidade dos conteúdos, as empresas de marketing de influência têm o desafio da assertividade e da análise dos dados (seja em relação às ferramentas ou medição) e os criadores, por sua vez, de fazer a manutenção da relevância, conhecer a fundo seu público-alvo e gerir sua carreira.

Toda a cadeia da economia criativa deve se preocupar em oferecer um ambiente mais seguro, diverso e sustentável para todos os envolvidos. Ao adotar uma abordagem colaborativa e orientada para o futuro, podemos enfrentar os desafios dos negócios e criar um ambiente onde a criatividade, a inovação e o empreendedorismo prosperem.

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