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#aprendertecnologia

Não é fácil aprender tecnologia. Mas é possível e necessário entender como funciona. E precisamos de pré-disposição pra encararmos isso como parte da nossa rotina. Não tem que ser algo extra, e precisa ser constante


23 de fevereiro de 2017 - 8h00

Museum of Moving Images, NY. Foto: Reprodução

Museum of Moving Images, NY. Foto: Reprodução

A ideia surgiu de uma situação usual de trabalho. Estávamos eu uma colega de trabalho falando de uma apresentação e, depois de mencionar uma referência que seria bacana de mostrar, ela imediatamente acionou o plugin do Evernote e guardou aquilo na hora, pra depois incorporar à apresentação.

Uma ação trivial. Pra quem usa o Evernote. Mas naquele momento, quando vi isso acontecer, percebi que ainda há um contingente enorme de pessoas que não tem familiaridade com esse tipo de recurso. independentemente do motivo, o fato concreto é que uma conversa assim para essas pessoas vai ser algo absolutamente abstrato. Essa sensação se multiplica com a mesma velocidade com que novas soluções e ferramentas aparecem. Apps para gestão de tempo, organização, projetos, agenda, listas, etc. Todas essas possibilidades às vezes servem pra mesma coisa. Todos os caminhos levam à Roma, mas sempre é preciso escolher um.

Essa situação é ainda mais delicada quando essas pessoas trabalham com comunicação. Não acho que todos têm que saber das últimas novidades do que acontece no mundo da tecnologia, mas essas soluções compõem o cenário atual de ferramentas com as quais temos que lidar diariamente pra comunicar melhor. De forma mais eficiente.

Não depende de idade. Não acho que seja uma questão geracional. 

Refleti um pouco e concluí que é uma questão de abertura. Abertura para aprender. Aprender com paciência. Não é fácil ter que parar o mundo de coisas que temos que fazer pra entrar em um tutorial sobre um app ou solução. Ter que usar, errar, chegar a caminhos sem saída, se irritar, ter que perguntar pra alguém, ir incorporando na rotina. A quantidade de tutoriais disponíveis para aprendermos qualquer assunto é infinita.

Fonte: "Age and Great Invention" by Benjamin F. Jones.

Fonte: “Age and Great Invention” by Benjamin F. Jones.

Isso sempre vai exigir um certo sacrifício, principalmente se for encarado como algo obrigatório. 

O ponto é justamente esse. Temos que entender e admitir que essas pequenas coisas fazem parte do nosso repertório profissional. Fazem parte da nossa capacitação. Devem fazer parte do nosso vocabulário. Isso tudo não pode ser abstrato. Esse alinhamento facilita imensamente a comunicação entre as equipes com as quais trabalhamos, sejam internas ou externas, pois as referências são as mesmas, o entendimento vai ser parecido e diminuímos a possibilidade de haver o telefone sem fio.

Dois garotos jogam videogame numa instalação do MOMA. Foto: Reprodução

Dois garotos jogam videogame numa instalação do MOMA. Foto: Reprodução

um processo cumulativo, eu sei. Parece que a nossa cabeça às vezes não consegue acomodar mais informação, mais aprendizado. Talvez aqui haja de fato uma influência de idade. Há cérebros que receberam estímulos por menos tempo que outros e isso pode eventualmente dificultar a entrada.

Mas o importante é nos mantermos curiosos. Isso definitivamente independe de idade, geração, cultura, classe social. Querermos saber sobre essas coisas, pelo menos conceitualmente. As soluções estão aí, basta usá-las, até pra termos certeza de que não servem pra aquilo que queremos. Baixar aplicativos, olhar sites, usar ferramentas, etc.

Recentemente tive uma questão dessas em casa. Meu filho mais velho tinha uma apresentação pra fazer sobre a revolução industrial. Eu sugeri pra ele: faça um Snap sobre isso! Provoquei pra que ele pensasse em como conseguiria concentrar os conceitos básicos da revolução Industrial nessa plataforma. Ele me ignorou solenemente. Achou que não tinha nada a ver. E de fato não fez. Foi aí que eu percebi que eu estava (e sou) muito mais empolgado com essa linguagem do que ele, basicamente porque pra mim ela pode ser usada pra algo diferente e pra ele é tão cotidiano que não parece fazer sentido. Mas eu pirei nessa possibilidade, e quase fiz eu mesmo o Snap.

Acho que a conclusão é essa: não é fácil aprender tecnologia. Mas é possível e necessário entender como funciona. E precisamos de pré-disposição pra encararmos isso como parte da nossa rotina. Não tem que ser algo extra, e precisa ser constante.

Duas dicas que eu aprendei recentemente na Master Class da Hyper Island:

A primeira é dividir o tempo de aprendizado ao longo do dia, em 4 pílulas de 10 minutos por exemplo. Dessa forma você podemos diversificar os temas e tópicos sobre os quais vamos dedicar tempo.

A segunda, e essa é mais fácil pra quem tem filhos: fazer de vez em quando uma “demo night” onde todos os membros da família mostram pra todos o que têm visto de interessante e quais ferramentas têm usado. Compartilhamento de repertório e coach de quem tem uma familiaridade com tecnologia que é nativa.

Vou aplicar.

Referências adicionais:

Evernote: https://evernote.com

Museum of Moving Images – um ótimo lugar pra aprender com a história: http://www.movingimage.us

Ficha da obra do MOMA: https://www.moma.org/explore/inside_out/2010/02/04/new-acquisition-feng-mengbos-long-march-restart/

Materia da folha sobre mais velhos conhecendo o Snapchat: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/07/1794815-mais-velhos-passam-a-usar-snapchat-aplicativo-popular-entre-adolescentes.shtml

Curiosidade premiada. Livro imperdível sobre essa característica tão importante: http://www.submarino.com.br/produto/7084652/livro-a-curiosidade-premiada?condition=NEW&epar=bp_nb_00_go_g41782&gclid=CMOo77zI0dECFckGkQodD8EC-A&opn=GOOGLESEARCH&sellerId=00776574000660&wt.srch=1

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