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Opinião

Creators: comunicação interna de pessoas para pessoas

Por uma fala mais clara, horizontal e real, muitas empresas têm reconhecido, dentro dos seus próprios times, profissionais que são influenciadores ou creators natos


27 de outubro de 2022 - 6h00

(Crédito: Shutterstock)

Criar conteúdo, já há algum tempo, deixou de ser tarefa executada apenas por um grupo seleto de profissionais, como publicitários, jornalistas, escritores ou outros especialistas em comunicação, detentores de conhecimentos técnicos ou acadêmicos. A internet e suas múltiplas possibilidades ampliaram as chances de mais pessoas se tornarem criadoras de conteúdos relevantes e variadíssimos, e com potencial para atingir um público imenso. Com o espaço aberto para novos formatos e tipos de conteúdo, também a comunicação interna de empresas repensa formas mais eficientes de informar e de se conectar com seus colaboradores.

Para abraçar a tendência global por uma fala mais clara, horizontal e real, muitas empresas têm reconhecido, dentro dos seus próprios times, aqueles profissionais que são influenciadores ou creators natos, espontâneos. Ou seja, pessoas que se comunicam bem, que são bem avaliadas pelos colegas e que transmitem segurança e confiabilidade. Por isso, estruturar um programa com a participação de influenciadores internos é uma das implantações mais desejadas para a área de comunicação corporativa nas empresas hoje. Segundo a pesquisa “Tendências da Comunicação Interna 2022”, realizada pela Ação Integrada e Aberje, 64% das empresas alocaram orçamentos para implementar, manter ou intensificar ações e programas com influenciadores internos.

Com mais colaboradores desempenhando o papel de “emissores da informação”, a comunicação interna torna-se mais transversal, menos formal, além de mais interessante e engajadora. Não se trata apenas de uma instituição falando para os colaboradores, mas de alguém, que também é colaborador, falando do seu jeito sobre temas que são importantes para ele e seus colegas. Uma forma de reforçar a comunicação de pessoas para pessoas, de fato. Uma interlocução que envolve confiança. Aliás, colegas de trabalho são reconhecidos como um dos grupos sociais mais confiáveis da sociedade, ao lado de cientistas e de CEOs de empresas, de acordo com a última edição do Edelman Trust Barometer 2022, estudo global sobre confiança e credibilidade. No Brasil, de acordo com o estudo, 72% dos entrevistados confiam nos seus colegas de trabalho.

Nem todos os colaboradores terão essa habilidade de influenciar, mas aqueles que a têm e que gostariam de desempenhar esse papel em seus locais de trabalho podem ser importantes aliados para a comunicação corporativa. O estudo Disrupting the Function of IC – A Global Perspective revela que apenas 3% dos colaboradores de uma organização se tornarão influenciadores internos, porém, estima-se que esse contingente ajudará a atingir 85% dos demais colaboradores. Uma mobilização e tanto.

Organizações como o Hospital das Clínicas, o Grupo Boticário e a Vivo implantaram – alguns desde antes da pandemia, outros durante a crise – programas com influenciadores.

Iniciativas como essas trazem benefícios tangíveis para as empresas que apostam no formato, como o aumento de alcance de informações transmitidas pelos creators, maior mobilização para participação em ações internas, e até maior aproximação e senso de pertencimento dos colaboradores com a cultura da empresa. Para os creators, há ainda o impulsionamento de aspectos importantes para a própria trajetória profissional, como o desenvolvimento da criatividade, maior habilidade para se comunicar e ganho de tantas outras competências.

A espontaneidade do espaço aberto de conversa pelos influenciadores internos pode criar ainda um ambiente de trabalho mais inclusivo, mais próximo, com maior escuta e fala – e até com menos conflitos. Uma estratégia de comunicação interna não deve se estruturar apenas nas colaborações dos influenciadores internos, mas é inegável a oportunidade que eles oferecem de cascatear as informações oficiais e de propagar a cultura corporativa. E você, já pensou como a participação dos creators apoiaria a comunicação interna da sua empresa?

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